Americans’ junk-filled garages are hurting EV adoption, study says

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A transição para veículos elétricos (VEs) nos Estados Unidos tem enfrentado diversos desafios. Após um período de crescimento contínuo nas vendas, o mercado de VEs começou a mostrar sinais de contração. Marcas automotivas como Genesis e Volvo, por exemplo, observaram uma menor aceitação de suas ofertas elétricas por parte dos consumidores, o que levou a revisões em seus portfólios de produtos.

Este cenário é influenciado por múltiplos fatores. A administração atual tem demonstrado uma postura que resultou no encerramento de subsídios existentes para VEs e na flexibilização de regulamentações de poluição veicular. Tais mudanças políticas são apontadas como elementos que impactam diretamente o ambiente de adoção de veículos elétricos no país.

Historicamente, pesquisas e estudos indicam que as preocupações relacionadas ao carregamento são as principais barreiras para a transição de veículos a combustão para VEs. Questões como a autonomia da bateria e a disponibilidade de infraestrutura de carregamento público frequentemente surgem como os maiores receios dos potenciais compradores.

No entanto, um novo estudo de pesquisa de mercado, conduzido por Sam Abuelsamid, vice-presidente da Telemetry, traz à tona um obstáculo significativo que, segundo o estudo, tem sido amplamente negligenciado. A análise, que examina as necessidades de infraestrutura de carregamento para a próxima década, aponta que o acúmulo de objetos e a desorganização nas garagens residenciais dos americanos representam uma barreira substancial para a adoção de VEs.

A Importância do Carregamento Doméstico

Apesar de o carregamento rápido em corrente contínua (DC fast-charging) frequentemente dominar as manchetes e atrair a maior parte dos investimentos em infraestrutura, a vasta maioria do carregamento de veículos elétricos ocorre em corrente alternada (AC), predominantemente em casa. Dados indicam que aproximadamente 80% de todo o carregamento de VEs é realizado no ambiente doméstico.

Proprietários de veículos elétricos são desproporcionalmente representados por indivíduos que residem em casas unifamiliares. Este grupo demográfico possui maior probabilidade de ter acesso a uma garagem ou espaço de estacionamento privativo, o que é ideal para a instalação de um carregador doméstico.

O carregamento doméstico oferece conveniência e custo-benefício. A capacidade de carregar o veículo durante a noite, enquanto o proprietário dorme, elimina a necessidade de desvios para estações de carregamento públicas e permite que o veículo esteja sempre pronto para uso com a bateria cheia. Além disso, a eletricidade residencial geralmente apresenta um custo por quilowatt-hora mais baixo em comparação com as tarifas de carregadores públicos, especialmente os de carregamento rápido.

Existem dois níveis principais de carregamento AC doméstico: Nível 1 e Nível 2. O carregamento de Nível 1 utiliza uma tomada padrão de 120 V e é o método mais lento, adicionando apenas alguns quilômetros de autonomia por hora. Embora seja acessível e não exija instalação especial, sua lentidão o torna inadequado para a maioria das necessidades diárias de carregamento.

O carregamento de Nível 2, por outro lado, utiliza uma tomada de 240 V, similar àquelas usadas para secadoras de roupa ou fogões elétricos. Este tipo de carregador pode adicionar entre 30 a 60 quilômetros de autonomia por hora, dependendo da potência do carregador e da capacidade do veículo. O carregamento de Nível 2 é considerado o padrão ouro para o carregamento doméstico, pois oferece um equilíbrio ideal entre velocidade e conveniência para a maioria dos usuários de VEs.

A instalação de um carregador de Nível 2 geralmente requer a contratação de um eletricista qualificado para instalar uma tomada de 240 V ou um carregador fixo na garagem. Este processo envolve a verificação da capacidade do painel elétrico da residência e, se necessário, a atualização da infraestrutura elétrica para suportar a carga adicional.

Garagens Desorganizadas como Obstáculo

A pesquisa do National Renewable Energy Laboratory (NREL), realizada há alguns anos, revelou que 42% dos proprietários de residências nos EUA estacionam seus veículos próximos a uma tomada elétrica capaz de fornecer carregamento de Nível 2 (240 V). Este dado sugere que uma parcela significativa de residências já possui a infraestrutura elétrica básica para suportar um carregador de Nível 2, ou que a adaptação seria relativamente simples.

No entanto, o estudo de Sam Abuelsamid destaca que a mera existência de uma tomada adequada não é suficiente. A questão central reside na utilização prática do espaço da garagem. Muitas garagens americanas, projetadas para abrigar veículos, são frequentemente utilizadas como depósitos para uma vasta gama de itens, incluindo equipamentos esportivos, ferramentas, caixas de armazenamento, móveis antigos e outros pertences domésticos.

Essa acumulação de objetos impede que os veículos sejam estacionados dentro da garagem. Consequentemente, mesmo que uma tomada de 240 V esteja disponível, ela se torna inacessível ou impraticável para o carregamento do VE. Se o veículo não pode ser estacionado de forma segura e conveniente próximo ao ponto de carregamento, a vantagem do carregamento doméstico é anulada.

A impossibilidade de utilizar a garagem para estacionar o veículo e carregá-lo em casa força os proprietários de VEs a dependerem mais de opções de carregamento público. Isso pode levar a inconveniências, custos mais elevados e, em última instância, a uma experiência de propriedade de VE menos satisfatória, o que pode desestimular a adoção por parte de novos compradores.

A questão da garagem desorganizada é particularmente relevante porque o carregamento doméstico é um pilar fundamental para a conveniência e a viabilidade econômica da posse de um VE. Sem a capacidade de carregar em casa de forma consistente, os benefícios de um veículo elétrico, como a redução dos custos de combustível e a menor pegada de carbono, tornam-se menos atraentes para o consumidor médio.

O estudo sugere que este é um fator subestimado na equação da adoção de VEs. Enquanto as discussões se concentram em autonomia, preço e infraestrutura pública, a barreira física e comportamental da organização da garagem passa despercebida. Para muitos potenciais compradores, a ideia de ter que reorganizar ou esvaziar uma garagem para acomodar um VE e seu carregador pode ser um impedimento significativo.

A implicação é que, mesmo com avanços na tecnologia de baterias e na expansão da rede de carregamento público, a infraestrutura doméstica continua sendo crucial. A capacidade de um proprietário de VE de carregar seu veículo em casa, de forma conveniente e segura, é um fator determinante para a satisfação e a continuidade da adoção de veículos elétricos.

Em resumo, o estudo de Sam Abuelsamid adiciona uma nova perspectiva aos desafios da adoção de VEs. Ele destaca que, além das preocupações com a autonomia e a disponibilidade de carregadores públicos, a condição das garagens residenciais nos EUA representa um obstáculo prático e muitas vezes ignorado para a expansão do mercado de veículos elétricos, especialmente no que tange ao carregamento doméstico de Nível 2, que é a espinha dorsal da experiência de propriedade de um VE.

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