Protesto contra Pingente Friend AI agita Nova York

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Um incomum e efervescente protesto contra o pingente Friend AI irrompeu nas ruas de Nova York, marcando uma contundente reprovação pública ao controverso dispositivo de inteligência artificial. O evento, que chamou atenção pela inusitada participação do próprio fundador do produto, Avi Schiffmann, transformou-se em um palco de descontentamento com a crescente presença da IA em wearables e o tom das campanhas publicitárias.

Desde sua fundação em 2023, o Friend tem sido um tema de debate, mas foi a campanha de publicidade maciça no metrô de Nova York que verdadeiramente acendeu o estopim. Os anúncios, que custaram mais de 1 milhão de dólares à empresa (quase o valor de seu próprio domínio), começaram no mês passado e se espalharam pelos túneis e carros do metrô, gerando desde pichações criativas até um sentimento generalizado de desconforto entre os nova-iorquinos.

Protesto contra Pingente Friend AI agita Nova York

A percepção negativa sobre o pingente de IA de US$ 129, que se propõe a ser um companheiro ativado por chatbot capaz de ouvir conversas e oferecer feedbacks, foi agravada pelas primeiras avaliações. Estas reportagens pintaram o quadro de um dispositivo que frequentemente falha em suas funções essenciais e deixa as pessoas apreensivas com sua capacidade de escuta constante.

No fim de semana de 20 de outubro de 2025, enquanto protestos globais ecoavam por outras pautas, Nova York presenciou um tipo diferente de manifestação: o “protesto Friend”. O fundador, Avi Schiffmann, alimentou a agitação ao publicar uma imagem de um folheto manuscrito que trazia a frase provocativa: “Ouvi dizer que vocês, nova-iorquinos, têm um problema comigo. Vamos resolver isso de uma vez por todas, antes que entremos em falência.” O folheto convidava os cidadãos a um encontro em um local e hora específicos, incentivando-os a trazer marcadores.

Contrariando as especulações de que as cenas poderiam ser geradas por ferramentas de IA como o Sora, imagens e vídeos confirmaram a genuinidade do evento dominical. As publicações de Schiffmann mostram pessoas usando canetas Sharpie para desfigurar uma faixa do Friend, com um participante grafando “Fuck AI” (F*da-se a IA). Outras cenas incluíram um desenho de giz de um dispositivo Friend com uma expressão triste e a inusitada cena de pessoas jogando basquete enquanto seguravam um recorte de papel ou papelão do pingente.

Ao ser contatado pelo The Verge, Hayden Field, repórter sênior de IA do veículo, para comentar sobre a organização do protesto e a participação do público, Schiffmann negou qualquer envolvimento no planejamento do evento. Ele afirmou ter pego um voo noturno para Nova York, impulsionado por fotos dos anúncios que lhe foram enviadas por pessoas da cidade. Segundo Schiffmann, sua presença foi espontânea.

O empreendedor detalhou sua participação: “Durante o evento, eu estava no palanque falando com a multidão e mais tarde naquela noite os encontrei no parque, onde todos nos sentamos em um grande círculo e conversamos. Todos eles eram muito sérios”, relatou ele. “Achei que foi uma conversa produtiva e todos nos cumprimentamos no final. Foi um protesto real, com certeza.” A perspectiva de Schiffmann aponta para uma interação genuína e uma plataforma para diálogo aberto sobre as percepções da IA e da publicidade invasiva.

Protesto contra Pingente Friend AI agita Nova York - Imagem do artigo original

Imagem: Amelia Holowaty Krales/The via theverge.com

Schiffmann também divulgou uma foto na qual parecia ter assinado um documento manuscrito, comprometendo-se a “não vender friend.com para CEOs de Big Tech para fins de vigilância”. Este ato pode ser interpretado como uma tentativa de angariar apoio ou dissipar preocupações sobre a privacidade e o uso de dados, que são questões centrais no debate sobre a inteligência artificial, como apontado por diversos analistas e publicações sérias no campo da ética da tecnologia.

Um vídeo adicional na mesma thread online capturou um dos momentos mais simbólicos da manifestação: pessoas segurando recortes do pingente Friend e, em seguida, rasgando-os ao meio, enquanto a multidão bradava em coro “Get real friends” (Tenha amigos de verdade). Após a eufórica destruição dos recortes, os gritos de “Get that shit out of here” (Tirem essa droga daqui) e “Fuck AI” ressoaram, expressando um claro repúdio.

Em suma, os nova-iorquinos demonstraram não ser receptivos a anúncios de metrô excessivamente agressivos, especialmente quando a publicidade sugere que a inteligência artificial pode substituir as interações humanas genuínas. Contudo, para o CEO da Friend, a visibilidade e o engajamento – mesmo que na forma de protesto – podem ser preferíveis à completa indiferença, ressaltando o ditado de que qualquer publicidade é boa publicidade.

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A efervescência em Nova York contra o pingente Friend AI ilustra um crescente escrutínio público sobre a tecnologia de consumo e a maneira como ela se insere em nosso cotidiano. Este evento serve como um barômetro do sentimento geral sobre a IA e as tentativas de empresas de preencher lacunas sociais com dispositivos. Para mais insights sobre o impacto da tecnologia nas cidades e as análises dos movimentos sociais, convidamos você a explorar outras notícias em nossa editoria de Cidades.

Crédito da imagem: Amelia Holowaty Krales / The Verge


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