Spotify Lossless: Melhoria Sutil com Requisitos Específicos

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A experiência sonora oferecida pelo Spotify Lossless, a modalidade de áudio de alta fidelidade do popular serviço de streaming, revela uma melhoria notável em comparação com o formato de transmissão padrão, embora as diferenças em relação ao áudio de alta qualidade existente sejam menos evidentes. Conforme avaliação do editor de fim de semana da The Verge, Terrence O’Brien, publicada em 13 de setembro de 2025, o avanço, ainda que claro em cenários específicos, não é universalmente perceptível e depende significativamente do equipamento do ouvinte.

Para a maioria dos usuários que consomem música através de fones de ouvido sem fio, caixas de som Bluetooth ou diretamente dos alto-falantes de seus telefones, as distinções entre a qualidade de 320 Kbps do Spotify e seu áudio lossless podem ser completamente imperceptíveis. No entanto, aficionados por áudio que utilizam fones de ouvido com fio durante o trabalho ou possuem sistemas de som de alta qualidade, como os compatíveis com Spotify Connect, terão a capacidade de extrair ganhos tangíveis dessa tecnologia aprimorada. O veredito de O’Brien aponta para um progresso que, embora significativo para certos ouvintes, demanda uma configuração adequada para ser plenamente apreciado.

Spotify Lossless: Melhoria Sutil com Requisitos Específicos

Ao se comparar os fluxos de qualidade normal do Spotify, de 96 Kbps, com os novos arquivos FLAC lossless de 24 bits / 44,1 kHz, a disparidade é clara. Mesmo ouvintes sem treinamento técnico especializado geralmente percebem a diferença, uma vez que a compressão em 96 Kbps, apesar dos avanços na tecnologia, ainda acarreta perda perceptível, com frequências mais altas podendo soar distorcidas ou “embaralhadas”. Mudar da qualidade normal para a alta (320 Kbps) já oferece uma melhoria considerável e de fácil identificação. Contudo, ir além disso para o áudio lossless do Spotify, ou até mesmo para o hi-res lossless disponível em serviços concorrentes como Tidal e Apple Music, demonstra retornos progressivamente menores.

De fato, sob muitas circunstâncias, a maioria das pessoas provavelmente não conseguirá discernir as diferenças entre os fluxos de alta qualidade de 320 Kbps do Spotify e sua opção lossless. Gêneros musicais com muita compressão ou produção agressiva, como o hip-hop com samples de vinil “estalados”, gravações de metal com guitarras altamente distorcidas ou músicas eletrônicas com bumbos massivamente comprimidos, tendem a mascarar as nuances do lossless. Embora os detalhes existam — como os vocais de Kendrick Lamar mais nítidos em “Squabble Up” ou o violino de Sudan Archives em “Dead” soando mais vibrante —, eles podem ser facilmente perdidos em meio à intensidade sonora geral.

É em estilos musicais mais delicados, que enfatizam instrumentos acústicos e vocais, que o áudio lossless realmente se destaca em comparação com a configuração padrão de alta qualidade do Spotify. Durante seus testes, Terrence O’Brien utilizou o álbum “Pastel Blues”, de Nina Simone, um dos poucos títulos disponíveis em lossless no Spotify e em hi-res lossless na Apple Music e Tidal, como referência crucial. As melhorias entre o lossless e o áudio de alta qualidade são sutis, exigindo uma audição ativa para serem notadas. Detalhes como a textura ligeiramente distinta do ruído de fundo em “Strange Fruit” ou o som mais nítido dos pratos de “Sinnerman” podem passar despercebidos, a menos que o ouvinte esteja ativamente buscando por eles. Notavelmente, em gravações mais antigas, os picos de volume que causam distorção soam menos ásperos na versão lossless.

Superando os Desafios Técnicos para Otimizar sua Experiência Auditiva

Para desfrutar dos benefícios, mesmo que relativamente modestos, da qualidade lossless do Spotify, algumas considerações técnicas e de equipamento são essenciais. Primeiramente, a transmissão do Spotify Lossless não é compatível com o reprodutor web; é mandatório utilizar o aplicativo para desktop ou mobile. Outro ponto crítico é a limitação de largura de banda do Bluetooth, que geralmente não suporta áudio lossless. O próprio Spotify, em seu anúncio, ressalta que o sinal de áudio precisa ser comprimido antes de ser transmitido via Bluetooth. Desta forma, codecs como LDAC e aptX HD, que oferecem melhor desempenho mas não têm ampla compatibilidade, não alteram o fato de que a maioria das conexões Bluetooth comprometerá a fidelidade sonora.

Para captar as sutilezas da tecnologia lossless, a utilização de um bom par de fones de ouvido com fio é altamente recomendada, em detrimento dos modelos sem fio, como AirPods. Embora a diferença possa ser notada em caixas de som de alta qualidade, a percepção dos detalhes é facilitada em fones de ouvido, minimizando o ruído ambiente. Adicionalmente, o recurso lossless deve ser habilitado individualmente em cada dispositivo, já que não é uma configuração que sincroniza automaticamente entre eles. Uma ilustração de “Como habilitar o áudio lossless” foi fornecida na imagem original de Spotify.

Spotify Lossless: Melhoria Sutil com Requisitos Específicos - Imagem do artigo original

Imagem: The Verge via theverge.com

A Controvérsia do Hi-Res Lossless e a Perspectiva Audiófila

O Spotify tem recebido críticas por limitar seu suporte lossless a 24 bits / 44,1 kHz, enquanto serviços concorrentes como Tidal, Apple Music e Qobuz oferecem áudio FLAC hi-res de 24 bits / 192 kHz. No entanto, O’Brien argumenta que os usuários não estão perdendo uma experiência essencialmente superior. Embora reconheça que pode haver uma diferença marginal entre o lossless padrão e o hi-res lossless, as melhorias são consideradas extremamente sutis e não compensam a complexidade envolvida. A reprodução de áudio em 192 kHz frequentemente requer hardware adicional, como um conversor digital-analógico (DAC) externo, que pode variar de um dongle de baixo custo (a partir de US$ 50) para um smartphone até equipamentos sofisticados de US$ 15.000 para audiófilos mais extremos. O autor menciona que este cenário eleva barreiras significativas para o consumidor médio.

Durante seus próprios testes, comparando Spotify Lossless, Apple Music e Tidal (em lossless e hi-res lossless) via um MacBook Air conectado a uma Focusrite Scarlett 18i20 de quarta geração, O’Brien utilizou monitores de estúdio PreSonus Eris E5 e fones de ouvido Sony MDR-7506 e TMA-2 Studio Wireless+ da AIAIAI. Mesmo com um sistema dedicado, ele relata ter dedicado tempo extenso para garantir a reprodução de áudio em 192 kHz e igualar o volume entre os serviços, questionando ao final se estava imaginando as diferenças. Em uma audição lado a lado, ele percebeu uma clareza marginalmente maior na versão hi-res lossless de “Strange Fruit” da Apple Music em comparação com a versão lossless padrão do Spotify. Notou também que o FLAC lossless padrão da Apple parecia um pouco menos ruidoso que o FLAC do Spotify, sugerindo possíveis diferenças na codificação. Ele, de fato, não conseguiu distinguir entre as versões lossless e hi-res lossless da Apple reproduzidas consecutivamente.

A largura de banda é outro fator crítico para arquivos hi-res lossless. A menos que os arquivos sejam baixados para reprodução offline, as limitações da rede se tornam um problema considerável. A Apple Music, por exemplo, frequentemente engasgava ao tentar avançar em uma faixa hi-res, com pausas momentâneas após os segundos iniciais da música.

Em suma, a grande maioria dos consumidores ouve música via fones de ouvido Bluetooth, que, como vimos, não são compatíveis com áudio lossless. Para aqueles com fones de ouvido com fio de boa qualidade ou caixas de som robustas, o áudio lossless do Spotify pode trazer uma melhoria sutil, porém perceptível, na experiência de audição. Contudo, não há motivos para cobiçar excessivamente os serviços que oferecem áudio hi-res, dada a pequena diferença auditiva e os requisitos de hardware e conectividade.

Para se aprofundar em mais análises de serviços e tecnologias, e para continuar a descobrir como a inovação impacta seu dia a dia, explore outras reportagens e opiniões de nossa equipe.

Crédito da imagem: The Verge


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