Gusto adquire Guideline por US$ 600 mi e planeja venda de clientes

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A aquisição da Guideline pela Gusto, gigante no setor de softwares de folha de pagamento e RH, foi fechada no mês passado. Embora os termos da transação não tenham sido divulgados oficialmente na ocasião do anúncio, fontes ligadas ao negócio indicam que o valor desembolsado pela Gusto foi de aproximadamente 600 milhões de dólares. Contudo, detalhes sobre a composição desse montante, se em dinheiro, ações ou uma combinação, não puderam ser confirmados pela reportagem.

A Guideline, startup especializada em oferecer planos de previdência 401(k) para pequenas e médias empresas (PMEs), havia sido avaliada em 1,15 bilhão de dólares em 2021, quando levantou 200 milhões de dólares em sua rodada de financiamento Série D. Desde sua fundação em 2015, a companhia acumulou um total de 340 milhões de dólares em investimentos. Apesar do preço da aquisição ser inferior à sua última avaliação privada, espera-se que investidores iniciais como Felicis, Tiger Global e NEA obtenham retornos significativos sobre seus investimentos. A General Atlantic, que liderou a Série D da Guideline, também deve registrar um lucro modesto com sua participação, de acordo com as mesmas fontes.

Gusto Adquire Guideline Por US$ 600 mi e Planeja Venda de Clientes

Fundada em 2015 por Kevin Busque, um dos cofundadores da TaskRabbit, a Guideline construiu seu modelo de negócios auxiliando PMEs a estabelecer e gerenciar planos 401(k) de forma simplificada. Sua estratégia de cobrança difere do modelo tradicional, optando por uma taxa fixa por funcionário em vez de um percentual sobre os ativos sob gestão. Em janeiro deste ano, a receita anualizada recorrente (ARR) da Guideline, que mensura o faturamento previsível de assinaturas anuais, foi reportada pela CNBC como sendo de 140 milhões de dólares, um indicador da sua solidez operacional e crescimento.

A Gusto, por sua vez, fundada em 2011 e avaliada em 9,3 bilhões de dólares, já possuía um relacionamento estratégico com a Guideline desde 2015, oferecendo os planos 401(k) aos seus clientes por meio de uma parceria. No entanto, a relação da Guideline com a Gusto não era exclusiva, permitindo que os clientes configurassem seus planos de previdência através de outros provedores de folha de pagamento de peso no mercado, como ADP, Intuit, Paylocity, TriNet e Rippling. Essa pluralidade de parcerias é um ponto central na nova estratégia da Gusto após a aquisição.

Estratégia Pós-Aquisição: Desinvestimento e Lucratividade

Com a concretização da compra, a Gusto demonstra uma visão clara de reestruturação do portfólio da Guideline. De acordo com três fontes familiarizadas com a transação, a empresa compradora pretende alienar as contas da Guideline que estão associadas a companhias de folha de pagamento concorrentes. A receita gerada com essas vendas seria compartilhada entre os acionistas da Gusto e da Guideline, potencializando ainda mais os retornos para os investidores da Guideline.

Apesar das informações provenientes de fontes, a Gusto preferiu não comentar sobre o preço da negociação ou seus planos de desinvestimento de contas. Por outro lado, um porta-voz da Guideline qualificou o valor de 600 milhões de dólares como incorreto, sem fornecer mais detalhes ou uma cifra alternativa. Além disso, o representante da Guideline negou que a empresa tivesse quaisquer planos de se desfazer de clientes como parte do acordo com a Gusto, levantando questões sobre a exatidão e os detalhes finais do plano estratégico da Gusto.

Cenário Competitivo e Futuro do Mercado de Previdência para PMEs

Embora a aquisição da Guideline se mostre como uma transação potencialmente rentável para seus acionistas, o motivo para a venda da companhia ainda permanece nebuloso. A porta-voz da Guideline confirmou que a empresa se mantém lucrativa há mais de um ano, o que poderia sugerir um menor incentivo à venda. Contudo, a Guideline opera em um mercado altamente competitivo, enfrentando rivais como a Human Interest. Essa concorrente próxima, apoiada por investidores de peso como SoftBank e Baillie Gifford, demonstrou um crescimento de 70% no último ano e tem projeções de lucratividade até o final deste ano, conforme declarado por Jeff Schneble, cofundador e CEO da Human Interest, em entrevista.

Reportagens adicionais da The Information indicam que a Human Interest está em discussões para levantar 200 milhões de dólares em uma avaliação de 3 bilhões de dólares, o que dobraria sua avaliação em relação ao ano anterior. Schneble optou por não comentar os planos de captação de recursos da sua empresa, sinalizando o dinamismo e a intensa concorrência no segmento de planos de previdência para PMEs. Essa corrida por market share e valuações demonstra a importância estratégica que empresas como a Gusto atribuem ao segmento de serviços financeiros e de RH, buscando solidificar suas posições por meio de aquisições e otimização de portfólio. As fusões e aquisições (M&A) são ferramentas constantes de reajuste estratégico no mercado de tecnologia, como aborda frequentemente o portal Valor Econômico.

Esta movimentação da Gusto no mercado de softwares de RH e previdência reflete as tendências crescentes de consolidação e otimização estratégica no setor de tecnologia financeira. Para acompanhar outras notícias e análises sobre o mercado econômico e corporativo, convidamos você a explorar mais em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: TechCrunch


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