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O aço inoxidável fino desenvolvido pela startup Allium Engineering emerge como uma inovação promissora capaz de transformar fundamentalmente os métodos de construção de pontes em todo o mundo. A proposta revolucionária visa enfrentar um dos principais flagelos das modernas estruturas de concreto: a corrosão.
A presença de armaduras de aço (vergalhões, ou rebar, como comumente referido) em muitas estruturas de concreto é vital para conferir resistência. Contudo, a degradação desses elementos metálicos pela oxidação compromete severamente a integridade do concreto, levando à sua falha prematura. Este fenômeno é particularmente preocupante em pontes e viadutos, infraestruturas que, por sua natureza, estão constantemente expostas à água e, frequentemente, a agentes corrosivos como o sal.
Aço Inoxidável Fino da Allium: Revolução na Construção de Pontes
Estimativas recentes revelam a magnitude deste desafio, apontando que aproximadamente um terço das pontes nos Estados Unidos necessita de reparos urgentes ou mesmo de substituição completa. A manutenção dessa infraestrutura defasada impõe um custo estimado em cerca de 400 bilhões de dólares ao longo da próxima década. A busca por soluções duradouras para a manutenção de pontes, então, tornou-se uma prioridade na engenharia civil moderna.
A engenharia contemporânea tem implementado diversas estratégias para mitigar os efeitos da corrosão. Táticas como o revestimento do vergalhão com epóxi ou a aplicação de camadas extras de concreto visam retardar o contato da umidade com o aço. No entanto, estas abordagens frequentemente oferecem uma solução temporária, sendo passíveis de falhas com o tempo e a contínua exposição aos elementos. A verdadeira barreira contra a ferrugem, a longo prazo, seria a utilização integral de vergalhões de aço inoxidável.
O custo elevado, contudo, tem sido o principal entrave para a adoção generalizada do aço inoxidável. Steven Jepeal, cofundador e CEO da Allium Engineering, destaca que o preço proibitivo limita o seu uso apenas a projetos de pontes considerados mais críticos e de maior tráfego. “É excessivamente caro para ser empregado em todas as pontes”, explicou Jepeal ao portal TechCrunch, salientando que “cidades e estados recorrem a ele somente para as estruturas de maior importância.”
É neste cenário que a Allium Engineering apresenta uma alternativa engenhosa: revestir o vergalhão convencional com uma camada extremamente fina de aço inoxidável. Esta abordagem híbrida promete estender a vida útil esperada de uma ponte de meros 30 anos para um impressionante século de durabilidade. Segundo Samuel McAlpine, cofundador e CTO da Allium, a chave está na cobertura completa da superfície. “Desde que tenhamos a superfície totalmente coberta, uma camada fina de aço inoxidável é suficiente para resistir à corrosão por centenas ou até milhares de anos”, afirmou McAlpine.
A eficácia dessa tecnologia inovadora já foi demonstrada em projetos reais. Vergalhões com o revestimento de aço inoxidável fino da Allium Engineering foram utilizados em várias substituições de tabuleiros de pontes. Entre as aplicações de destaque estão uma ponte na rodovia Interstate 91, em Massachusetts, e outra na U.S. Highway 101, no Condado de Mendocino, Califórnia. A startup também contribuiu para a infraestrutura de um estaleiro comercial em Key West, Flórida, conforme revelado com exclusividade ao TechCrunch.
Vantagens Econômicas e Ambientais da Tecnologia Allium
Quando se trata de pontes estratégicas com grande fluxo de veículos, engenheiros por vezes especificam o aço inoxidável devido à sua durabilidade superior, embora seu custo possa ser até cinco vezes maior que o vergalhão comum. Governos justificam esse investimento adicional pela importância de evitar interrupções significativas no tráfego dessas artérias cruciais. Para a vasta maioria das outras pontes, o vergalhão revestido de epóxi é a escolha predominante, representando um acréscimo de 25% a 50% em relação ao vergalhão sem revestimento.
O vergalhão com revestimento de epóxi, entretanto, demanda condições específicas de armazenamento (ambiente coberto) e reparos em pontos de solda ou arranhões no revestimento, adicionando custos indiretos à sua utilização. A Allium, por sua vez, posiciona seu rebar revestido com aço inoxidável como uma alternativa competitiva ao vergalhão de epóxi, com a ambição de igualar seu preço e, futuramente, até mesmo superá-lo em termos de custo-benefício.
Steven Jepeal ressalta que o vergalhão da Allium promete um custo de instalação inferior, uma vez que sua manipulação exige menos precauções. Além disso, a solução da startup elimina a necessidade de concreto adicional, que muitas vezes é empregado nas pontes para postergar o processo de ferrugem da armadura. Esta camada extra de concreto não possui função estrutural; serve apenas para isolar o vergalhão e retardar o alcance do sal ao metal, explicou Jepeal. A eliminação dessa camada extra de proteção contra corrosão pode gerar uma redução de até 10% no uso de cimento. Essa diminuição no consumo de materiais tem implicações significativas para a pegada ambiental de grandes obras de infraestrutura, representando um passo importante na promoção de práticas mais sustentáveis no setor da construção civil.

Imagem: Getty via techcrunch.com
Além das vantagens de durabilidade e custo, a menor suscetibilidade do vergalhão da Allium à corrosão abre caminho para a especificação de cimentos mais ecológicos. Segundo Samuel McAlpine, esses cimentos, que tendem a ser menos alcalinos do que as misturas-padrão, podem ser usados sem comprometer a longevidade da estrutura, graças à proteção oferecida pelo aço inoxidável. Este aspecto representa um ganho ambiental significativo, alinhando a construção de pontes com objetivos de sustentabilidade cada vez mais urgentes globalmente.
Para se aprofundar na importância de investir em infraestrutura robusta, que inclua pontes e viadutos mais resilientes, e os impactos financeiros de sua manutenção prolongada, o leitor pode consultar mais dados sobre a situação nos Estados Unidos, país que busca ativamente modernizar suas rodovias e estradas, acessando o portal do governo dedicado a questões de infraestrutura. De acordo com informações do
InfrastructureUSA.gov, investir em pontes duradouras é crucial para o futuro econômico.
O Inovador Processo de Revestimento com Aço Inoxidável
O processo da Allium Engineering envolve o revestimento de grandes blocos de aço (billets) de cerca de 3.175 quilogramas com uma camada de aço inoxidável. Este procedimento essencialmente consiste em soldar fios do material no exterior do billet até que ele esteja completamente recoberto. Os billets, que tipicamente medem entre seis e oito polegadas quadradas e 40 pés de comprimento, são então passados por uma série de rolos. Este laminagem os molda até atingirem a espessura desejada, variando de aproximadamente um terço de polegada a alguns centímetros de diâmetro, transformando-os nos vergalhões prontos para uso em grandes obras como pontes.
Steven Jepeal enfatiza a eficácia desse método: “Ao revestir uma área de superfície menor com uma camada mais espessa e integrar isso ao processo das usinas, podemos fazer algo que é muito mais barato, muito mais escalável e muito mais fácil de controlar a qualidade.” À medida que o billet é afinado – podendo se estender até 150 vezes seu comprimento original no processo –, a camada de aço inoxidável também se afina. No final do processo de fabricação, cada peça de vergalhão possui uma camada de revestimento de aço inoxidável de aproximadamente 0,2 milímetros. Mesmo com essa espessura mínima, Samuel McAlpine garante: “Você basicamente não vai corroer esse aço inoxidável no concreto.”
A adoção em larga escala de tal inovação no mercado de materiais de construção pode significar uma virada para projetos de longa duração, mitigando riscos de degradação e contribuindo para a sustentabilidade global. A perspectiva de uma infraestrutura mais resistente e de menor manutenção tem o potencial de impactar diretamente a segurança e a economia de diversas regiões.
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Em suma, a solução de aço inoxidável fino da Allium Engineering representa um avanço notável na engenharia de materiais e na construção de infraestruturas. Ao oferecer uma alternativa duradoura e potencialmente mais econômica para combater a corrosão em pontes, a startup não só prolonga a vida útil dessas estruturas vitais, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental por meio da redução do uso de cimento e da possibilidade de empregar misturas mais ecológicas. Para mais informações sobre tecnologias que estão remodelando nosso futuro e seus impactos econômicos, continue acompanhando as notícias e análises em nosso portal.
Crédito da imagem: Divulgação / Allium Engineering
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