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A discussão sobre livros que transformaram vidas ganha destaque em um mundo cada vez mais conectado à tecnologia, onde a leitura profunda permanece uma força potente para o desenvolvimento pessoal. Na redação do The Verge, um veículo focado em notícias, análises e revisões sobre tecnologia e seu cruzamento com a vida cotidiana, reconhece-se que as obras literárias exercem uma influência única e significativa. Livros, sejam eles ficcionais ou informativos, divertidos ou filosóficos, podem alterar perspectivas e proporcionar um impacto notável no trajeto de cada indivíduo.
Essa percepção levou a equipe a realizar um levantamento interno para descobrir quais obras literárias deixaram uma marca indelével em suas trajetades. Os relatos abrangem desde ficção fantástica até livros de receitas, mostrando a diversidade das experiências. Interessantemente, muitas das obras que mais impactaram a equipe foram lidas na juventude, e duas delas eram especificamente livros de culinária, ressaltando como a leitura assume formas variadas e profundas.
Livros que Transformaram Vidas: Reflexões da Equipe The Verge
A iniciativa consistiu em pedir a cada membro da equipe que indicasse um livro que transformou sua vida ou alterou significativamente sua percepção do mundo. O resultado é um mosaico de títulos e histórias, cada um acompanhado pela explicação do porquê se tornou tão essencial para quem o escolheu. Este exercício sublinha a crença de que a leitura transcende o mero entretenimento, servindo como uma ferramenta poderosa para a transformação individual, tal como detalhado em estudos sobre os benefícios da leitura na vida adulta, que comprovam sua capacidade de aprimorar diversas capacidades cognitivas e emocionais.
Barbara Krasnoff, editora de resenhas: Elfquest, de Wendy e Richard Pini
Barbara Krasnoff relata que, na sua juventude, a série de graphic novels “Elfquest” por Wendy e Richard Pini causou um grande impacto. A obra explorava um conceito central que definia o modo de vida dos lobos-elfos: a vivência no presente, sem grandes preocupações com o futuro, apenas a apreciação do agora, a menos que seu modo de existência fosse diretamente ameaçado. Embora admita que ainda sente preocupações, especialmente em um cenário político desafiador, a lição primordial da série a ensinou a não temer a inevitabilidade da morte ou outras situações que estão além de seu controle. Este princípio, de desfrutar o momento e valorizar o que está presente, é uma filosofia que a tem servido de forma eficaz ao longo das últimas décadas.
Sean Hollister, editor sênior: The Calvin and Hobbes Tenth Anniversary Book, de Bill Watterson
Sean Hollister considera-se um privilegiado por ter crescido acompanhando a produção de Calvin e Hobbes, de Bill Watterson, recordando com carinho os dias em que vasculhava o jornal em busca das tiras mais recentes. Para ele, é uma das poucas experiências da vida que julga ter sido perfeita do começo ao fim. Apesar da tristeza que sentiu ao ler a última tira em 31 de dezembro de 1995, a coletânea “The Calvin and Hobbes Tenth Anniversary Book” proporcionou um conforto essencial e um respeito ainda maior por Watterson e sua dedicação artística. O livro é uma retrospectiva dos dez anos da tira e oferece comentários inéditos do recluso artista, além de insights sobre seu processo criativo. Hollister ficou especialmente tocado pelas histórias sobre a resistência de Watterson em licenciar seus personagens e sua dedicação inabalável à integridade de sua obra. Se quando criança ele já amava Calvin e Hobbes, a leitura desta antologia como adulto aprofundou sua apreciação, servindo hoje como um lembrete valioso de que está tudo bem em criar por pura paixão, sem a obrigação imediata de mercantilizar o trabalho em busca de lucro máximo.
Andrew Liszewski, repórter sênior: Chicka Chicka Boom Boom, de Bill Martin Jr. e John Archambault
Embora Andrew Liszewski pessoalmente tenha sido profundamente impactado por “A Tale for the Time Being”, de Ruth Ozeki, com sua narrativa emocionante que conecta pessoas e tempos, sua escolha para este relato é “Chicka Chicka Boom Boom”, de Bill Martin Jr. e John Archambault, por uma razão muito especial: seu filho de 16 meses. Liszewski tem se encantado ao observar o fascínio do filho pela leitura, e nenhum outro livro consegue prender a atenção do menino como este. Embora o filho ainda não decifre as palavras, ele já vira as páginas na orientação correta, toca as imagens, emite sons de aprovação e concentra-se intensamente antes de prosseguir. A cada leitura, o filho o observa como se ele estivesse declamando um texto sagrado. Para Liszewski, este livro tem o poder de transformar um dia ruim, dele e de seu filho, e pode ser lido incansavelmente. Ele espera guardar a lembrança do primeiro livro que seu filho ler em voz alta, mas não quer esquecer esta obra inicial que, de fato, transformou a pequena vida do seu filho, marcando seu início no mundo da leitura.
Cameron Faulkner, editora de comércio: Little Women, de Louisa May Alcott
Aos oito anos, Cameron Faulkner pegou “Little Women”, de Louisa May Alcott, na biblioteca, iniciando uma paixão duradoura pela literatura do século XIX e consolidando a aspiração de se tornar uma escritora, assim como Jo March. Além da inspiração literária, a obra também a ensinou a defender a si mesma. Esse aprendizado se manifestou de forma singular quando ela tentou comprar sua própria cópia do livro através de um programa escolar. Ao receber uma versão abreviada, sentiu-se completamente chocada. Sua mãe sugeriu que ela pedisse à professora para devolver o livro, incluindo uma carta explicando seu descontentamento. Cameron então redigiu uma carta veementemente indignada, da qual lamenta não ter cópia, protestando contra a prática de cortar um romance tão maravilhoso e a presunção de que uma criança moderna não poderia compreender a versão original. Esse episódio, descreve ela, foi seu primeiro, mas não último, ato de rebelião, exemplificando o poder dos livros que transformaram vidas através de ensinamentos de autodefesa.

Imagem: Cath Virginia via theverge.com
Barbara Krasnoff, editora de resenhas: Four Thousand Weeks: Time Management for Mortals, de Oliver Burkeman
Barbara Krasnoff aborda um tema pesado, revelando que pensa bastante na morte, uma consequência da perda de toda sua família imediata em um intervalo de três anos. Uma das coisas que a atormentava com a partida de seus pais era que, no fim, ambos desejavam mais tempo, um desejo que ela compartilha. No entanto, ela sempre teve dificuldades em usar bem o tempo que possui, vivendo com um medo constante de morrer sem ter aproveitado ao máximo sua existência. Ela leu vários livros sobre o tema, buscando aumentar a produtividade e apaziguar esse medo, mas foi somente no mês passado que encontrou paz com “Four Thousand Weeks: Time Management for Mortals”, de Oliver Burkeman. A tese central da obra — que o tempo é irrevogavelmente finito, e que isso, por si só, é um presente — foi a primeira a realmente ajudá-la. O livro, mais que um guia de autoajuda, explora a filosofia do tempo e o que fazemos com as aproximadamente 4.000 semanas que cada um de nós tem. Ele fundamentalmente alterou sua abordagem em relação ao trabalho, amizades, família e como ela gasta seu tempo. Ela agora aceita que não fará tudo o que deseja em sua vida, e, pela primeira vez, sente-se em paz com essa realidade. Um verdadeiro entre os livros que transformaram vidas de uma maneira filosófica.
Victoria Song, revisora sênior: Just Add Sauce: A Revolutionary Guide to Boosting the Flavor of Everything You Cook, de America’s Test Kitchen
Victoria Song admite que, ao cozinhar, frequentemente assume receitas bem mais complexas do que suas habilidades de iniciante permitem. Ao se deparar com “Just Add Sauce: A Revolutionary Guide to Boosting the Flavor of Everything You Cook”, de America’s Test Kitchen, na biblioteca, ela pensou que havia encontrado o livro ideal. A obra a agradou tanto que decidiu comprar sua própria cópia. O livro, como esperado das publicações de America’s Test Kitchen, oferece muitas receitas excelentes, mas também incentiva uma nova forma de pensar sobre a culinária, dividindo os pratos em componentes mais básicos. O conceito de “molho” é vasto neste guia, abordando desde salsas e molhos para cozinhar até molhos para salada e refogados. Além disso, o livro apresenta diversas variações e ideias para improvisar versões personalizadas, o tipo de auxílio exato que ela buscava para sua culinária caseira. O maior elogio que pode fazer à obra veio após um jantar com convidados, que, ao levarem as sobras para casa, fizeram questão de também incluir um pouco do molho chimichurri.
Allison Johnson, revisora sênior: I Dream of Dinner (so You Dont Have To), de Ali Slagle
Para Allison Johnson, cozinhar sempre foi uma de suas principais formas de relaxamento. No entanto, durante a gravidez de sua filha, a náusea e o mal-estar a impediam de se dedicar à cozinha. Após o parto, ansiosa para retornar à atividade, uma amiga recomendou “I Dream of Dinner (so You Dont Have To)”, um livro de receitas de Ali Slagle, frequente colaboradora do New York Times Cooking. O livro tornou-se um companheiro de confiança naqueles primeiros dias do pós-parto, com seus pratos fáceis e reconfortantes que a ajudaram a se reencontrar. Desde então, a obra revolucionou seu modo de preparar o jantar: Slagle enfatiza receitas rápidas e simples com ingredientes bem selecionados, e nenhuma das refeições exige mais de vinte minutos de preparo ativo. A autora sempre oferece alternativas para variar os perfis de sabor ou adaptar à disponibilidade de ingredientes. Allison já presenteou inúmeras vezes o livro nos últimos anos, tornando-o um de seus livros que transformaram vidas e hábitos culinários.
Esses relatos evidenciam a profunda e diversificada influência que os livros podem exercer em nossas vidas, modelando desde filosofias pessoais até paixões cotidianas como a culinária. De histórias em quadrinhos a tratados sobre o tempo, cada indicação revela como a leitura transcende o mero lazer para se tornar uma ferramenta de autodescoberta e transformação. Para continuar explorando a relação entre cultura, tecnologia e o impacto de diversas formas de expressão em nosso cotidiano, convidamos você a navegar por outras análises em nossa editoria.
Crédito da imagem: Cath Virginia / The Verge, Getty Images
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