Bluesky: Tudo Sobre a Plataforma Que Desafia o X de Musk

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Nos últimos anos, com as diversas transformações em plataformas sociais, um nome vem ganhando destaque como alternativa robusta: **Bluesky**. Concebida para ser um concorrente direto do X, antiga rede Twitter de Elon Musk, a plataforma registrou um crescimento expressivo e atraiu milhões de usuários que buscam uma experiência descentralizada. Este guia detalha a ascensão do Bluesky, seus diferenciais e a proposta de uma nova era para a interação online.

A iniciativa para o desenvolvimento do Bluesky surgiu em 2019, idealizada por Jack Dorsey enquanto ainda exercia a função de CEO do Twitter. Na época, Dorsey manifestou o desejo de financiar uma equipe independente focada na criação de um padrão descentralizado para mídias sociais, visando eventualmente a adoção desse padrão pelo próprio Twitter. No entanto, após a aquisição do Twitter por Elon Musk, a trajetória do Bluesky desvinculou-se completamente do X, consolidando-se como uma entidade totalmente independente e guiada por sua própria visão de futuro.

Bluesky: Tudo Sobre a Plataforma Que Desafia o X de Musk

Atualmente operando como uma corporação de benefício público independente, o Bluesky é liderado pela CEO Jay Graber, marcando uma fase crucial após a saída de Jack Dorsey de seu conselho em maio de 2024. A plataforma alcançou mais de 30 milhões de usuários até fevereiro de 2025, um avanço notável que, em grande parte, foi impulsionado por decisões controversas do X. Entre elas, destacam-se a criticada alteração no recurso de bloqueio e a permissão para que empresas terceirizadas treinassem suas inteligências artificiais com posts dos usuários. O aplicativo também viu um aumento significativo após as eleições presidenciais nos EUA em 2024, evidenciando seu papel como refúgio para usuários insatisfeitos com outras redes. Embora o número seja promissor, seu ritmo de crescimento diminuiu em comparação com os 275 milhões de usuários ativos mensais do Threads, plataforma da Meta.

A interface do Bluesky espelha, em muitos aspectos, a simplicidade e a funcionalidade que antes eram marcas registradas do Twitter. Ao se inscrever, os usuários criam um nome de usuário, exibido como `@nome.bsky.social`, além de um nome de exibição mais proeminente. Existe também a possibilidade de vincular um domínio próprio ao nome de usuário. O funcionamento para interações é direto: posts de até 256 caracteres, com suporte a fotos, podem ser criados, respondidos, repostados e curtidos. Funções adicionais como denúncia e compartilhamento também estão presentes através de um menu contextual.

O feed inicial apresenta as atualizações dos indivíduos seguidos. O antigo feed “O que há de quente” foi substituído por um feed “Descobrir”, que utiliza um algoritmo para oferecer conteúdo personalizado, expandindo o escopo para além das postagens em tendência. Para auxiliar novos membros, o Bluesky implementou um recurso “Pacote Inicial” (Starter Pack), que sugere uma lista curada de pessoas e feeds para seguir, facilitando a descoberta de conteúdo relevante desde o primeiro acesso. Os perfis de usuário, por sua vez, contam com imagem de perfil, fundo, biografia, métricas e seções divididas entre “posts” e “posts & respostas”, similar ao X, e em janeiro de 2025, uma aba de vídeo foi adicionada. A navegação inclui ainda uma aba “Descobrir” que apresenta sugestões de usuários e um feed de atualizações recentes. Uma inovação recente é a introdução de um feed de vídeos verticais em janeiro de 2025, visando competir com o formato do TikTok.

A adesão ao Bluesky reflete seu apelo como uma alternativa significativa. Em julho de 2023, após o lançamento do Threads, o aplicativo ultrapassou um milhão de downloads nas plataformas iOS e Android. Figuras públicas notáveis como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, o empresário Mark Cuban, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e veículos de notícias como Bloomberg e The Washington Post, estabeleceram presença na plataforma. A partir de agosto de 2024, chefes de estado passaram a ter a opção de aderir, e em 2025, políticos proeminentes dos EUA, como Barack Obama e Hillary Clinton, também criaram contas. Em maio do mesmo ano, o Bluesky começou a verificar usuários notáveis com um distintivo azul, resgatando um sistema similar ao antigo selo de verificação do Twitter.

O modelo de negócios do Bluesky diverge do padrão de plataformas sociais que dependem da publicidade. O objetivo principal é garantir a sustentabilidade da rede por meio de serviços pagos, mantendo-a gratuita para os usuários finais, sem a necessidade de vender dados para anúncios. Em julho de 2023, o Bluesky anunciou um financiamento inicial adicional e um serviço pago para domínios personalizados, permitindo que os usuários tenham um identificador único. Em novembro de 2024, a plataforma levantou US$ 15 milhões em uma rodada Série A e está desenvolvendo um serviço de assinatura, o “Bluesky+”, que promete funcionalidades premium como uploads de vídeo de alta qualidade e personalizações de perfil, distinguindo-se das ofertas “pague para ganhar” do X. Além disso, em dezembro de 2024, Peter Wang lançou um fundo de US$ 1 milhão, chamado Skyseed, para apoiar desenvolvedores que criam projetos baseados no AT Protocol.

A essência do Bluesky reside em seu AT Protocol (Authenticated Transfer Protocol), uma estrutura de código aberto desenvolvida internamente que confere transparência sobre sua construção e desenvolvimento. O projeto foi iniciado por Dorsey em 2019 com a intenção de criar um padrão descentralizado para mídias sociais. Diferentemente de redes sociais centralizadas como Instagram ou o próprio X, que controlam o acesso via APIs e podem restringir comunidades de desenvolvedores, o AT Protocol visa construir a “Web 2.0” de forma aberta e distribuída. Essa arquitetura federada permite que comunidades independentes operem dentro da rede, oferecendo aos usuários a liberdade de escolher (e sair) de servidores, mantendo seus seguidores e dados. Aplicativos como Flashes (cliente de visualização de fotos), Spark (aplicativo similar ao TikTok) e Skylight Social (apoiado por Mark Cuban) já são exemplos do ecossistema em construção. Para aprofundar a compreensão sobre o que significa um ambiente social descentralizado, o portal TechCrunch oferece diversos conteúdos relevantes sobre o tema.

No âmbito da segurança e moderação, o Bluesky implementou diversas medidas. Em outubro de 2023, introduziu a verificação por e-mail para aumentar a segurança da conta, e o aplicativo passou a sinalizar links potencialmente enganosos. Em dezembro de 2023, permitiu que usuários optassem por não expor seus posts na web pública, atendendo a uma demanda de privacidade. A política de personificação foi reforçada em dezembro de 2024 para combater a representação indevida de contas e a apropriação de identificadores, além da adição de selos de verificação em maio de 2025, que não podem ser comprados, como no X.

Apesar dos avanços, o Bluesky enfrentou desafios significativos relacionados à moderação de conteúdo desde seu lançamento. Acusações de falha em proteger usuários marginalizados e na moderação de conteúdo racista geraram controvérsias, inclusive uma “greve de posts” em dezembro de 2024, motivada pela permissão de termos racistas em nomes de usuário. Incidentes como a breve suspensão e reintegração do escritor Jesse Singal, após inúmeros relatos de usuários sobre seu conteúdo ser considerado intolerante, evidenciaram as dificuldades inerentes ao crescimento. Para combater esses problemas, o Bluesky tem expandido sua equipe de moderação, atingindo cerca de 100 membros em janeiro de 2025, e aprimorado ferramentas automatizadas, lançando a Ozone em março de 2024, que permite aos usuários criarem seus próprios serviços de moderação independentes. Em agosto de 2025, as diretrizes da comunidade foram revisadas, refletindo um esforço para moldar a cultura e o comportamento dos usuários na plataforma.

Em comparação direta com outras redes sociais, o Bluesky oferece uma experiência que, para muitos, é mais intuitiva do que a do Mastodon, que pode parecer complexa devido à escolha de instâncias e normas comunitárias defensivas. Embora a arquitetura do Bluesky seja semelhante à do Mastodon, a usabilidade e a transição fluida entre comunidades do AT Protocol prometem uma experiência de federação mais amigável. A meta é oferecer liberdade de escolha sem submeter os usuários aos caprichos de empresas privadas ou algoritmos opacos, garantindo que suas conexões e dados permaneçam portáveis.

Com um crescimento impulsionado pela busca por alternativas descentralizadas e transparentes, o Bluesky continua a evoluir como um espaço online. Sua arquitetura de código aberto, compromisso com a não venda de dados para anúncios e as inovações em recursos e moderação consolidam seu lugar como um player importante no cenário das mídias sociais.

Para explorar mais a fundo as últimas análises e tendências do cenário digital, continue acompanhando as novidades em nossa editoria de Análises.

Image Credits: Natalie Christman

Bluesky: Tudo Sobre a Plataforma Que Desafia o X de Musk - Imagem do artigo original

Imagem: techcrunch.com


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