Cargos de terrorismo contra Luigi Mangione são arquivados em NY

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Os **cargos de terrorismo contra Luigi Mangione** no caso estadual de Nova York foram oficialmente retirados em uma audiência judicial realizada na terça-feira, 16 de setembro de 2025. Este desdobramento representa uma vitória significativa para a defesa do homem acusado de assassinar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, em dezembro de 2024. A decisão da corte foi acompanhada de perto por uma multidão de apoiadores, membros da imprensa e curiosos, que testemunharam um dia menos tumultuado em comparação com audiências anteriores.

Desde que Luigi Mangione foi indiciado pela morte de Brian Thompson, seu caso atraiu intensa atenção pública, alimentada por um fenômeno midiático incomum que oscila entre o escrutínio sério e a cultura dos memes. O acusado enfrenta, simultaneamente, três processos criminais distintos: um em Nova York, outro em um tribunal estadual da Pensilvânia e um terceiro em âmbito federal. A audiência da última terça-feira, a mais recente etapa jurídica em um emaranhado legal, foi crucial para definir rumos específicos do processo em solo nova-iorquino, principalmente com a reiteração da remoção das acusações relativas a atos terroristas. A revogação destes cargos eleva questionamentos sobre as definições legais de terrorismo, um tópico que a própria legislação dos Estados Unidos busca frequentemente refinar e recontextualizar para o cenário contemporâneo, conforme discutido por instituições como a Cornell Law School sobre o conceito de terrorismo.

Cargos de terrorismo contra Luigi Mangione são arquivados em NY

A atmosfera em frente ao tribunal em Manhattan, em 16 de setembro, contrastou notavelmente com o fervor de fevereiro, quando centenas de pessoas se reuniram para uma audiência de rotina. Desta vez, embora a presença fosse menor, a paixão dos apoiadores parecia amplificada. Relatos indicam que os primeiros na fila chegaram dois dias antes para garantir um lugar, um indicativo da persistência do interesse. Autoridades e a polícia implementaram medidas mais rigorosas para controlar o acesso, mantendo a maior parte do público na calçada e evitando a aglomeração intensa nos corredores internos, prática observada na audiência anterior.

Mason Alexander, um dos poucos a conseguir um lugar na primeira audiência em fevereiro, chegou às 23h da noite anterior, mas foi o 25º da fila, perdendo a chance de entrar desta vez. Alexander expressou à reportagem do The Verge que, embora as ações de Mangione não sejam algo para se celebrar, o caso acendeu um holofote vital sobre as complexidades do sistema de saúde americano, uma questão que ele considera de suma importância para a população. Acreditava que a visibilidade gerada estimulou o diálogo público sobre o tema.

O grupo “People Over Profit NYC”, uma organização que defende reformas na saúde com foco particular no caso Mangione, organizou mais um comício na área externa do tribunal. A manifestação incluía elementos visuais impactantes, como uma roda giratória simulando um sistema de aprovação e negação de planos de saúde, além de adereços temáticos. Contudo, em comparação com seis meses antes, a quantidade de jornalistas e equipes de TV superava a dos manifestantes, um sinal da potencial fadiga do público ou, como um participante anônimo sugeriu, do clima político mais hostil. Além disso, a recente morte de Charlie Kirk em Utah e a repressão subsequente a comentários nas redes sociais criaram um ambiente onde os defensores de Mangione podem se sentir relutantes em expor-se.

Decisão Judicial e Repercussões

No interior do tribunal, Luigi Mangione compareceu vestido com um uniforme prisional cáqui e algemado nos tornozelos, pulsos e cintura – um ponto de constante objeção por parte de sua equipe de defesa, que argumenta que tal exibição pode ser prejudicial a um julgamento justo. Durante a espera pela sua entrada, o ambiente foi descrito como de expectativa, com os presentes olhando a cada ruído, uma sensação comparada por alguns à de uma cerimônia. Ao entrar, o barulho das algemas era audível. Embora alguns comentários online descrevessem Mangione como pálido e emocional, a impressão geral da imprensa presente foi de uma postura profissional durante os 20 minutos de audiência, sem revelações aprofundadas sobre sua personalidade.

O ponto central da audiência foi a decisão do Juiz Gregory Carro, responsável pelo caso estadual em Nova York, de arquivar duas acusações importantes relacionadas a terrorismo. A Promotoria argumentou que o assassinato de Brian Thompson teve como objetivo intimidar ou coagir uma população civil. No entanto, o Juiz Carro concluiu que tais alegações eram juridicamente insuficientes. Em essência, o magistrado afirmou que, sob a legislação de Nova York, o suposto motivo ideológico de Mangione não se encaixava na definição legal de terrorismo. “Embora o réu expressasse claramente animosidade em relação à UHC [UnitedHealthcare] e à indústria da saúde em geral, não se segue que seu objetivo era intimidar e coagir uma população civil, e, de fato, não houve evidência apresentada de tal objetivo”, declarou o juiz. A notícia foi recebida com reações discretas, porém audíveis, de alguns apoiadores presentes no tribunal, resultando em uma repreensão por parte de um oficial de segurança. Luigi Mangione, todavia, continua a enfrentar acusações de homicídio em segundo grau no processo de Nova York.

Cargos de terrorismo contra Luigi Mangione são arquivados em NY - Imagem do artigo original

Imagem: Timothy A. Clary via theverge.com

Outros Aspectos do Julgamento

Em outras petições apresentadas pela defesa, Mangione obteve menos sucesso. Sua equipe argumentou que os processos estaduais e federais em curso simultaneamente configuravam “duplo julgamento” (double jeopardy), uma violação da Constituição dos EUA que proíbe que um réu seja processado duas vezes pelo mesmo crime. Contudo, o Juiz Carro rejeitou esse argumento. A defesa de Mangione também havia solicitado que o caso federal, que pode levar à pena de morte, prosseguisse antes do estadual. Essa requisição para suspender o caso estadual também foi negada na terça-feira. A próxima audiência referente ao caso estadual de Nova York está marcada para 1º de dezembro, com Mangione devendo comparecer ao tribunal federal poucos dias depois.

A atenção pública ao caso de Luigi Mangione, sua imagem e seu destino, estão intrinsecamente conectados. A cobertura e o engajamento da sociedade parecem depender de suas aparições públicas em tribunais, que são esporádicas. Este espetáculo público do caso é uma constante: os advogados de Mangione já se opuseram formalmente à presença de algemas durante suas aparições judiciais, cujas fotos são amplamente divulgadas, argumentando que prejudicam a percepção de seu direito a um julgamento justo. Há também a defesa pela anulação do júri (jury nullification), quando um júri absolve um réu mesmo acreditando que ele cometeu o crime. Mas mesmo essa tática exige uma vasta campanha de comunicação em um cenário midiático disperso e com atenção fugaz. Este ciclo de aparições de Mangione nas mídias sociais, seguido de seu breve desaparecimento, e posterior retorno a cada atualização judicial, molda a narrativa pública sobre ele.

O arquivamento de duas acusações de terrorismo em Nova York marca um ponto de inflexão importante na complexa batalha legal de Luigi Mangione. As próximas audiências em dezembro serão cruciais para o desenrolar dos casos estaduais e federais, mantendo viva a discussão sobre as nuances da justiça, a reforma do sistema de saúde e o papel da mídia. Para acompanhar de perto todos os desdobramentos sobre casos de grande impacto e análises sobre a conjuntura jurídica e política, continue explorando nossa editoria de Política, onde aprofundamos debates que moldam o cenário nacional e global.

Foto: Timothy A. Clary / AFP via Getty Images


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