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O Discord se distancia de suspeito em ataque a Charlie Kirk após menções do serviço por autoridades em uma coletiva de imprensa e alegações de que a plataforma teria contribuído para a radicalização do suposto agressor, Tyler Robinson. A empresa nega categoricamente que o acusado de assassinar Charlie Kirk tenha utilizado a plataforma de mensagens para planejar seu crime ou para promover a violência. Essa posição foi oficializada após o serviço ser mencionado por agentes da lei durante uma conferência.
Em comunicado oficial dirigido ao portal The Verge, Jud Hoffman, vice-presidente de confiança e segurança do Discord, afirmou que a companhia não encontrou nenhuma evidência que indique que o suspeito, Tyler Robinson, tenha planejado o incidente ou incitado a violência através de seus canais. Esta declaração busca mitigar as especulações de envolvimento da plataforma em atividades ilícitas e refutar as acusações de radicalização que vêm sendo levantadas por influenciadores e políticos conservadores, os quais apontam o Discord como um ambiente propício para a doutrinação de jovens.
Discord se distancia de suspeito em ataque a Charlie Kirk
As autoridades forneceram detalhes sobre a investigação em uma coletiva de imprensa na sexta-feira, 12 de setembro de 2025, às 21h12 UTC. Durante o briefing, o Governador de Utah, Spencer Cox, relatou que investigadores haviam conversado com o colega de quarto de Robinson. Segundo Cox, o colega de quarto declarou que Robinson fez “uma piada no Discord”. Diante desta informação, os investigadores solicitaram acesso às mensagens, procedendo a tirar fotografias da tela enquanto cada uma era exibida, conforme detalhou o Governador.
Cox acrescentou que as imagens capturadas pelas autoridades compreendiam diversas comunicações, incluindo o conteúdo de mensagens trocadas entre um contato telefônico identificado como “Tyler”, acompanhado de um ícone de emoji. Algumas das mensagens registradas pelos oficiais continham referências específicas sobre ter deixado o rifle envolvido em uma toalha e sobre a gravação de balas, fatos que o Governador Spencer Cox mencionou explicitamente durante sua fala. Estes detalhes rapidamente alimentaram as preocupações e a discussão pública sobre o papel do Discord no caso.
Entretanto, a distinção feita pelo porta-voz do Discord é crucial. Embora a declaração inicial de Cox pudesse sugerir que o colega de quarto reportou que Robinson fez a “piada” diretamente no Discord, o Jud Hoffman da plataforma oferece uma versão diferente. De acordo com o porta-voz, a menção se refere a conversas entre o colega de quarto e uma terceira pessoa, ocorridas no Discord, onde eles discutiam comentários que Robinson teria feito em outro local, não na própria plataforma de mensagens. Esta é uma nuance que o Discord utiliza para defender-se de qualquer implicação direta no planejamento do crime.
“As mensagens referenciadas nos recentes relatórios sobre detalhes de planejamento não parecem ser mensagens do Discord”, explicou Hoffman. Ele esclareceu ainda mais: “Estas eram comunicações entre o colega de quarto do suspeito e um amigo, ocorridas após o tiroteio, onde o colega de quarto estava relatando o conteúdo de uma nota que o suspeito havia deixado em outro lugar.” Essa distinção é vital para a narrativa do Discord, buscando minimizar qualquer percepção de envolvimento ou negligência por parte da empresa.
Essa linha tênue entre os fatos é estrategicamente utilizada para distanciar a plataforma de mensagens do ataque e de seu planejamento. Em anos anteriores, o Discord enfrentou escrutínio por ter sido utilizado por múltiplos agressores em massacres, que usaram a plataforma para discutir retórica violenta e de ódio, e, em certos casos, para fornecer detalhes explícitos sobre os ataques em si. Essas situações renderam ao Discord e a serviços de streaming como Twitch uma intensa investigação, como a liderada pela Procuradora-Geral de Nova Iorque, Letitia James, para determinar se eles haviam contribuído para a violência online e a regulamentação de plataformas digitais.

Imagem: Andrew Harnik/Getty via theverge.com
Desde o ataque envolvendo Charlie Kirk, o Discord tornou-se um alvo ainda maior de influenciadores de direita, que continuam a alegar que alguns jovens atiradores de alto perfil são radicalizados e aliciados na plataforma. Figuras como Andy Ngo, conhecido por sua atuação nesse campo, publicaram conteúdos alegando que esses atos têm raízes no uso de plataformas como o Discord. De maneira similar, a influenciadora conservadora Laura Loomer traçou um paralelo entre o suposto uso do Discord pelo suspeito deste caso e o homem que tentou assassinar Donald Trump, afirmando que a plataforma foi a mesma utilizada pelo “assassino de Butler” para se comunicar com outras pessoas.
Em um contexto mais amplo de pressão política, a deputada republicana da Flórida, Anna Paulina Luna, instou o FBI a investigar redes de radicalização, alegando que plataformas online como o Discord estão sendo exploradas por extremistas para recrutamento e radicalização de indivíduos. As declarações dessas figuras amplificam a pressão sobre a plataforma para demonstrar um controle mais rigoroso sobre o conteúdo e a atividade de seus usuários.
Em resposta a essas acusações e após a menção do nome de Tyler Robinson, Jud Hoffman confirmou ao The Verge que o Discord removeu a conta do suspeito por violar sua política de comportamento fora da plataforma. “Condenamos veementemente a violência de qualquer tipo, incluindo a violência política, e continuaremos a coordenar de perto com as autoridades policiais”, afirmou Hoffman, reforçando o compromisso da empresa em colaborar com as investigações e manter um ambiente seguro para seus usuários, combatendo o uso indevido de seus serviços para atividades criminosas ou disseminação de ódio.
A situação reforça o debate contínuo sobre a responsabilidade das plataformas digitais em moderar conteúdos e prevenir o aliciamento e a radicalização. À medida que mais detalhes da investigação são revelados, o Discord mantém sua postura de cooperação e defesa, tentando provar sua inocência e transparência no complexo cenário da segurança online. Para se manter atualizado sobre este e outros temas que afetam o panorama político e social, explore nossa seção de Política para análises aprofundadas e notícias exclusivas.
Foto por Andrew Harnik/Getty Images
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