📚 Continue Lendo
Mais artigos do nosso blog
**O acidente do Elevador da Glória em Lisboa** no mês passado, que resultou em 16 mortes, teve novas informações reveladas por um relatório preliminar divulgado nesta segunda-feira (20/10). O documento aponta para uma série de falhas significativas que contribuíram para a tragédia ocorrida em 3 de setembro, indicando problemas técnicos e deficiências na supervisão e manutenção do sistema de transporte. A publicação do parecer inicial reacende o debate sobre a segurança de atrações históricas e a fiscalização dos serviços de transporte público na capital portuguesa.
Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) de Portugal, a causa direta do sinistro foi a ruptura de um cabo subterrâneo. Este componente crucial, que atuava como contrapeso entre as duas cabines do bondinho, não era tecnicamente adequado e, ainda mais grave, jamais havia sido certificado para a utilização no transporte de passageiros. O relatório destaca que o cabo em questão foi adquirido em 2022 pela Carris, a empresa responsável pela gestão do transporte público lisboeta, que posteriormente reconheceu ter demitido o profissional encarregado da manutenção dos veículos.
Este lamentável episódio, que veio a ser conhecido como
Relatório indica falhas graves no acidente Elevador da Glória
, deixou um rastro de profunda tristeza e preocupação. A colisão do bondinho de 140 anos com um edifício no dia 3 de setembro resultou em um cenário de destruição. Das 16 vítimas fatais confirmadas, 11 eram estrangeiros, ressaltando o impacto internacional do desastre em uma das mais emblemáticas atrações turísticas de Lisboa. Além disso, o acidente também provocou ferimentos em outras 20 pessoas, que foram prontamente socorridas e hospitalizadas.
A análise preliminar do GPIAAF vai além da questão do cabo e elenca outras irregularidades alarmantes. Verificou-se uma patente falta de supervisão por parte dos engenheiros da Carris, que não garantiram os testes adequados no cabo antes da sua instalação. Adicionalmente, a atuação da empresa terceirizada pela Carris, responsável pela supervisão e manutenção do bondinho, mostrou-se deficiente. Há indícios de que o Elevador da Glória pode ter tido seu funcionamento liberado na manhã daquele fatídico dia sem uma verificação completa, embora esta informação ainda careça de confirmação.
Um dos aspectos mais críticos apontados pelo relatório refere-se à falha do sistema de freio de emergência. Apesar da tentativa correta de acionamento por parte do motorista logo após a ruptura do cabo, o mecanismo não respondeu conforme esperado e, crucialmente, nunca havia sido testado previamente. No entanto, o documento ressalta que os dados coletados até o momento são “incompletos”, exigindo análises e testes adicionais para um parecer final. O GPIAAF adverte expressamente para que “a culpa ou responsabilidade de qualquer organização ou pessoa envolvida no incidente não deve ser presumida” nesta fase. Para mais informações sobre a infraestrutura e a cultura da capital portuguesa, clique aqui e saiba mais sobre Lisboa.
A repercussão do incidente ecoou na política local. Carlos Moedas, prefeito de Lisboa e reeleito em 12 de outubro mesmo diante de críticas da oposição por suposta falha na supervisão dos bondinhos, manifestou-se à emissora SIC. Ele afirmou que o relatório “reafirma que a lamentável tragédia… se deveu a causas técnicas e não políticas”, procurando desassociar a gestão municipal de responsabilidades diretas sobre as causas do acidente. Por sua vez, a Carris emitiu um comunicado oficial salientando que “não é possível neste momento afirmar se as não conformidades na utilização do cabo são ou não relevantes para o acidente”, sublinhando ainda que os mesmos cabos estiveram em operação no Elevador da Glória por 601 dias sem intercorrências anteriores.

Imagem: bbc.com
O relatório preliminar do GPIAAF não apenas detalha as falhas, mas também apresenta recomendações cruciais para evitar futuros acidentes. Entre elas, destaca-se a necessidade de a Carris implementar um novo sistema de gestão de segurança que esteja em conformidade com as melhores práticas europeias. Todos os bondinhos da capital foram, inclusive, obrigados a parar suas operações para verificações de segurança abrangentes, com especial foco na revisão dos sistemas de freios de emergência. O objetivo é garantir que esses sistemas sejam capazes de parar as cabines em caso de falha do cabo, algo que tragicamente não ocorreu no Elevador da Glória. Adicionalmente, o documento propõe o fim de uma lacuna legal que isenta elevadores históricos de Lisboa do monitoramento e supervisão que se aplicam a outras modalidades de transporte por cabo, visando equiparar os padrões de segurança.
A conclusão definitiva deste complexo processo de investigação ainda demandará tempo. A expectativa é que o relatório final seja finalizado em aproximadamente 11 meses. Caso surja algum atraso nesse cronograma, o GPIAAF assegura a divulgação de um relatório provisório mais detalhado, mantendo a transparência e o compromisso com a apuração completa dos fatos para as famílias das vítimas e para a população lisboeta.
Confira também: crédito imobiliário
Este desfecho preliminar do **acidente Elevador da Glória** em Lisboa destaca a urgência de reformas nos sistemas de segurança e fiscalização dos transportes públicos. A tragédia serve como um alerta para a importância da manutenção rigorosa e da adesão a padrões internacionais. Para aprofundar a discussão sobre temas relevantes que afetam a vida nas grandes cidades e a gestão urbana, explore mais conteúdos em nossa seção de Cidades.
Crédito: Reuters
Recomendo
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados