Bateria do iPhone Air: Inovação Fundamental Além do Design

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A bateria do iPhone Air representa, segundo especialistas da indústria, a verdadeira revolução tecnológica incorporada ao novo aparelho da Apple. Enquanto o design fino e o minucioso trabalho de engenharia na placa lógica impressionam, a verdadeira inovação estaria, de acordo com o co-fundador e CEO da Sila, Gene Berdichevsky, alojada no interior de seu gabinete de alumínio e vidro. Berdichevsky, uma figura de proa no campo das baterias, sugere que o avanço vai muito além da estética do smartphone.

A tecnologia que alimenta o mais recente iPhone Air é notável, conforme relato de Berdichevsky à TechCrunch. Ele descreveu a bateria com uma forma bidimensional que considera “completamente arbitrária” e “bastante incrível”. Recentemente, após uma viagem à Ásia, o especialista teve a oportunidade de observar algumas dessas células de perto, reiterando que se trata de uma peça “revolucionária de tecnologia de bateria”.

A vasta experiência de Berdichevsky no setor confere peso às suas observações. Ele foi o sétimo funcionário da Tesla, liderando o desenvolvimento da bateria do Roadster original, um projeto que estabeleceu o modelo para todos os veículos Tesla subsequentes. Atualmente, ele comanda a Sila, empresa dedicada à produção de materiais de ânodo de silício para eletrônicos de consumo e, futuramente, para veículos elétricos. Este histórico solidifica sua autoridade na avaliação da

Bateria do iPhone Air: Inovação Fundamental Além do Design

, ressaltando o impacto potencial desta nova abordagem.

O design distintivo com entalhe do iPhone Air é viabilizado por uma tecnologia patenteada pela Apple conhecida como bateria “metal can”. A característica essencial está no nome: um invólucro metálico que envolve completamente a célula, proporcionando robustez e durabilidade física. Diferente das baterias tipo pouch cell, predominantemente usadas em eletrônicos de consumo – que possuem um invólucro plástico macio, mais barato de fabricar e que permite certo grau de inchaço – a versão com invólucro metálico representa um salto em segurança e flexibilidade de design. Enquanto as baterias de íon-lítio tendem a inchar naturalmente, essa tecnologia promete mitigar problemas de durabilidade.

A Apple já utiliza baterias em formato de “L” nos iPhones há anos, um design que cria um ponto de pressão interno onde o canto da letra “L” se encontra, justamente quando ocorre o inchaço. Segundo Berdichevsky, as baterias convencionais nesses formatos eram “muito temperamentais”, e a nova tecnologia “metal can” as torna virtualmente “à prova de balas”. Isso permite a construção de baterias em qualquer formato bidimensional desejado, liberando os engenheiros para explorar configurações espaciais antes impossíveis para otimização do hardware interno.

O invólucro metálico permite que a Apple otimize ao máximo o espaço restrito dentro do iPhone Air. Conforme o executivo da Sila, essas baterias conseguem se posicionar “muito perto das bordas”, contornando os componentes internos. Esta capacidade única de adaptação permite que a bateria se acomode em qualquer área livre após a disposição das diversas placas de circuito. Em um dispositivo como o iPhone, onde cada milímetro é crucial, essa maleabilidade na arquitetura da bateria pode significar um ganho substancial em capacidade energética ou na inserção de outras funcionalidades.

Berdichevsky projeta que, a despeito do custo adicional, a maioria dos telefones eventualmente adotará as baterias “metal can”. Ele enfatiza que o aumento no armazenamento de energia proporcionado justificará o investimento extra por parte das fabricantes. A inovação também será crucial para dispositivos menores e emergentes, como óculos de Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR). O CEO revelou ter visto alguns protótipos na China utilizando essa tecnologia, reiterando que ela oferece uma melhoria ainda mais significativa na densidade de energia, permitindo o encaixe em “formas estranhas”, que são características desses novos aparelhos.

Bateria do iPhone Air: Inovação Fundamental Além do Design - Imagem do artigo original

Imagem: techcrunch.com

A decisão da Apple de implementar uma bateria tão complexa é, provavelmente, o motivo pelo qual a empresa ainda não substituiu os ânodos de carbono em suas baterias de íon-lítio por versões com alto teor de silício, conhecidas como silício-carbono. Berdichevsky explica que, ao introduzir um novo design de bateria tão ambicioso, é comum que a empresa prefira manter uma “química de ontem” para o material do ânodo, a fim de simplificar o processo de transição e mitigar riscos em fases de desenvolvimento iniciais. Para mais detalhes sobre o funcionamento geral dessas tecnologias, pode-se consultar a página da Bateria de Íon-Lítio na Wikipédia.

No entanto, a adoção da construção “metal can” poderá, no futuro próximo, pavimentar o caminho para a introdução de ânodos de silício. Ânodos de silício puros podem armazenar aproximadamente 50% mais energia do que os tradicionais ânodos de grafite. O principal desafio é que o silício é propenso a inchar consideravelmente durante os ciclos de carga e descarga. Empresas como a Sila desenvolveram métodos proprietários para gerenciar esse inchaço dentro do próprio material, mas ainda é necessário que a célula seja projetada para lidar com esse fenômeno.

“Isso definitivamente ajudará a introduzir o silício neste tipo de dispositivo”, afirmou Berdichevsky, adicionando que a tecnologia “nos permite ultrapassar ainda mais os limites de desempenho”. Historicamente, a indústria enfrentou uma série de concessões entre densidade energética e durabilidade em relação ao inchaço. A bateria “metal can”, embora não elimine o desafio do inchaço do silício, oferece um ambiente mais controlado que permite “empurrar um pouco mais” essas barreiras. Essa capacidade de gerenciamento e otimização é, para ele, “bastante revolucionária”, prometendo impactar não apenas os smartphones, mas todo o panorama dos eletrônicos e veículos elétricos.

A inovação na bateria do iPhone Air destaca o papel crucial da pesquisa e desenvolvimento em materiais para eletrônicos modernos, transcendendo a superficialidade do design para oferecer avanços substanciais em autonomia e performance. Continue acompanhando as últimas notícias e análises sobre tecnologia e o futuro da inovação em nossa editoria de Análises, e mantenha-se informado sobre como essas tendências moldam o nosso dia a dia.

Crédito da Imagem: Tim De Chant


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