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Nove meses após a integração da inteligência artificial no Google Sheets, o Gemini no Google Sheets deu um passo significativo em sua funcionalidade, expandindo seu escopo de atuação de textos e gráficos para o desafio de fórmulas complexas. Essa evolução marca uma nova era para a interação com planilhas, prometendo otimizar o fluxo de trabalho e simplificar a vida de usuários que frequentemente se deparam com o intrincado universo das fórmulas.
A ferramenta, apresentada pelo Google em 25 de setembro de 2025, às 18:20 UTC, atende desde demandas de organização pessoal, como o cálculo de distâncias para convidados de um casamento, até análises de dados mais robustas, consolidando sua presença como um assistente inteligente. Reportada por Elissa Welle, repórter de IA baseada em Nova York, esta capacidade promete revolucionar a forma como usuários enfrentam os desafios das planilhas eletrônicas. É neste contexto de inovação que se insere a mais recente atualização.
Gemini no Google Sheets: IA agora explica falha em fórmulas
O chatbot do Gemini surge discretamente no lado direito das Planilhas Google, oferecendo uma experiência interativa e proativa. Quando o usuário busca manipular dados ou solucionar problemas específicos, o Gemini não apenas sugere fórmulas adequadas, mas também apresenta instruções detalhadas sobre como aplicá-las corretamente. A novidade reside na sua capacidade de diagnosticar e explicar as razões pelas quais determinadas fórmulas podem falhar, um alívio para muitos que perdem horas depurando erros em suas planilhas. A gigante da tecnologia garante que os erros serão seguidos por guias práticos para a correção imediata, além de apresentar opções caso múltiplas fórmulas possam alcançar o mesmo objetivo, sempre com uma explanação sobre cada uma delas.
A experiência pessoal da repórter Elissa Welle ilustra o potencial dessa funcionalidade. Confrontada com a tarefa de organizar os convidados do seu próprio casamento em uma planilha, um “emaranhado massivo de nomes, categorias, e-mails e caixas de seleção”, Elissa testou o Gemini para validar se a ferramenta de IA realmente simplificaria suas rotinas. Para ela, a constante dificuldade em discernir a função correta – como `COUNTIF`, `COUNTIFS` ou talvez `COUNTUNIQUE` – era um obstáculo frequente. A planilha do seu casamento, que ainda evocava “pesadelos”, apesar da cerimônia ter ocorrido em maio, tornou-se o cenário perfeito para este teste rigoroso, embora o cálculo esperado fosse direto.
Em sua primeira tentativa, Elissa optou por uma das sugestões do Gemini: uma fórmula para contar o número de convidados que responderam “Sim” ao convite. Imediatamente, o Gemini forneceu uma fórmula utilizando a função `COUNTIF`, aplicada na coluna que ela havia rotulado como “RSVP”. A inserção da fórmula na planilha era tão simples quanto clicar em um botão que aparecia ao lado da sugestão. O que normalmente exigiria duas ou mais pesquisas no Google para recordar a função correta ao totalizar itens de uma lista com requisitos específicos, foi resolvido em segundos pela IA. No entanto, o resultado inicial da contagem revelou que “nenhuma pessoa” havia confirmado presença. Foi então que Elissa percebeu que, apesar do cabeçalho da coluna, as aceitações eram, de fato, rastreadas em um site de casamento externo. O Gemini, ao indicar zero confirmações, acendeu um alerta para a lacuna na entrada de dados de Elissa, um exemplo prático de como a IA pode indiretamente ajudar na depuração de processos.
Desafiando a ferramenta ainda mais, Elissa formulou uma consulta mais complexa: calcular coletivamente quantos milhas seus convidados viajaram para comparecer ao casamento. Ciente de que seus convidados e familiares estavam espalhados por diferentes costas e pelo mundo, ela sabia que o número seria alto, mas queria quantificar o “quão alto”. Embora possuísse os endereços dos convidados e do local do casamento na planilha, a tarefa manual seria tediosa e exaustiva. A resposta inicial do Gemini foi, surpreendentemente, um reconhecimento de limitação: “Ainda estou aprendendo e não consigo calcular distâncias diretamente para você na planilha”.
No entanto, a IA prontamente ofereceu uma rota alternativa para progredir. “Posso orientá-lo sobre como fazer isso manualmente usando um script personalizado no Google Sheets ou fornecendo uma fórmula para distâncias em linha reta”, disse o Gemini. A primeira opção direcionou a exploração para as Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs), concebidas como o software que permite que dois programas de computador conversem entre si. O Gemini explicou que calcular distâncias de condução exige o uso da API do Google Maps, que não é suportada nativamente nas Planilhas Google com uma simples fórmula.
A segunda alternativa sugerida foi calcular a distância em linha reta, conhecida como “as-the-crow-flies” (como o corvo voa), que, embora menos precisa para viagens por estrada, é mais simples de implementar. Esta requer a utilização da Fórmula de Haversine, necessitando apenas de coordenadas de latitude e longitude, que o Gemini inicialmente não forneceria. Elissa precisou solicitar a Fórmula de Haversine. Após uma primeira resposta em script matemático que não seria útil para o Sheets, ela pediu a fórmula específica para Planilhas que calcula Haversine. A resposta veio de forma precisa:
Imagem: Cath Virginia via theverge.com
=6371 * ACOS(COS(RADIANS(90 - A2)) * COS(RADIANS(90 - E2)) + SIN(RADIANS(90 - A2)) * SIN(RADIANS(90 - E2)) * COS(RADIANS(B2 - F2)))
O Gemini acompanhou a fórmula com uma breve descrição sobre o número 6371, que representa o raio da Terra em quilômetros. Para milhas, a ferramenta indicou que se poderia usar 3959. Mais uma vez, um erro ocorreu porque as células de latitude e longitude de Elissa estavam em uma coluna diferente do esperado pela IA. Após substituir as células para suas latitudes e longitudes corretas e converter para milhas, a fórmula finalmente produziu uma distância precisa, que foi confirmada por outro site calculador, validando a funcionalidade do Gemini.
Ainda que a repórter Elissa Welle não tenha se aventurado a encontrar as coordenadas de cada endereço de convidado para sua planilha, a sua “entusiasmo para essa busca rapidamente se dissipou” diante do esforço. No entanto, ela concluiu sentindo-se “confiante de que poderia, com a ajuda do Gemini”, realizar tal façanha. A introdução do Gemini no Google Sheets como um explicador de fórmulas representa um avanço significativo, tornando tarefas outrora árduas mais acessíveis e aprimorando a depuração de dados. Para quem deseja se aprofundar em inovação e pesquisa no campo da inteligência artificial, é válido consultar informações complementares sobre os desenvolvimentos e pesquisas, por exemplo, no site de pesquisa da Google AI, onde avanços tecnológicos como estes são frequentemente documentados.
Em suma, a nova funcionalidade do Gemini no Google Sheets é um marco para a produtividade, oferecendo assistência contextual e guias práticos para desmistificar as complexidades das fórmulas. Continue explorando as tendências em tecnologia e inteligência artificial acompanhando nossa editoria de Análises para se manter atualizado sobre as últimas inovações.
Crédito da imagem: Cath Virginia / The Verge
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