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O ex-congressista republicano George Santos, filho de cidadãos brasileiros e natural de Nova York, teve sua pena de sete anos de prisão por acusações de fraude e roubo de identidade comutada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão presidencial foi emitida nesta sexta-feira (17/10), com a determinação de sua libertação imediata da penitenciária.
Em uma declaração divulgada em suas redes sociais, o Presidente Trump, também republicano, argumentou que Santos “foi terrivelmente maltratado” pelo sistema judicial. “Portanto, acabei de assinar uma Comutação, libertando George Santos da prisão, IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, tenha uma ótima vida!”, escreveu Trump, reafirmando sua postura de apoio ao ex-parlamentar, que atualmente cumpria sua sentença em uma instituição prisional de Nova Jersey.
Trump concede perdão e George Santos é solto da prisão
Santos, que havia admitido publicamente o roubo da identidade de onze pessoas, incluindo membros de sua própria família, havia sido condenado em abril. Naquela ocasião, um juiz observou que ele “foi eleito com suas palavras, a maioria das quais eram mentiras.” O ex-deputado federal chegou a chorar durante o julgamento, implorando por perdão e declarando que, embora não pudesse alterar o passado, detinha controle sobre seu futuro.
A trajetória política de George Santos foi marcada por escândalos que o levaram a se tornar o sexto parlamentar na história dos EUA a ser expulso do Congresso, um evento ocorrido em 2023. Essa expulsão marcou a primeira vez em mais de vinte anos que um membro do Congresso recebia tal sanção, sendo Santos confrontado com 23 acusações federais.
O processo de desmascaramento de Santos teve início em 2022, após uma investigação detalhada do jornal The New York Times, que revelou diversas inconsistências em seu currículo. Dentre as mentiras desmascaradas, estavam a falsificação de um diploma universitário e a invenção de empregos em empresas renomadas como Citigroup e Goldman Sachs. As acusações escalaram rapidamente, abrangendo alegações de apropriação indevida de fundos arrecadados para um cachorro doente e a farsa de que sua mãe teria sobrevivido aos ataques de 11 de setembro. Posteriormente, as autoridades federais e locais iniciaram suas investigações contra o então congressista.
De acordo com os promotores, George Santos não apenas forjou detalhes sobre sua carreira profissional e acadêmica, mas também desviou fundos de campanha para sustentar um estilo de vida luxuoso. Relatórios apontaram que esses recursos foram utilizados em despesas pessoais, incluindo procedimentos estéticos com Botox e assinaturas para o controverso site OnlyFans.
Após o anúncio da comutação, o advogado de Santos, Andrew Mancilla, expressou sua satisfação. “A equipe de defesa aplaude o presidente Trump por fazer a coisa certa”, declarou Mancilla à agência Associated Press, acrescentando que a “sentença foi longa demais”. Contudo, o advogado ressaltou que, até o momento, ainda não havia clareza sobre a data exata em que seu cliente seria efetivamente posto em liberdade.

Imagem: bbc.com
Em sua justificativa para a decisão, o Presidente Trump também dirigiu críticas ao Senador democrata Richard Blumenthal, a quem acusou de falsificar informações sobre seu período de serviço militar nos EUA. “Isso é muito pior do que o que George Santos fez, e pelo menos Santos teve a coragem, a convicção e a inteligência de SEMPRE VOTAR REPUBLICANO!”, escreveu Trump em sua rede social. O presidente havia anteriormente solicitado uma investigação sobre as alegações contra Blumenthal.
Em resposta às acusações de Trump, o Senador Blumenthal reconheceu ter feito “declarações equivocadas” em diversas ocasiões no passado sobre seu tempo nas Forças Armadas. Ele salientou, entretanto, que esses equívocos ocorreram há mais de uma década e que as alegações contra ele “foram realmente rejeitadas pelos eleitores de Connecticut três vezes”, que o reelegeram de forma expressiva, conforme sua declaração à CNN.
Pouco antes da comutação, Santos havia enviado uma carta aberta a Donald Trump, publicada no jornal South Shore Press, de Long Island, fazendo um “apelo apaixonado” por perdão. Na correspondência, ele solicitava “a oportunidade de retornar à minha família, meus amigos e minha comunidade” e revelava ter sido mantido em confinamento solitário após uma ameaça de morte em agosto. Apesar de reconhecer e desculpar-se por seus erros passados, Santos defendia que nenhum indivíduo, “independentemente de suas falhas, merece estar perdido no sistema, esquecido e invisível, sofrendo punições muito além do que a justiça exige”, conforme suas próprias palavras na carta.
A prática de clemência presidencial não é inédita sob a administração de Donald Trump. Desde que reassumiu a presidência para um novo mandato, em janeiro, o líder republicano concedeu indultos a pelo menos outros dois ex-parlamentares filiados ao seu partido. Entre eles estão Michael Grimm, ex-congressista que se declarou culpado por crimes fiscais em 2014, e John Rowland, ex-governador de Connecticut, que havia se declarado culpado de acusações de corrupção e fraude em 2004. O histórico de presidentes concedendo clemência executiva, um poder delineado na Constituição Americana, é parte intrínseca do sistema judiciário do país. Para mais informações sobre a concessão de clemência, consulte o Departamento de Justiça dos EUA.
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A comutação da pena de George Santos por Donald Trump marca um desenvolvimento significativo em um dos casos políticos mais notórios dos últimos anos. Com sua libertação imediata da prisão, a decisão de Trump reascende discussões sobre o poder da clemência presidencial e as dinâmicas políticas nos Estados Unidos. Para se manter atualizado sobre este e outros temas da política nacional e internacional, continue acompanhando nossa editoria de Política.
Crédito: EPA-EFE/REX/Shutterstock
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