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O cenário econômico dos Estados Unidos tem sido objeto de intenso escrutínio, com a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho e a inflação gerando discussões contínuas. Enquanto a Casa Branca mantém uma postura de confiança e resiliência, destacando os avanços e a solidez da economia, vozes da oposição política expressam preocupações sobre o custo de vida e a direção das políticas econômicas. Este panorama reflete a complexidade dos indicadores atuais e as diferentes interpretações sobre o futuro econômico do país.

Dados Recentes do Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho dos EUA tem demonstrado uma dinâmica notável nos últimos anos, com a taxa de desemprego atingindo níveis historicamente baixos. Em relatórios recentes do Departamento de Trabalho, a taxa de desemprego tem flutuado em torno de 3,7% a 3,9%, indicando um mercado de trabalho apertado. Por exemplo, em dezembro de 2023, a taxa foi de 3,7%, e o número de empregos não-agrícolas adicionados foi de 216 mil, conforme os relatórios oficiais do Bureau of Labor Statistics (BLS).

A criação de empregos tem sido um ponto focal. Setores como saúde, lazer e hotelaria, e construção têm consistentemente adicionado vagas. Em janeiro de 2024, o relatório de folha de pagamento não-agrícola indicou um aumento de 353 mil empregos, com revisões para meses anteriores também sendo comuns. A participação na força de trabalho, que mede a proporção da população em idade ativa que está empregada ou procurando emprego, tem mostrado uma recuperação gradual, mas ainda não retornou aos níveis pré-pandemia em todas as faixas etárias.

O crescimento salarial também é um indicador chave. Os ganhos médios por hora têm crescido anualmente em torno de 4% a 5%, conforme dados do BLS. Em janeiro de 2024, os ganhos médios por hora aumentaram 0,6% em relação ao mês anterior e 4,5% em relação ao ano anterior. Embora esse crescimento seja positivo para os trabalhadores, ele também é monitorado de perto pelo Federal Reserve devido às suas implicações para a inflação. A taxa de demissões voluntárias, conhecida como “quits rate”, tem permanecido elevada, sugerindo que os trabalhadores se sentem confiantes em encontrar novas oportunidades, um sinal de um mercado de trabalho robusto.

Cenário da Inflação

A inflação tem sido uma preocupação central para formuladores de políticas e consumidores. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pelo BLS, tem mostrado variações significativas. Após atingir picos de mais de 9% em meados de 2022, a inflação anual tem desacelerado gradualmente, situando-se em torno de 3% a 4% em relatórios mais recentes. Por exemplo, em dezembro de 2023, o IPC anual foi de 3,4%, com o IPC “núcleo” (excluindo alimentos e energia voláteis) em 3,9%.

Os componentes que mais contribuem para a inflação incluem habitação, serviços e, em certos períodos, energia e alimentos. Os preços da gasolina e dos alimentos, em particular, têm um impacto direto na percepção pública sobre o custo de vida. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) também é monitorado, pois reflete os custos que as empresas enfrentam e que podem ser repassados aos consumidores. O IPP tem mostrado tendências semelhantes de desaceleração, mas com flutuações mensais. Em dezembro de 2023, o IPP anual foi de 1,0%.

O Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), preferido pelo Federal Reserve para medir a inflação, também tem seguido uma trajetória de queda. A meta de inflação do Fed é de 2% para o PCE. Em dezembro de 2023, o PCE anual foi de 2,6%, com o PCE “núcleo” em 2,9%. A Casa Branca e o Federal Reserve têm atribuído a inflação inicial a fatores como interrupções na cadeia de suprimentos globais, forte demanda do consumidor pós-pandemia e o impacto da guerra na Ucrânia nos preços de energia e alimentos.

A Resposta da Casa Branca e Políticas Econômicas

A administração atual tem consistentemente transmitido uma mensagem de otimismo em relação à economia dos EUA. Declarações da Casa Branca e do Presidente Joe Biden frequentemente destacam a resiliência econômica, o crescimento do emprego e os esforços para reduzir os custos para as famílias americanas. A narrativa oficial enfatiza que a economia está em transição para um crescimento mais estável e sustentável, com a inflação em declínio e o mercado de trabalho forte.

Diversas iniciativas legislativas foram promulgadas com o objetivo declarado de fortalecer a economia e combater a inflação. A Lei de Redução da Inflação (Inflation Reduction Act – IRA), por exemplo, visa reduzir os custos de medicamentos prescritos, investir em energia limpa e combater as mudanças climáticas, além de aumentar a receita fiscal de grandes corporações. A administração argumenta que essas medidas contribuirão para a redução do déficit e, consequentemente, para a diminuição das pressões inflacionárias a longo prazo.

Outras leis significativas incluem a Lei CHIPS e Ciência (CHIPS and Science Act), que destina bilhões de dólares para impulsionar a fabricação doméstica de semicondutores e a pesquisa científica, com o objetivo de fortalecer as cadeias de suprimentos e criar empregos de alta tecnologia nos EUA. A Lei de Investimento em Infraestrutura e Empregos (Infrastructure Investment and Jobs Act) também foi destacada como um motor de crescimento, financiando melhorias em estradas, pontes, transporte público, banda larga e redes de energia, gerando empregos e aumentando a produtividade.

Porta-vozes da Casa Branca, como a Secretária do Tesouro Janet Yellen, têm reiterado que, embora os desafios persistam, a economia está em uma trajetória positiva. Eles apontam para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que tem mostrado expansão em trimestres recentes, e para o aumento do investimento empresarial como evidências de uma economia robusta. No quarto trimestre de 2023, o PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 3,3%, superando as expectativas.

Ações do Federal Reserve

Em resposta à inflação elevada, o Federal Reserve (Fed) tem implementado uma série de aumentos nas taxas de juros. O mandato duplo do Fed é buscar o emprego máximo e a estabilidade de preços. Com a inflação bem acima de sua meta de 2%, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) iniciou um ciclo agressivo de aperto monetário em março de 2022.

Desde então, a taxa de fundos federais foi elevada em múltiplos pontos percentuais, atingindo seu nível mais alto em mais de duas décadas. Após uma série de aumentos de 75 pontos-base, o Fed passou a aumentos menores de 50 e 25 pontos-base. Em janeiro de 2024, a taxa de fundos federais estava na faixa de 5,25% a 5,50%, mantida estável após a última reunião do FOMC. O objetivo declarado dessas elevações é desacelerar a demanda na economia, o que, por sua vez, ajudaria a reduzir as pressões inflacionárias.

Além dos aumentos das taxas de juros, o Fed também tem reduzido seu balanço patrimonial, um processo conhecido como aperto quantitativo. Isso envolve a não reinvestimento dos rendimentos de títulos que vencem, o que retira liquidez do sistema financeiro. As comunicações do Presidente do Fed, Jerome Powell, têm enfatizado a determinação do banco central em restaurar a estabilidade de preços, mesmo que isso implique algum “sofrimento” econômico, como um possível aumento na taxa de desemprego.

As decisões do Fed são baseadas em uma análise contínua dos dados econômicos, incluindo inflação, emprego, crescimento do PIB e condições financeiras. As atas das reuniões do FOMC e os discursos dos membros do Fed fornecem insights sobre suas perspectivas e a racionalidade por trás de suas decisões de política monetária.

Perspectivas da Oposição Política

Figuras proeminentes da oposição política, particularmente membros do Partido Republicano e ex-funcionários da administração anterior, têm expressado visões críticas sobre a gestão econômica atual. Suas preocupações frequentemente se concentram no impacto da inflação persistente sobre o poder de compra das famílias americanas e no aumento do endividamento público.

Líderes republicanos têm argumentado que os gastos governamentais excessivos e as políticas energéticas da administração contribuíram para a inflação. Eles frequentemente destacam o aumento dos preços de bens essenciais, como alimentos e gasolina, como evidência de que as famílias estão lutando para manter seu padrão de vida. Declarações de figuras como o ex-Presidente Donald Trump e outros líderes do Congresso têm enfatizado a necessidade de políticas que promovam a independência energética e reduzam a regulamentação para estimular o crescimento econômico.

A oposição também tem questionado a eficácia das leis promulgadas pela administração, argumentando que elas não abordam adequadamente as causas-raiz da inflação ou que impõem encargos desnecessários às empresas. Eles propõem abordagens alternativas, como cortes de impostos, desregulamentação e um foco maior na produção doméstica de energia, como meios para fortalecer a economia e aliviar as pressões sobre os consumidores.

As críticas da oposição são frequentemente veiculadas em discursos públicos, entrevistas e plataformas de mídia social, visando moldar a percepção pública sobre a economia e as políticas governamentais. Eles buscam destacar as dificuldades enfrentadas pelos consumidores e empresas, contrastando-as com a narrativa otimista da Casa Branca.

Outros Indicadores Econômicos Relevantes

Além dos dados de emprego e inflação, outros indicadores fornecem uma visão mais completa da saúde econômica dos EUA. A confiança do consumidor, medida por pesquisas de organizações como o Conference Board e a Universidade de Michigan, reflete o otimismo ou pessimismo das famílias em relação às condições econômicas atuais e futuras. Em janeiro de 2024, o Índice de Confiança do Consumidor do Conference Board aumentou para 114,8, o nível mais alto desde o final de 2021.

As vendas no varejo, que medem os gastos dos consumidores, têm demonstrado resiliência, embora com variações mensais. Este indicador é crucial, pois o consumo pessoal representa uma parcela significativa do PIB dos EUA. Em dezembro de 2023, as vendas no varejo aumentaram 0,6% em relação ao mês anterior. A produção industrial e a utilização da capacidade também são monitoradas para avaliar a atividade no setor manufatureiro e de mineração, que tem enfrentado desafios como interrupções na cadeia de suprimentos e custos de energia.

O mercado imobiliário, sensível às taxas de juros, tem experimentado uma desaceleração nas vendas de casas e um arrefecimento nos preços em algumas regiões, após um período de forte valorização. As taxas de hipoteca, que subiram em resposta aos aumentos das taxas do Fed, impactaram a acessibilidade da moradia para muitos compradores. Em janeiro de 2024, a taxa média de hipoteca de 30 anos estava em torno de 6,6%. Todos esses dados contribuem para o quadro geral da economia, sendo analisados por diferentes partes interessadas para formar suas perspectivas e estratégias.

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