Accel e Prosus Fortalecem Investimento em Startups Indianas

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As renomadas gestoras de capital de risco Accel e Prosus estabeleceram uma nova colaboração estratégica focada em fomentar investimentos em startups indianas desde a sua fase inicial. A iniciativa busca apoiar empreendedores dedicados à criação de soluções de grande escala com potencial para servir amplamente a população da Índia, uma das nações mais populosas do mundo. O anúncio da parceria, divulgado na última segunda-feira, marca um momento inédito, pois representa o primeiro investimento da Prosus em estágios de formação.

Ambas as firmas de investimento irão cofinanciar as empresas desde o seu nascimento, direcionando recursos para negócios que enfrentam desafios sistêmicos em setores cruciais. Entre as áreas de foco prioritário estão automação, transição energética, serviços de internet e manufatura. Essa abordagem visa impulsionar a inovação local, capitalizando o ambiente de rápido crescimento da economia digital indiana e suas mais de 1,4 bilhão de pessoas.

Accel e Prosus Fortalecem Investimento em Startups Indianas

A Índia, atualmente o país mais populoso do planeta, experimenta uma expansão digital vertiginosa, contando com mais de um bilhão de usuários de internet e cerca de 700 milhões de usuários de smartphones, configurando-se como o segundo maior mercado de smartphones globais, atrás apenas da China. Plataformas digitais com apoio governamental, como o Unified Payments Interface (UPI) e o Aadhaar, forneceram uma infraestrutura robusta que capacita startups a escalar seus serviços com agilidade. No entanto, grande parte da atividade de startups indianas até agora concentrou-se na adaptação de modelos de negócios globais, com um número menor de empresas dedicadas a solucionar os desafios domésticos em grande escala. A aliança Accel-Prosus emerge para transformar esse cenário.

Esta parceria estratégica amplia o escopo do programa “Atoms X” da Accel, lançado em julho com o objetivo de financiar startups que a firma define como “leap tech” – empresas engajadas na resolução de problemas sistêmicos e de grande escala. Para Pratik Agarwal, sócio da Accel, “acreditamos que agora é o momento certo para o ecossistema de startups indiano evoluir da adaptação de modelos globais para a criação de modelos indianos que ajudem a Índia a saltar em sua jornada para se tornar um país desenvolvido”.

Agarwal acrescentou em entrevista ao TechCrunch que startups desenvolvendo soluções de escala populacional frequentemente enfrentam dificuldades em obter capital inicial adequado, dada a natureza de longos períodos de gestação e o risco de diluição significativa antes de atingir uma tração expressiva. “Esperamos estar provendo muito mais capital inicial a elas no momento certo, para que possam progredir substancialmente sem passar por diversas rodadas de falsos inícios antes de avançar”, destacou o parceiro.

Sob os termos da colaboração, a Prosus se comprometeu a igualar os aportes da Accel em cada empresa selecionada, com valores iniciais que variam entre US$ 100.000 e US$ 1 milhão, um montante que pode ser elevado ao longo do tempo. Ashutosh Sharma, líder do ecossistema indiano na Prosus, explicou: “Poderíamos ambos continuar fazendo as nossas coisas separadamente, mas dada a magnitude da ambição desses fundadores e a complexidade dos problemas que tentam resolver, fazia todo o sentido unirmos nossos recursos”. Tradicionalmente, a Prosus foca em investimentos de estágio avançado globalmente, com participações relevantes na Índia em empresas como Swiggy, Meesho e PayU.

Embora a Prosus se comprometa a equiparar o investimento da Accel neste acordo, Sharma enfatizou que a empresa não busca uma participação acionária equivalente no estágio inicial. “Para nós, obter essa participação acionária na primeira rodada não é importante de forma alguma. Se pudermos realmente identificar uma futura Swiggy, Meesho, iFood ou Tencent hoje, isso já é um sucesso suficiente”, revelou ao TechCrunch, reforçando o foco em identificar potenciais gigantes futuros do mercado indiano.

Accel e Prosus Fortalecem Investimento em Startups Indianas - Imagem do artigo original

Imagem: techcrunch.com

A parceria já resultou em co-investimentos recentes, incluindo as startups Arivihan, uma plataforma de tutoria baseada em inteligência artificial, e Wiom, um provedor de serviços de internet de baixo custo. Sharma argumenta que “devido a essa disrupção impulsionada pela IA que está acontecendo ao nosso redor, alguns países serão beneficiários desproporcionais — e alguns países serão perdedores líquidos. Dois países que parecem muito bem posicionados para serem beneficiários são os EUA e a China. Nesse novo ordenamento mundial e nessa narrativa global, qual é o espaço da Índia? E poderá a Índia, como parte desta revolução ‘leap tech’, encontrar seu lugar de direito, não apenas na IA, mas além da IA, é a outra ambição que temos com este programa”.

Esta aliança estratégica se manifesta em um período de crescentes tensões geopolíticas, as quais impactaram os fluxos de capital, as cadeias de suprimento de tecnologia e o acesso a mercados. Tal cenário tem levado investidores globais a reavaliar as locações mais seguras e eficazes para o desdobramento de capital em larga escala. Diante de um robusto mercado doméstico, uma infraestrutura digital em expansão e uma crescente oferta de talentos técnicos, a Índia é cada vez mais vista como uma prioridade estratégica nesse contexto global. “A posição da Índia na economia global e no sistema geopolítico exige que o país trace e acelere seu caminho como uma nação soberana, independente e desenvolvida”, observou Agarwal ao TechCrunch.

O cenário de venture capital na Índia registrou uma queda de 25% ano a ano, atingindo US$ 4,8 bilhões no primeiro semestre de 2025, de acordo com dados da Tracxn. Os acordos de estágio avançado caíram 27%, somando US$ 2,7 bilhões, enquanto o financiamento em estágio inicial recuou 16%, totalizando US$ 1,6 bilhão. No entanto, apesar da diminuição geral, a Índia mantém-se como um ponto focal crucial para investidores globais, impulsionada por sua vasta população e pela expansão contínua da adoção digital, como destacado em relatórios do Banco Mundial. Em setembro, um consórcio de oito firmas de capital de risco e private equity americanas e indianas, incluindo Accel, Blume Ventures, Celesta Capital e Premji Invest, formou uma coalizão com o compromisso de investir mais de US$ 1 bilhão em startups de deep tech. A colaboração Accel-Prosus é, assim, o exemplo mais recente do continuado interesse de VCs globais em apostas de longo prazo no mercado indiano.

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A união entre Accel e Prosus representa um marco significativo para o ecossistema de investimento em startups indianas, prometendo nutrir a próxima geração de empresas com capacidade de criar impacto em escala populacional e impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país. Acompanhe a seção de Economia do Hora de Começar para ficar por dentro das últimas notícias e análises sobre o cenário de venture capital e inovações tecnológicas no mercado global e regional.

Crédito da imagem: Jagmeet Singh


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