Airbus anuncia recall massivo da família A320 após incidente

Airbus anuncia recall massivo

A Airbus, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, anunciou uma ação de recall sem precedentes em sua história de 55 anos. A medida envolve reparos imediatos em cerca de seis mil aeronaves da família A320, afetando mais da metade da frota global deste modelo.

Este recall massivo foi anunciado na última sexta-feira (28) e promete causar um impacto significativo no setor de aviação, especialmente durante um dos fins de semana mais movimentados para viagens nos Estados Unidos.

A decisão da Airbus foi impulsionada por um ‘evento recente’ que revelou que a intensa radiação solar pode comprometer dados críticos para o funcionamento dos controles de voo.

Este problema foi identificado em um número significativo de aeronaves, levando a fabricante a tomar medidas rápidas para garantir a segurança dos voos.

Impacto nas companhias aéreas e nos passageiros

O recall afetou diversas companhias aéreas ao redor do mundo, com a American Airlines sendo a mais impactada.

A empresa, que é a maior operadora mundial da família A320, precisará realizar reparos em cerca de 340 dos seus 480 aviões. A American Airlines planeja concluir a maior parte dos reparos até sábado (29), com cada aeronave necessitando de aproximadamente duas horas para ser ajustada.

Outras companhias aéreas, como Lufthansa, IndiGo e easyJet, também estão retirando temporariamente suas aeronaves de operação para realizar os ajustes necessários. A Avianca, da Colômbia, declarou que mais de 70% de sua frota foi afetada, resultando em interrupções significativas nas operações pelos próximos dez dias. A empresa chegou a suspender temporariamente as vendas de passagens para viagens até 8 de dezembro.

O incidente que motivou o recall

Fontes da indústria indicam que o incidente que levou à ação de recall ocorreu em 30 de outubro, envolvendo um voo da JetBlue de Cancún, no México, para Newark, nos Estados Unidos. Durante o voo, a aeronave sofreu uma queda brusca de altitude devido a um problema no controle de voo, resultando em ferimentos a vários passageiros. O jato precisou realizar um pouso de emergência em Tampa, na Flórida.

O problema foi atribuído a um sistema responsável por transmitir comandos ao profundor e aos ailerons da aeronave, componentes críticos para o controle do avião. Este sistema é fabricado pela empresa francesa Thales, que afirmou que o computador cumpre as especificações da Airbus, mas que a funcionalidade afetada é sustentada por um software que não está sob sua responsabilidade.

Medidas regulatórias e ações preventivas

Em resposta ao incidente, a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) emitiu uma diretriz emergencial obrigando a realização dos reparos nas aeronaves afetadas. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) também deve adotar medidas semelhantes.

A Airbus informou que está trabalhando proativamente com autoridades de aviação para solicitar ações preventivas imediatas por meio de um Alert Operators Transmission (AOT), que incluirá proteções de software e/ou hardware. Este esforço visa garantir que a segurança continue sendo a prioridade número um da empresa.

Contexto histórico e desafios futuros

Lançado em 1984, o A320 foi o primeiro jato comercial de grande porte a introduzir comandos computadorizados fly-by-wire, estabelecendo um novo padrão na indústria de aviação. O modelo compete diretamente com o Boeing 737 MAX, que enfrentou escrutínio global após acidentes fatais em 2018 e 2019 devido a falhas no software de controle de voo.

Com oficinas de manutenção já sobrecarregadas por longas filas de inspeção e reparos de motores, a nova ação da Airbus deve aumentar a pressão sobre as companhias aéreas. Estas empresas enfrentam o desafio de equilibrar a segurança com a necessidade de manter operações eficientes em um período de alta demanda global por viagens.

Situação no Brasil

No Brasil, duas companhias operam com o modelo A320: a Latam e a Azul. Em comunicados enviados ao g1, ambas afirmaram que não serão afetadas pelo recall. A Azul confirmou que nenhum modelo A320 da empresa precisará passar por recall e reforçou que a operação da frota segue dentro da normalidade.

A Latam também se posicionou, afirmando que algumas afiliadas, como a da Colômbia, poderão ter um impacto muito limitado com o recall — mas o Brasil não está nessa lista. As afiliadas do grupo LATAM preveem apenas o cancelamento de dois voos da afiliada da Colômbia, enquanto as demais, incluindo o Brasil, não serão afetadas pela medida.

A Airbus reconhece que essas recomendações levarão a interrupções operacionais para passageiros e clientes. Pedimos desculpas pelo inconveniente causado e trabalharemos de perto com os operadores, mantendo a segurança como nossa prioridade número um e absoluta.

Companhia AéreaAeronaves AfetadasImpacto Operacional
American Airlines340 de 480Reparos até 29/11
Avianca70% da frotaInterrupções por 10 dias
LufthansaNão especificadoAjustes temporários
IndiGoNão especificadoAjustes temporários
easyJetNão especificadoAjustes temporários
Latam (Colômbia)Impacto limitadoCancelamento de 2 voos
AzulNenhumOperação normal

Fonte: olhardigital.com.br


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