Agente do ICE agride imigrante equatoriana em Nova York

noticias
Artigos Relacionados

📚 Continue Lendo

Mais artigos do nosso blog

A recente agressão por um agente do ICE nos EUA contra uma imigrante equatoriana em Nova York causou indignação e revelou a dura realidade de muitas famílias buscando asilo no país. Em 25 de setembro, a equatoriana Mónica Moreta Galarza, acompanhada de seu marido, Rubén Abelardo Ortiz López, e seus dois filhos, de 10 e 12 anos, vivenciou uma transição abrupta da esperança ao desespero em um tribunal de imigração.

A família havia comparecido a uma audiência de rotina para seu pedido de asilo no edifício governamental 26 Federal Plaza, em Manhattan, que abriga o tribunal de imigração. Após receberem a notícia de que a próxima audiência seria apenas em maio de 2026, a sensação inicial foi de alívio. Contudo, essa tranquilidade foi brutalmente interrompida nos corredores do local.

Agente do ICE agride imigrante equatoriana em Nova York

Ao saírem da sala, vários agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) abordaram a família, tentando separá-los e prender o pai, Ortiz López. A ação gerou uma cena de caos, com Mónica Galarza e seus filhos gritando e chorando em desespero, culminando em uma agressão que chocaria o público e a própria Mónica.

Mónica relatou à BBC News Mundo que um dos agentes a atacou com extrema agressividade, provocando seu pavor e, consequentemente, jogando-a no chão. O incidente ocorreu na presença de jornalistas, fotógrafos e outros agentes da lei, e foi gravado em vídeos que rapidamente se disseminaram nas redes sociais.

A repercussão das imagens levou o Departamento de Segurança Nacional (DHS) a afastar o agente de suas funções. A secretária adjunta de Assuntos Públicos, Tricia McLaughlin, divulgou um comunicado no dia 26 de setembro, declarando a conduta do agente como “inaceitável” e “não à altura dos homens e mulheres do ICE”. A nota acrescentou que o agente foi afastado enquanto uma investigação completa é conduzida. Questionada sobre detalhes adicionais e o status do agente, a BBC não obteve resposta até a publicação da reportagem.

Em meio ao pânico, Mónica descreveu seu único pensamento: manter sua família unida. Ela relembrou os quatro membros se agarrando firmemente, com a filha segurando o pai e o filho abraçando-a. As gravações mostram claramente vários agentes tentando forçadamente desmembrar o grupo, com ordens como “Tirem ela daqui” e “Solte, solte, senhora” em espanhol. Desesperada, Mónica confrontou um dos agentes, acusando-os de não se importarem, antes que a situação se escalasse.

A cena mais chocante mostra um agente puxando Mónica pelos cabelos e depois, após repetidos “adeus”, empurrando-a violentamente contra a parede antes de jogá-la no chão. Ela ficou imobilizada de costas, sob o olhar horrorizado de sua filha e de outras pessoas que registravam o momento. “Imagina o medo daquele momento. Fiquei apavorada”, disse Mónica, que afirma ter batido a cabeça e buscou atendimento hospitalar após o ocorrido. Ela ainda relatou sentir que foi agredida e machucada, descrevendo a ação como uma demonstração de força contra sua família.

A detenção de Rubén Abelardo Ortiz López, atualmente no centro de detenção de Moshannon Valley, na Pensilvânia, foi justificada por um comunicado do ICE (citado pela CBS) alegando que ele entrou ilegalmente no país em 20 de março de 2024 e era procurado após ter sido preso em 18 de junho por “agressão e obstrução das vias respiratórias ou sanguíneas”. O comunicado, que mencionou o então presidente Donald Trump e a secretária de Segurança Nacional Kristi Noem, reafirma uma política de tolerância zero, afirmando: “Se você vier ao nosso país ilegalmente e violar nossas leis, será preso e nunca mais voltará”.

Agente do ICE agride imigrante equatoriana em Nova York - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

A advogada Lina Stillman, especialista em imigração e representante legal da família Galarza, criticou veementemente a atitude do agente. Ela argumentou que a conduta violenta do oficial é inaceitável e exigiu responsabilidade e transparência do ICE e do DHS. O caso de Mónica Galarza levanta preocupações maiores sobre o tratamento de imigrantes nos Estados Unidos, conforme observado por organizações de direitos humanos. O contexto de abusos e desafios enfrentados por migrantes tem sido amplamente documentado, com entidades como a Organização das Nações Unidas constantemente alertando para a necessidade de salvaguardar os direitos fundamentais. Para mais informações sobre direitos humanos e migração, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos oferece importantes diretrizes. A transparência na aplicação da lei de imigração é crucial para evitar tais incidentes, como destacam grupos defensores dos direitos humanos.

Além da advogada, congressistas e autoridades de Nova York manifestaram-se. Dan Goldman, congressista democrata cujo distrito inclui o tribunal onde o incidente ocorreu, revelou que Mónica e seus filhos procuraram seu escritório em busca de segurança após a agressão. Goldman, em uma publicação no X (antigo Twitter), descreveu o incidente como um exemplo de violência excessiva por parte de agentes policiais, cobrando responsabilização. Ele e o controlador da cidade de Nova York, Brad Lander, também democrata, enviaram um documento de duas páginas à promotora-geral dos EUA, Pam Bondi, sugerindo uma investigação criminal imediata sobre o ocorrido.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou que “a cidade fica menos segura quando os imigrantes têm medo de usar os serviços básicos de assistência e de comparecer às audiências nos tribunais”. Zohan Mamdani, candidato democrata à prefeitura, expressou choque com o ocorrido e a percepção de que “atos como esse acontecem todos os dias em todo o país, muitas vezes sem serem vistos, imperceptíveis e sem nos envergonhar pela sua crueldade”. Para Mónica, a experiência a remeteu ao seu sofrido passado no Equador, onde, segundo ela, não teve proteção. Ela acrescentou nunca ter pensado que passaria por algo assim nos EUA, concluindo: “É muito feio. Sinto como se não valesse nada.”

Este lamentável incidente na cidade de Nova York sublinha a complexidade e a sensibilidade das questões migratórias nos EUA, evidenciando a urgência de uma supervisão rigorosa sobre as agências de aplicação da lei e de proteção aos direitos fundamentais de todos, independentemente de seu status legal. A reavaliação das políticas de imigração e a garantia de um tratamento justo são temas constantes de debate público. Para aprofundar a compreensão sobre debates relacionados à atuação de órgãos governamentais e os direitos da população, explore mais análises em nossa editoria de Política. Acompanhe o Valor Trabalhista para estar sempre atualizado sobre as principais discussões do cenário político e social.

Crédito, Getty Images


Links Externos

🔗 Links Úteis

Recursos externos recomendados

Deixe um comentário