Trump Retarda Reduções de Gases do Efeito Estufa nos EUA

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As previsões para as reduções de gases do efeito estufa nos EUA encontram-se agora sob a influência das ações do Presidente Donald Trump, de acordo com análises recentes. Espera-se que o avanço na diminuição da poluição responsável pelo aquecimento do planeta seja notavelmente mais lento ao longo da próxima década. Este panorama representa um revés significativo para os esforços do país e da comunidade global no combate às mudanças climáticas, criando novos obstáculos no caminho da sustentabilidade.

A visão menos otimista reflete os impedimentos criados pela administração Trump para o desenvolvimento de energias eólica e solar no território americano. Tais barreiras se somam a amplos esforços para desmantelar proteções ambientais federais anteriormente estabelecidas, culminando em uma brusca inversão de rumo em relação à agenda climática anterior.

Este novo prognóstico pinta um cenário bem distinto do que poderia ter sido. Uma projeção anterior, divulgada no ano passado pela firma de pesquisa Rhodium Group, considerava as políticas climáticas então vigentes e estimava uma diminuição nas emissões de gases de efeito estufa americanas de até 56% até 2035. No entanto, após uma drástica reorientação nas diretrizes de energia e clima observada nos primeiros sete meses da gestão Trump, espera-se agora uma evolução significativamente mais modesta:

Trump Retarda Reduções de Gases do Efeito Estufa nos EUA

devem oscilar entre 26% e 35% ao longo da próxima década, tomando como referência os níveis de poluição registrados em 2005, conforme o recente relatório do Rhodium Group.

Impacto das Políticas na Ação Climática

O ritmo mais lento na redução da poluição atmosférica fica muito aquém das medidas necessárias para frear o aquecimento global. Este fenômeno já está se manifestando em um aumento da frequência de eventos climáticos extremos e outros desastres relacionados ao clima por todo o território dos Estados Unidos, exigindo atenção urgente para o avanço da redução de gases do efeito estufa.

Essa mudança abrupta representa um contraste notável desde 2024. O ex-Presidente Joe Biden havia estabelecido a ambiciosa meta de cortar as emissões americanas de gases do efeito estufa em pelo menos 50% nesta década, um compromisso assumido como parte da participação do país no acordo global de Paris. A Lei de Redução da Inflação (Inflation Reduction Act), promulgada por Biden em 2022, tinha a previsão de levar os EUA muito próximos a essa meta, estimando uma diminuição de cerca de 40% nas emissões até 2030, graças a incentivos fiscais generosos para energias livres de carbono e veículos elétricos. Além disso, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) sob a administração Biden implementou políticas para reforçar os limites de poluição de usinas de energia e transportes.

Direcionamento da Administração Trump

A gestão de Donald Trump adotou uma abordagem oposta. Com a “One Big Beautiful Bill Act”, a administração Trump está progressivamente eliminando os créditos fiscais concedidos para veículos elétricos e para projetos de energia solar e eólica. O Presidente demonstrou particular oposição aos desenvolvedores de energia eólica, chegando a interromper a construção de um projeto quase concluído na costa de Rhode Island, citando supostas preocupações com a segurança nacional, dificultando a continuidade da redução de gases do efeito estufa.

Paralelamente, a Agência de Proteção Ambiental (EPA), agora sob a alçada de Trump, não expressa mais a intenção de regulamentar as emissões de gases do efeito estufa. Em julho, a agência propôs revogar a histórica decisão de 2009 que lhe permitia regular esses gases conforme a Lei do Ar Limpo (Clean Air Act), fundamentada no risco que representam à saúde pública. A EPA declara que, caso a alteração da regra seja finalizada, e após superados os esperados desafios legais, todas as regulamentações resultantes sobre emissões de gases de efeito estufa para veículos e motores seriam derrubadas, o que, segundo eles, restabeleceria a “escolha do consumidor”.

Após receber dezenas de milhões de dólares em contribuições de campanha da indústria de combustíveis fósseis, Trump indicou Chris Wright, um ex-executivo de empresas de petróleo e gás, para liderar o Departamento de Energia. Recentemente, Wright qualificou os esforços para alcançar a meta de emissões líquidas zero – algo que pesquisadores consideram essencial até meados deste século para evitar um aumento ainda maior da temperatura média global – como um “desastre colossal” e um “programa monstruoso de empobrecimento humano”, demonstrando o desalinhamento com as metas para as reduções de gases do efeito estufa nos EUA.

Resistência das Energias Renováveis e Economia

Contrariando parte da narrativa, os EUA conseguiram, de fato, manter o crescimento econômico enquanto limitavam as emissões de gases do efeito estufa. Conforme dados da EPA, a poluição por esses gases no país em 2022 era 17% menor em comparação com os níveis de 2005. O avanço tecnológico e a busca por fontes de energia mais limpas têm contribuído para essa tendência.

Trump Retarda Reduções de Gases do Efeito Estufa nos EUA - Imagem do artigo original

Imagem: Cath Virginia via theverge.com

A previsão do Rhodium Group para as emissões incorpora uma gama de resultados potenciais, levando em conta não apenas a concretização das políticas propostas por Trump, mas também outros fatores econômicos, como os preços do petróleo e gás e os custos das tecnologias de energia limpa. É relevante notar que, mesmo sem os subsídios federais, a energia renovável ainda mantém sua competitividade de custo em relação ao gás, como apontado pelo Rhodium Group. Projetos de energia eólica, solar e de armazenamento associado representam uma parcela esmagadora de 95% da nova capacidade de geração de eletricidade aguardando conexão às redes de energia americanas.

Com a demanda por eletricidade em ascensão, impulsionada por data centers, inteligência artificial e veículos elétricos, as empresas de energia estão correndo para adicionar o máximo de capacidade possível. Em síntese, as fontes renováveis não desaparecerão do cenário das projeções e continuarão a contribuir para a diminuição das reduções de gases do efeito estufa nos EUA.

No entanto, essa progressão deve ocorrer em um ritmo mais lento à medida que a administração Trump se empenha em inclinar a balança a favor de mais combustíveis fósseis para suprir a crescente demanda por eletricidade. Segundo o Rhodium Group, as emissões de gases do efeito estufa nos EUA tiveram uma redução média anual de 1,1% desde 2005. No cenário mais pessimista traçado pela firma, esse ritmo poderia ser cortado pela metade, alcançando apenas uma redução de 0,4% ao ano até 2040, evidenciando o impacto da atual política.

É crucial monitorar de perto as implicações destas políticas na ação climática e na busca por um futuro mais sustentável. Para uma compreensão mais aprofundada sobre as questões relacionadas aos gases do efeito estufa e seus indicadores nos Estados Unidos, recomendamos a consulta aos dados oficiais em www.epa.gov/climate-indicators/greenhouse-gases.

Acompanhe mais análises sobre política e meio ambiente em nossa editoria para ficar por dentro dos desdobramentos que moldam o futuro do nosso planeta. Continue explorando as últimas notícias na área de Política para mais informações relevantes.

Crédito da imagem: Cath Virginia / The Verge, Getty Images


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