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DevAlly capta €2M para apoiar conformidade em acessibilidade na UE
A DevAlly, startup que emergiu do Startup Battlefield do TechCrunch, garantiu um investimento pré-seed de 2 milhões de euros, o equivalente a aproximadamente 2,3 milhões de dólares. A captação de recursos visa fortalecer sua missão de auxiliar corporações a se adequarem à rigorosa legislação de acessibilidade digital recentemente implementada na União Europeia. A empresa se posiciona na vanguarda da integração de inteligência artificial e modelos de linguagem de grande porte (LLMs) para simplificar a detecção e correção de barreiras de acessibilidade.
Desde junho, a União Europeia passou a exigir de inúmeras empresas, que oferecem bens e serviços a seus 450 milhões de consumidores, o cumprimento de novos padrões de acessibilidade. Esta diretriz, conhecida como Lei Europeia de Acessibilidade (EAA), assim como o GDPR antes dela, provocou uma corrida por parte das organizações para adaptar seus websites, plataformas de e-commerce e aplicativos bancários. Apesar da existência de regulamentações semelhantes nos Estados Unidos, um caminho considerável ainda precisa ser percorrido pela maioria das companhias para atender a esses requisitos.
DevAlly capta €2M para apoiar conformidade em acessibilidade na UE
Cormac Chisholm, empreendedor irlandês e co-fundador da DevAlly, expressou surpresa diante da falta de preparo de muitas empresas. “Ficamos surpresos ao ver companhias, até mesmo gigantes, nos procurando duas semanas antes do prazo, alegando que não sabiam nada sobre isso”, relatou Chisholm. Lançada em 2024, a DevAlly atua no mercado realizando auditorias abrangentes para identificar obstáculos de acessibilidade. Isso inclui desde a verificação de vídeos sem legendas em páginas corporativas até o rastreamento de problemas relatados por clientes. A solução da startup também engloba a criação de planos de ação para a resolução desses problemas e a geração de relatórios detalhados de conformidade.
A abordagem tecnológica adotada pela DevAlly difere da metodologia tradicional que se baseia em consultores humanos para realizar auditorias de acessibilidade. Embora Chisholm reconheça a expertise desses profissionais, ele defende que essa tática não é escalável o suficiente para atender à vasta demanda e às constantes inovações no ciclo de desenvolvimento de produtos e funcionalidades digitais. A startup incorpora especialistas em acessibilidade em sua equipe, mas o cerne de sua estratégia reside na utilização de IA e LLMs para automatizar testes e o monitoramento de inconsistências, visando integrar a acessibilidade de maneira eficaz e contínua no fluxo de trabalho de desenvolvimento de produtos.
Este método, centrado na tecnologia, espelha a trajetória de sucesso de empresas como a Vanta, uma companhia de conformidade de cibersegurança que alcançou uma avaliação de 2,45 bilhões de dólares. A crescente conscientização sobre a importância da acessibilidade e os novos imperativos regulatórios foram fatores decisivos para a DevAlly garantir seu financiamento pré-seed, noticiou o TechCrunch com exclusividade. Os 2 milhões de euros permitirão à equipe expandir suas operações e o quadro de colaboradores. O plano é aumentar a equipe de 5 para 15 profissionais até o final do ano, com foco na contratação em Dublin, Irlanda, local onde a DevAlly participou do programa acelerador NDRC, gerido pela Dogpatch Labs em nome do órgão estatal Enterprise Ireland.
O investimento contou com a participação do NDRC e da Enterprise Ireland, mas foi liderado pelo fundo belga Miles Ahead Capital, com contribuições de investidores-anjos europeus. A conexão com o principal investidor da rodada foi facilitada, em parte, pela participação da DevAlly na conferência de tecnologia Slush, onde a empresa figurou entre as três melhores na competição de startups. Essa estratégia de buscar financiamento além das fronteiras tradicionais da Irlanda se alinha com a visão de Chisholm: “Tradicionalmente, na Irlanda, a abordagem é ir com um VC irlandês, mas fomos para a Europa, e uma das coisas que mais nos empolgam é explorar o que isso nos permite fazer com este investidor.”
Impacto da Lei Europeia de Acessibilidade e Expansão Global
A DevAlly planeja utilizar o apoio da Miles Ahead Capital para dar início às suas operações nos Estados Unidos, começando com a estratégia de vendas em San Francisco. A cidade se mostrou fundamental para a DevAlly, possibilitando a conexão com diretores de acessibilidade de grandes empresas de software B2B, um resultado direto da participação da startup no TechCrunch Disrupt’s Startup Battlefield 2024. “Muitos de nossos clientes atuais estão na Costa Oeste”, afirmou Patrick Guiney, co-fundador e diretor de receita da DevAlly. Na Europa, a empresa já registra boa adesão devido à entrada em vigor da EAA, seguindo a mesma tendência de outras empresas do setor, como a QualiBooth, de Barcelona, que recentemente avaliou a situação da acessibilidade no e-commerce europeu – o setor de varejo é um dos principais focos da EAA. Contudo, ambas as startups enxergam oportunidades significativas nos EUA, onde a DevAlly aposta que o processo de compras governamentais e corporativas será um grande catalisador para a demanda.
As estatísticas indicam que pessoas com deficiência e seus lares representam um poder de compra de 8 trilhões de dólares anuais, um fator que reforça a convicção de Chisholm de que “um bom design é um design acessível”. Ele aponta que uma em cada cinco pessoas convive com alguma deficiência, e a incapacidade pode ser situacional – como a dificuldade em ler uma tela devido ao forte brilho solar ou a impossibilidade de acessar botões de controle enquanto segura um bebê. “Portanto, você quer tentar criar o máximo possível de design universal”, complementou. As ações que uma empresa pode tomar para abordar essas questões variam desde o suporte para leitores de tela e contrastes elevados até gradientes que funcionam para daltônicos.

Imagem: techcrunch.com
Apesar da crescente necessidade, uma análise recente realizada pela agência de UX/UI design Tenscope revelou que 94% dos mil principais websites nos EUA falham em atender aos padrões básicos de acessibilidade. O setor de turismo demonstrou ser o pior desempenho, impedindo que muitos usuários realizem funções essenciais, como preenchimento de formulários de contato, criação de contas e compras online. Mesmo antes da implementação da EAA, a companhia aérea espanhola Vueling foi multada por não garantir a acessibilidade de seu site. Para contextualizar a amplitude dessa regulamentação, a Lei Europeia de Acessibilidade, agora vigente em toda a União Europeia, engloba múltiplas jurisdições, cada uma com suas respectivas multas.
Essa complexidade faz com que grandes empresas de tecnologia, com operações em diversos países, busquem assistência especializada. “É por isso que estamos nos posicionando como uma ponte para a Europa para essas companhias dos EUA”, explicou Chisholm. Se essa procura se concretizar, a notícia será extremamente positiva para a DevAlly e seus investidores. Chisholm finaliza sua visão com um olhar otimista para o futuro: “As melhorias que vêm com a acessibilidade, como as legendas na Netflix, tornam-se avanços massivos em como todos nós usamos a tecnologia. É uma forma de design muito melhor”.
A crescente exigência global por acessibilidade digital sublinha a importância de soluções inovadoras. Para compreender as especificidades da regulamentação que impulsiona essa demanda, é fundamental consultar a fonte primária. Você pode encontrar mais informações detalhadas sobre a Lei Europeia de Acessibilidade (EAA) nos documentos oficiais da União Europeia.
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O financiamento obtido pela DevAlly reflete o movimento global em direção à inclusão digital e a necessidade iminente de ferramentas eficazes para a conformidade. Manter-se atualizado sobre estas transformações é crucial para qualquer negócio no ambiente digital. Para mais análises e notícias sobre tendências do mercado e inovações no cenário empresarial e tecnológico, continue acompanhando a editoria de Economia em nosso portal.
Crédito da imagem: Anna Heim
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