An extinct volcano in Arkansas hosts the only public diamond mine on Earth

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No sudoeste do Arkansas, o governo estadual opera uma das minas de diamantes mais singulares do mundo. Por um valor acessível, comparável ao preço de um ingresso de cinema, qualquer pessoa pode escavar em busca de diamantes no Parque Estadual Crater of Diamonds e ficar com o que encontrar.

Este campo de busca, com aproximadamente 15 hectares, está localizado perto de Murfreesboro. A área repousa sobre um antigo tubo vulcânico que entrou em erupção há cerca de 100 milhões de anos. Essa erupção trouxe à superfície diamantes que se formaram nas profundezas do manto terrestre, onde agora aguardam no solo por qualquer visitante munido de uma pá de jardim e paciência.

Origem Geológica dos Diamantes

A formação dos diamantes no Parque Estadual Crater of Diamonds está intrinsecamente ligada à sua geologia única. A área é o local de uma cratera de erosão de um vulcão extinto, que é uma ocorrência rara de um tubo de lamproíto diamantífero. A lamproíta é um tipo de rocha ígnea que se forma a partir de magma rico em potássio e é conhecida por ser uma rocha hospedeira de diamantes.

Há aproximadamente 100 milhões de anos, durante o período Cretáceo, uma série de erupções vulcânicas violentas impulsionou o magma do manto terrestre em direção à superfície. Este magma, carregado com diamantes formados sob condições de extrema pressão e temperatura, ascendeu rapidamente através de condutos vulcânicos, conhecidos como tubos de lamproíto.

A ascensão rápida do magma foi crucial para a preservação dos diamantes. Se o magma tivesse subido lentamente, os diamantes teriam se transformado em grafite devido à diminuição da pressão e temperatura. No entanto, a velocidade da erupção permitiu que os diamantes chegassem à superfície intactos, onde foram depositados no solo vulcânico.

Ao longo de milhões de anos, a erosão natural desgastou as camadas superiores do tubo vulcânico, expondo o material diamantífero. Este material, composto por solo vulcânico e rochas fragmentadas, é o que os visitantes exploram hoje em busca de pedras preciosas. A concentração de diamantes, embora menor que em minas comerciais de grande escala, é suficiente para permitir achados regulares por parte do público.

História da Descoberta e Operações Iniciais

A história da descoberta de diamantes na área remonta a 1906, quando John Wesley Huddleston, um fazendeiro local, encontrou duas pedras brilhantes em sua propriedade. Inicialmente, ele acreditou que as pedras eram cristais de quartzo, mas testes subsequentes confirmaram que eram diamantes. Esta descoberta marcou o início da “corrida do diamante” no Arkansas.

Após a descoberta de Huddleston, a área atraiu a atenção de mineradores e investidores. Várias tentativas de mineração comercial foram realizadas entre 1906 e a abertura do parque em 1972. Empresas como a Arkansas Diamond Company e a Ozark Diamond Mines Corporation operaram no local, empregando métodos de mineração mais intensivos.

No entanto, apesar dos esforços e do investimento, nenhuma das operações comerciais conseguiu manter a lucratividade a longo prazo. A principal razão para o insucesso comercial foi a concentração relativamente baixa de diamantes em comparação com as minas comerciais de grande porte encontradas em outras partes do mundo, como na África ou na Rússia. A extração em larga escala não se mostrou economicamente viável.

Em 1952, o local foi aberto ao público como uma atração turística privada, permitindo que as pessoas pagassem uma taxa para procurar diamantes. Esta operação continuou até 1972, quando o estado do Arkansas adquiriu a propriedade. O local foi então transformado no Parque Estadual Crater of Diamonds, tornando-se o único local público no mundo onde o público pode procurar diamantes e ficar com o que encontrar.

Operação do Parque Estadual

O Parque Estadual Crater of Diamonds oferece uma experiência de mineração de diamantes acessível e única. Os visitantes pagam uma taxa de entrada para acessar o campo de busca de 15 hectares, que é arado regularmente para expor novas camadas de solo e aumentar as chances de descoberta. O parque não garante a descoberta de diamantes, mas a possibilidade atrai milhares de visitantes anualmente.

Os métodos de busca permitidos no parque são variados e adaptados para o público. Os visitantes podem simplesmente caminhar pelo campo e procurar diamantes na superfície, especialmente após chuvas, que podem lavar o solo e expor as pedras. Esta é a forma mais simples e comum de busca.

Outros métodos incluem a escavação e a peneiração. Os visitantes podem trazer suas próprias ferramentas, como pás de jardim, baldes e peneiras, ou alugá-las no centro de visitantes do parque. A escavação envolve remover o solo e passá-lo por peneiras secas ou úmidas para separar o material mais pesado, onde os diamantes tendem a se concentrar devido à sua alta densidade.

O parque fornece estações de lavagem com água para que os visitantes possam realizar a peneiração úmida, um método eficaz para remover a argila e o lodo do solo, facilitando a identificação de pedras preciosas. Funcionários do parque estão disponíveis para ajudar os visitantes a identificar suas descobertas e fornecer informações sobre os tipos de rochas e minerais encontrados na área.

Achados Notáveis no Parque

Desde a sua abertura como parque estadual, o Crater of Diamonds tem sido o local de descobertas significativas, incluindo alguns dos maiores diamantes já encontrados nos Estados Unidos. Estes achados notáveis demonstram o potencial do local e contribuem para a sua fama.

Um dos diamantes mais famosos encontrados no parque é o “Tio Sam” (Uncle Sam Diamond), descoberto em 1924, antes da criação do parque estadual. Com 40,23 quilates, é o maior diamante já encontrado nos Estados Unidos. Embora não tenha sido encontrado por um visitante público, sua descoberta ressalta a riqueza geológica do local.

Outro achado notável é a “Estrela do Arkansas” (Star of Arkansas), um diamante branco de 15,33 quilates, encontrado em 1956. Este diamante também foi descoberto antes da era do parque estadual, mas sua beleza e tamanho o tornaram lendário na história do local.

Entre os diamantes encontrados por visitantes públicos, destaca-se o “Strawn-Wagner Diamond”, um diamante branco de 3,03 quilates descoberto em 1990 por Shirley Strawn. Este diamante é notável não apenas pelo seu tamanho, mas também por ter sido lapidado e certificado como um diamante de “grau perfeito” (0/0/0), uma classificação extremamente rara que indica perfeição em corte, cor e clareza.

Outros achados significativos incluem o “Esperança de Arkansas” (Hope of Arkansas), um diamante branco de 8,52 quilates encontrado em 1978, e o “Diamante de Amarillo” (Amarillo Starlight), um diamante branco de 16,37 quilates descoberto em 1975. Estes exemplos ilustram a variedade de tamanhos e qualidades de diamantes que podem ser encontrados no parque.

Em 2015, um diamante marrom de 8,52 quilates, nomeado “Esperança de Esmeralda” (Esperanza Diamond), foi encontrado por um visitante. Este diamante foi posteriormente lapidado em uma forma de pêra de 4,60 quilates e exibido publicamente, destacando a beleza e o valor potencial das descobertas no parque.

A frequência de achados varia, mas o parque relata que centenas de diamantes são encontrados anualmente pelos visitantes. A maioria dos diamantes encontrados é pequena, do tamanho de uma cabeça de fósforo ou menor, mas a emoção da busca e a possibilidade de encontrar uma pedra maior continuam a atrair entusiastas de todo o mundo.

Características dos Diamantes Encontrados

Os diamantes encontrados no Parque Estadual Crater of Diamonds exibem uma variedade de cores e características. As cores mais comuns incluem branco, marrom e amarelo, embora diamantes rosa, roxos e verdes também tenham sido descobertos, tornando o local um dos poucos no mundo onde diamantes coloridos são encontrados naturalmente.

A qualidade dos diamantes varia amplamente. Alguns são de qualidade gema, adequados para lapidação e joalheria, enquanto outros são de qualidade industrial, utilizados para fins abrasivos ou outras aplicações. A maioria dos diamantes encontrados é pequena, geralmente com menos de um quilate, mas seu valor reside na sua origem natural e na experiência única de descoberta.

A forma dos diamantes brutos encontrados no parque é tipicamente arredondada, com superfícies que podem ser lisas ou ligeiramente ásperas. Muitos apresentam uma aparência “gordurosa” ou “cerosa” quando recém-descobertos, o que os ajuda a se destacar do solo e de outras rochas.

Experiência do Visitante e Educação

Além da oportunidade de procurar diamantes, o Parque Estadual Crater of Diamonds oferece uma experiência educacional completa. O centro de visitantes do parque apresenta exposições sobre a geologia da área, a história da mineração de diamantes no Arkansas e os tipos de rochas e minerais que podem ser encontrados no campo de busca.

Os visitantes podem aprender sobre as características dos diamantes brutos, como identificá-los e as melhores técnicas de busca. O parque também oferece programas interpretativos e demonstrações para ajudar os visitantes a maximizar suas chances de encontrar uma pedra preciosa. A equipe do parque está disponível para identificar as descobertas dos visitantes e fornecer informações sobre elas.

A área de busca é um campo aberto, exposto aos elementos. Os visitantes são aconselhados a se preparar para as condições climáticas, usando roupas adequadas, protetor solar e chapéus. A disponibilidade de água potável e áreas de descanso também é fornecida para garantir uma visita confortável e segura.

O Parque Estadual Crater of Diamonds representa um fenômeno geológico e turístico raro. Sua operação como uma mina de diamantes pública, onde os visitantes podem desenterrar e manter suas próprias descobertas, o distingue de qualquer outro local no mundo. A combinação de história, geologia e a emoção da busca por tesouros naturais continua a atrair pessoas de todas as idades.

Este local não é apenas um parque, mas um testemunho da riqueza geológica do Arkansas e da persistência da natureza em revelar seus segredos. A cada diamante encontrado, a história do vulcão extinto e do manto terrestre é recontada, conectando os visitantes diretamente com processos geológicos de milhões de anos.

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