EUA Deslocam Armamento Naval e Aéreo Perto da Venezuela

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A intensificação das tensões geopolíticas no Caribe foi recentemente marcada pela notícia de que os EUA Deslocam Armamento Naval e Aéreo Perto da Venezuela, reforçando significativamente a presença militar americana na região. Este movimento estratégico envolve milhares de militares, embarcações de guerra e aeronaves, coincidindo com a autorização presidencial de Donald Trump, emitida em 15 de outubro, para a Agência Central de Inteligência (CIA) realizar “operações secretas” dentro da Venezuela, e a consideração de ataques diretos contra cartéis de drogas no país sul-americano.

Nos últimos tempos, forças americanas já efetuaram pelo menos cinco incursões contra embarcações suspeitas de transportar narcóticos nas águas do Caribe, próximas à costa venezuelana, resultando na morte de 27 indivíduos. A Casa Branca sustenta que estes esforços fazem parte de uma iniciativa mais ampla para coibir o narcotráfico regional, e acusa publicamente o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o grupo “Cartel de los Soles”, classificado como uma organização narcoterrorista por Washington. Donald Trump, durante uma declaração no Salão Oval, reiterou que os Estados Unidos “estão analisando operações em terra” como parte de novas intervenções na área.

EUA Deslocam Armamento Naval e Aéreo Perto da Venezuela

A escalada da capacidade militar americana é substancial. De acordo com informações da CBS News, que é parceira da BBC nos Estados Unidos, aproximadamente 10.000 militares americanos encontram-se atualmente mobilizados no Caribe, seja em navios de patrulha ou em terra firme, como em Porto Rico. Desde agosto, a Marinha dos Estados Unidos procedeu ao envio de, no mínimo, oito navios de guerra e um submarino para as imediações do litoral venezuelano, conforme relatado pela imprensa americana. Entre as embarcações identificadas na área estão o destróier USS Sampson, o navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima e o destróier de mísseis guiados USS Gravely.

Ainda em setembro, uma ordem de Donald Trump culminou no deslocamento de dez caças F-35 para Porto Rico. Essas aeronaves avançadas, com mais de dez metros de envergadura, possuem a capacidade de atingir velocidades superiores a 1953 km/h em altitude. Paralelamente, os EUA também direcionaram o submarino de propulsão nuclear USS Newport News e o cruzador de mísseis guiados USS Erie para a região no mesmo período. A movimentação militar inclui, ainda, aeronaves de reconhecimento P-8 que operam constantemente sobre o Caribe, monitorando atividades.

Contexto da Escalada de Tensão

Este aumento na presença militar dos Estados Unidos no Caribe se insere em um quadro de acirramento contínuo entre Washington e Caracas. Donald Trump havia transformado a repressão ao tráfico de drogas em uma de suas prioridades de governo. Em julho, ele assinou uma diretriz confidencial que outorgava às forças armadas dos EUA a prerrogativa de atacar cartéis de drogas latino-americanos, categorizando-os como “grupos terroristas”.

No mesmo mês de julho, Washington declarou formalmente a existência de uma organização “terrorista” na Venezuela, batizada de Cartel de los Soles, alegando ser comandada por Maduro e outras altas autoridades venezuelanas, com ligações a outros grupos criminosos de notoriedade internacional, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa. Em um passo subsequente, no início de agosto, o governo americano elevou para US$ 50 milhões a recompensa por qualquer informação que leve à captura do presidente Nicolás Maduro.

Operações Secretas e Justificativas Presidenciais

Um memorando interno, cuja divulgação para parlamentares americanos ocorreu de forma sigilosa, revelou que o governo Trump reconheceu seu engajamento em um “conflito armado não internacional” contra organizações de narcotráfico. A operação mais recente conduzida pelos EUA, registrada em 14 de outubro, resultou na morte de seis pessoas após um barco ser interceptado perto da costa venezuelana. Trump, por meio da plataforma Truth Social, confirmou que a “inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos, estava associada a redes narcoterroristas ilícitas e transitava por um corredor conhecido de tráfico de drogas”. Como praxe em ações anteriores, as autoridades dos EUA não pormenorizaram qual organização narcotraficante estaria operando a embarcação, nem a identidade dos indivíduos a bordo.

EUA Deslocam Armamento Naval e Aéreo Perto da Venezuela - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

No dia 15 de outubro, Donald Trump validou a autorização para a agência de inteligência CIA realizar operações secretas dentro da Venezuela. Segundo reportagem do jornal The New York Times, essa autorização permitiria à CIA atuar de maneira independente ou como parte de uma estratégia militar americana mais abrangente. A real extensão ou planejamento de tais operações pela agência permanece em aberto, sendo possível que os planos estejam em fase de contingência.

Questionado por jornalistas no Salão Oval, acompanhado pelo diretor do FBI, Kash Patel, e pela procuradora-geral, Pam Bondi, sobre o teor da matéria do The New York Times, Trump justificou sua decisão. “Autorizei por duas razões, na verdade”, afirmou. A primeira seria o esvaziamento de prisões na Venezuela e o envio dos detentos para os EUA. A segunda, o problema das drogas: “Recebemos muitas drogas vindo da Venezuela, e grande parte das drogas venezuelanas entram pelo mar, então você precisa ver isso, mas também vamos detê-las pela terra.” O presidente declinou responder se a autorização à CIA contemplaria a remoção de Maduro do poder. A importância do contexto em que as relações internacionais se desenvolvem e a postura de cada nação nesse tabuleiro geopolítico podem ser melhor compreendidos ao consultarmos instituições que se dedicam a analisar esses fenômenos. Em um cenário global de combate ao crime organizado, diversas instituições internacionais acompanham as ações americanas para conter o tráfico de entorpecentes em zonas de influência crítica, conforme detalhado pelo think tank Council on Foreign Relations.

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Em suma, a movimentação de um vasto aparato militar e as autorizações para operações clandestinas pelos EUA perto da Venezuela refletem uma escalada notável na política externa americana para a região, justificada principalmente pelo combate ao narcotráfico. A dinâmica entre os dois países segue tensa, com implicações de longo alcance para a América Latina. Para uma análise aprofundada sobre a geopolítica da região e as implicações de operações militares internacionais, nossos leitores podem conferir outros artigos na seção de Política do site e continuar acompanhando os desdobramentos dessa editoria.

Crédito da Imagem: Anadolu via Getty Images


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