📚 Continue Lendo
Mais artigos do nosso blog
A administração Trump está em vias de propor uma drástica redução de bilhões em financiamentos federais, um movimento que poderá afetar seriamente montadoras de grande porte, como Ford e General Motors, além de um número expressivo de startups inovadoras. A decisão do Departamento de Energia (DOE), noticiada primeiramente pela TechCrunch com base em um documento interno, promete reverberar profundamente no setor de energia e mobilidade.
Estas propostas de corte iriam anular mais de US$ 500 milhões em contratos já concedidos a dezenas de startups. Uma análise detalhada do documento, ainda não divulgado publicamente, revelou que todos os cortes propostos são referentes a subsídios liberados sob a Lei de Infraestrutura Bipartidária. Estas novas revogações vêm somar-se a mais de US$ 7,5 bilhões em contratos que a administração Trump já havia anunciado a intenção de cortar na semana anterior.
Trump propõe cortes bilionários em verbas energéticas
O alcance destas ações não se restringe apenas às empresas emergentes. Grandes corporações também figuram na lista de potenciais perdedoras de verbas significativas, na ordem de centenas de milhões de dólares. O documento, acessado pela TechCrunch, lista entre as afetadas: Daimler Trucks North America, Ford, General Motors, Harley-Davidson, Mercedes-Benz Vans, Stellantis e Volvo Technology of America. Fontes confirmaram à publicação que se tratam de propostas de corte, não de cancelamentos finais ainda.
Um dos casos mais emblemáticos é o da General Motors, que poderá perder ao menos US$ 500 milhões em dinheiro de subsídios. Estes fundos seriam provenientes de um programa federal destinado à conversão industrial doméstica e seriam utilizados para reequipar a fábrica Lansing Grand River Assembly, em Michigan. A montadora havia anunciado, em julho de 2024, planos de usar esta unidade para produzir veículos eletrificados, incluindo híbridos.
Algumas das subvenções em jogo são cruciais para a operação das startups e, se canceladas, terão um impacto inegável em suas atividades. Embora algumas já tivessem aparecido em listas vazadas na semana anterior, muitas delas são novas propostas e ainda não foram anunciadas oficialmente. A TechCrunch tentou contato com diversas das empresas para obter comentários sobre a situação.
Os cortes em questão incluem dois prêmios que superavam os US$ 100 milhões. Um deles é uma subvenção de US$ 189 milhões concedida à startup de materiais Brimstone. Esse capital auxiliaria a empresa na construção de uma fábrica focada na produção de cimento Portland, alumina e outros materiais com uma pegada de carbono reduzida.
Outro investimento significativo é para a Anovion, uma startup com sede em Chicago, que está desenvolvendo uma fábrica para produzir grafite sintético nacional, essencial para baterias de íon-lítio. Atualmente, o mercado global de grafite é predominantemente controlado por empresas chinesas, destacando a importância estratégica do projeto.
Outras startups focadas em materiais de bateria também seriam afetadas. A Li Industries, por exemplo, recebeu US$ 55,2 milhões sob a Lei de Infraestrutura Bipartidária para desenvolver a reciclagem de baterias LFP, um esforço estratégico para diminuir a dependência da cadeia de suprimentos da China neste segmento vital.
No setor de cimento, mais empresas estão na lista de cortes. A Sublime Systems, baseada em Somerville, Massachusetts, tinha uma subvenção de US$ 86,9 milhões para construir uma usina de cimento com ultrabaixa emissão de carbono. Já a Furno, de Mountain View, que inova com um forno de cimento modular, perderia seu subsídio de US$ 20 milhões destinado a construir uma unidade de demonstração em Chicago.
Diversas companhias de materiais de construção também foram incluídas. CleanFiber e Hempitecture, que produzem isolamento para residências e edifícios comerciais, enfrentam o risco de perder US$ 10 milhões e US$ 8,4 milhões, respectivamente. Skyven Technologies, focada em bombas de calor industriais, e Luxwall, que fabrica janelas superisoladas, perderiam US$ 15 milhões e US$ 31 milhões cada.
No mínimo um dos cancelamentos propostos parece contradizer as metas da própria administração em dominar as áreas de energia e inteligência artificial. A TS Conductor, que pode perder US$ 28,2 milhões em verbas, desenvolve condutores avançados para linhas elétricas que prometem dobrar ou triplicar a capacidade das linhas de transmissão existentes. Esta tecnologia poderia aliviar gargalos na rede e acelerar a obtenção de energia para centros de dados, o que é vital para o avanço da IA.
Os potenciais cortes no Departamento de Energia, se concretizados, representariam uma guinada significativa nas prioridades de investimento federal, afetando projetos cruciais para o desenvolvimento tecnológico e a infraestrutura. Mais informações sobre os programas do DOE e suas iniciativas podem ser encontradas no site oficial do Departamento de Energia.
Confira também: crédito imobiliário
A possível paralisação de bilhões em projetos de inovação e desenvolvimento energético levanta questões sobre o futuro da infraestrutura e da autonomia tecnológica dos Estados Unidos. Para mais análises sobre como decisões políticas impactam a economia e o desenvolvimento setorial, continue explorando nossa seção de Política em Hora de Começar.
Crédito da imagem: TechCrunch

Imagem: Getty via techcrunch.com
Recomendo
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados