Processos contra pirataria digital miram provedores internet

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Uma nova e ambiciosa estratégia no combate à pirataria digital poderá estar em andamento, visando os provedores de internet. Um movimento notável envolvendo os ativos da antiga Redbox e sua controladora, a Chicken Soup for the Soul Entertainment, aponta para uma série de litígios agressivos. Uma companhia discreta anunciou a intenção de destinar expressivos US$ 100 milhões para perseguir provedores de internet que supostamente negligenciaram as notificações do Digital Millennium Copyright Act (DMCA), indicando um novo capítulo na batalha legal pelos direitos autorais.

Este desenvolvimento surge em meio à prolongada saga do fim da Redbox, que já se arrasta há bastante tempo. Os bens pertencentes à Chicken Soup for the Soul Entertainment, o conglomerado que outrora detinha a Redbox, parecem ter encontrado um comprador. No entanto, é improvável que isso signifique o retorno iminente dos conhecidos quiosques vermelhos da Redbox ou do serviço de streaming Crackle da Chicken Soup para o Soul. A transação revela uma abordagem completamente diferente para a monetização desses ativos.

Processos contra pirataria digital miram provedores internet

De acordo com um recente documento judicial, datado de uma quarta-feira no final de setembro de 2025, uma empresa identificada como Grove Street Partners formulou uma oferta de US$ 100 milhões pelos denominados “IP Litigation Assets”, que são os ativos de litígio de propriedade intelectual detidos pela Chicken Soup for the Soul Entertainment e suas filiais. A Chicken Soup for the Soul Entertainment controlava os direitos de centenas de filmes, primordialmente por intermédio de sua subsidiária Screen Media Films. Os referidos “IP Litigation Assets” compreendem os direitos das massas falidas de mover ações por infração de direitos autorais contra diversas entidades terceirizadas. Essas alegações estão ligadas, entre outras violações, às disposições do Digital Millennium Copyright Act (DMCA) para títulos de mídia que eram propriedade ou estavam sob controle das massas falidas. O conteúdo exato desses ativos específicos não foi detalhado nos autos.

A Grove Street Partners, na realidade, corresponde ao nome anterior da Grove Street Funding, conforme explicado por seu CEO, Tom Murphy. A Grove Street Funding especializa-se em auxiliar detentores de propriedade intelectual a financiar e gerenciar litígios relacionados à infração de direitos autorais, com um foco particular em casos conectados à DMCA. De maneira ampla, a empresa não se restringe a processar indivíduos que compartilham filmes de forma ilegal online. Em vez disso, utiliza as notificações de DMCA como base para então acionar os Provedores de Serviços de Internet (ISPs) que supostamente falharam em agir de forma eficaz para impedir que seus próprios clientes se envolvessem em atividades infratoras de direitos autorais.

Murphy detalhou essa tática em 2021, em uma apresentação de argumentos para a American Films, uma companhia que empregou uma abordagem similar para os litígios de pirataria. Na ocasião, ele destacou que “os Provedores de Serviços de Internet (ISPs) estão agora expostos a arcar com a responsabilidade gerada pelos piratas de filmes por meio de seu compartilhamento ilegal de arquivos via BitTorrent”. Ele estimou que os danos líquidos totais para o detentor dos direitos autorais de um filme podem variar significativamente, situando-se entre US$ 200.000 e US$ 4 milhões por título. Essa projeção ressalta o alto potencial financeiro percebido nessas ações judiciais.

O desembolso dos US$ 100 milhões para a concretização da transação pela Grove Street está planejado para ser efetuado em cinco parcelas anuais, conforme explicitado no registro judicial. O CEO Tom Murphy revelou que “já asseguramos o financiamento do litígio para nos auxiliar no custeio das taxas legais, na obtenção de evidências digitais que comprovem os eventos de pirataria, nas notificações DMCA, e nos pagamentos anuais devidos ao administrador da massa falida”. Murphy optou por não fornecer mais detalhes a respeito da forma como a empresa está garantindo os recursos necessários para esse financiamento complexo, sublinhando a estratégia e o planejamento robusto por trás da aquisição dos ativos.

No cenário legal contemporâneo, tem-se observado um aumento no volume de ações judiciais direcionadas aos Provedores de Serviços de Internet, com os detentores de direitos autorais alegando que essas empresas não têm tomado as medidas adequadas para desativar os usuários que praticam o compartilhamento ilegal de arquivos. Um exemplo proeminente dessa tendência é o litígio entre a indústria musical e a Cox. Esse processo resultou em uma decisão judicial histórica, culminando em um veredicto de US$ 1 bilhão contra o provedor de internet em 2019. Contudo, essa decisão foi revertida no ano seguinte por um tribunal de apelações, e agora ambas as partes apresentam seus argumentos perante a Suprema Corte dos Estados Unidos, aguardando um desfecho final que pode moldar o futuro das responsabilidades dos ISPs.

Nem todas as ações judiciais movidas contra ISPs, com alegações de infração de direitos autorais, resultam em desfechos lucrativos para os detentores desses direitos. A Screen Media Ventures, uma subsidiária da Chicken Soup for the Soul Entertainment, por exemplo, já havia acionado judicialmente uma série de provedores de internet com argumentos semelhantes aos que agora são propostos. Algumas dessas contendas legais se arrastam por anos após sua apresentação inicial, evidenciando a complexidade e a duração inerentes a esses processos. Pelo menos um dos processos, aquele direcionado contra a Grande Communications, uma subsidiária da Astound Broadband, foi discretamente retirado em 2023. Na ocasião, o conselheiro geral da Astound, Jeff Kramp, gabou-se publicamente de que a empresa “não pagou um centavo para resolver este caso”, um indício de que o êxito dessas ações não é garantido.

Paralelamente a essas transações e desenvolvimentos legais, o processo de falência da Redbox e da Chicken Soup for the Soul Entertainment continua seu curso moroso. Outros litígios também prosseguem, incluindo ações movidas contra a antiga liderança da empresa por ex-funcionários e pelo administrador da massa falida. Tais processos trouxeram à tona sérias acusações de má gestão corporativa contra os antigos executivos da Chicken Soup for the Soul Entertainment, alegações que foram vigorosamente negadas por eles. A compra dos ativos de litígio pela Grove Street Partners se insere neste cenário de transformações e desafios legais que perpassam a indústria do entretenimento e os provedores de serviços online, reforçando a complexidade do cenário atual.

Esta nova iniciativa de litígio ressalta a escalada na guerra contra a pirataria digital, agora com um foco acentuado na responsabilidade dos provedores de internet. A estratégia de usar as notificações de DMCA como base para ações judiciais mais amplas contra ISPs, financiada por um investimento significativo, promete redefinir a abordagem no combate às infrações de direitos autorais. O desdobramento desses processos e seus impactos nos próximos anos será crucial para determinar as responsabilidades futuras tanto de detentores de conteúdo quanto de plataformas que hospedam tráfego na internet.

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A aquisição dos ativos de litígio de pirataria pela Grove Street Partners, avaliada em US$ 100 milhões, marca um ponto de virada estratégico na disputa contra a pirataria online, mirando diretamente os provedores de internet por falhas em lidar com infrações de DMCA. Este desenvolvimento complexo destaca a evolução das táticas legais no setor de direitos autorais e as potenciais implicações financeiras para ISPs. Para aprofundar a sua compreensão sobre os intricados mercados financeiros e seus impactos na economia, continue explorando nossas reportagens e análises na editoria de Economia.

Crédito da imagem: Cath Virginia / The Verge. Getty Images


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