Análise Raleigh One E-Bike: Lições do Passado da VanMoof Aplicadas

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A bicicleta elétrica Raleigh One surge no mercado como um dos desenvolvimentos promissores resultantes da bancarrota da VanMoof em 2023, assinalando uma nova direção para a mobilidade urbana. Este modelo de e-bike, concebido pelos fundadores originais da VanMoof, Ties e Taco Carlier, e desenvolvido para a respeitada marca britânica Raleigh, propõe-se a integrar funcionalidade a lições valiosas aprendidas sobre a complexidade em designs anteriores, oferecendo uma experiência de deslocamento mais simplificada e eficaz para os ciclistas.

Com lançamento oficial em 27 de setembro de 2025, a Raleigh One posiciona-se como uma escolha premium no segmento de e-bikes voltadas para o trânsito diário nas cidades. Diferentemente de certas abordagens dos antigos modelos da VanMoof, que frequentemente apresentavam desafios relacionados à excessiva utilização de componentes proprietários, este novo ciclomotor foi meticulosamente desenhado com ênfase na descomplicação e na facilidade de manutenção. Seus criadores, dois jornalistas de tecnologia experientes e ardentes defensores de infraestruturas urbanas focadas no ser humano, implementaram recursos indispensáveis para o cotidiano, incluindo avançadas características antirroubo e um design pensado para o uso prático.

Análise Raleigh One E-Bike: Lições do Passado da VanMoof Aplicadas

A Raleigh One herda e aprimora diversas qualidades que consagraram os modelos VanMoof. Apresenta um pacote de funcionalidades robusto, com destaque para seus recursos antirroubo avançados: rastreamento GPS e um sistema de alarme integrado, indispensáveis para a segurança em ambientes urbanos. Seu design evidencia uma integração impecável, com os cabos roteados de maneira elegante pelo quadro de alumínio. Conforto e utilidade são assegurados por pneus largos, para-lamas eficazes, sistema de iluminação integrado e variadas alternativas para transporte de carga, atendendo amplamente às demandas de um deslocamento diário pela metrópole.

Um dos pilares na filosofia de desenvolvimento da bicicleta elétrica Raleigh One é a busca incessante pela redução da complexidade e pelo aperfeiçoamento da facilidade de manutenção. Esse objetivo foi alcançado com a adoção inteligente de componentes prontamente disponíveis no mercado, ao invés da dependência de peças exclusivas, que muitas vezes complicavam o reparo em outras e-bikes. O modelo incorpora uma transmissão de velocidade única por correia, conectada a um motor alocado no cubo traseiro. Outro elemento inovador é a bateria, concebida para ser rapidamente removível, o que permite o carregamento em ambientes internos, conferindo maior comodidade aos usuários. O ciclomotor ainda emite sons agradáveis e discretos ao ligar, acionar as luzes e armar o sistema de segurança, um contraste sutil em comparação com o “desfile” ostensivo de alguns antigos modelos VanMoof.

Thomas Ricker, o jornalista encarregado de conduzir os testes com a e-bike por algumas semanas em Amsterdã, mencionou que a Raleigh One é, em diversas perspectivas, “a VanMoof mais simples que ele sempre almejou que a empresa produzisse”. A única particularidade notada foi a ausência do botão “boost”, um recurso de impulso extra de potência comum nos VanMoof anteriores. Esta falta se torna notavelmente mais evidente em regiões com elevações acentuadas, considerando a potência intrínseca do motor.

Equipada com um motor de 250W, a Raleigh One proporciona um torque de 35Nm e atinge uma velocidade máxima de 25 km/h (o equivalente a 16 mph). Tais especificações, embora plenamente satisfatórias para superfícies planas como as de Amsterdã, podem impor limitações ao desempenho da bicicleta elétrica Raleigh One em inclinações mais significativas. Ricker destacou que o sistema de velocidade única, conjugado à falta do recurso “boost”, impacta o desempenho em subidas, uma observação que ele igualmente pontuou em relação ao Tenways CGO009, outro modelo comparável de e-bike.

Disponível no Reino Unido, Alemanha e Holanda por 2.399 libras esterlinas ou 2.699 euros, um valor que se aproxima de US$ 3.000, a Raleigh One posiciona-se na faixa de preço das bicicletas elétricas de categoria premium. Embora seu custo possa ser considerado elevado para uma marca com o histórico da Raleigh, mais conhecida por bicicletas de preços acessíveis, seu valor se alinha à média europeia de 2.681 euros para e-bikes e, de fato, se mostra mais vantajosa economicamente do que modelos concorrentes diretos como Cowboy e as atuais ofertas da VanMoof.

Os atributos mais elogiados na avaliação incluem o mecanismo de correia de velocidade única, a bateria convenientemente removível, uma autonomia que se destaca e um processo de carregamento veloz, somados a uma pedalada inerentemente agradável. Em contrapartida, as lacunas identificadas foram o torque limitado de 35Nm sem o auxílio do botão “boost”, um quadro potencialmente muito alto para ciclistas de estatura menor, um software que ainda exige refinamentos e a inclusão de um modelo de serviços por assinatura.

Fundada em 1887, a Raleigh, uma marca britânica com rica tradição, opera atualmente como um logotipo dentro da estrutura do Accell Group, um gigantesco conglomerado industrial de bicicletas. O Accell Group supervisiona uma gama diversificada de marcas conceituadas, como Batavus, Sparta e os inovadores ciclomotores de carga elétricos Carqon. A maioria das unidades da bicicleta elétrica Raleigh One é comercializada, montada e preparada para entrega em lojas de bicicletas parceiras. No entanto, o método de entrega direta ao consumidor (DTC) foi submetido a testes e demonstrou notável eficiência, possibilitando a montagem final da e-bike em meros 30 minutos, graças a instruções ilustradas de excelente qualidade e uma embalagem otimizada.

A experiência de condução da Raleigh One é marcada por sua solidez e estabilidade notáveis, propulsionada por um motor Mivice de operação quase inaudível e pneus Innova de 27.5 x 2.2 polegadas de largura. Com um peso de 21kg (equivalente a 46.3lbs), a e-bike oferece uma assistência de pedalada intuitiva, na qual a transmissão por correia Gates Carbon distribui a potência de forma proporcional à força aplicada. O sistema de freios a disco hidráulicos Tektro garante paradas seguras e com controle. A sensação geral é de uma notável seriedade na condução, embora falte a diversão ou a vibração características de e-bikes que possuem um torque superior.

Nos ensaios realizados em aclives de até cinco por cento, a Raleigh One manteve com destreza a velocidade máxima de 25 km/h, sem demandar um esforço excessivo do ciclista. No entanto, em subidas que alcançavam 10 por cento, comumente encontradas em cidades como Lisboa e São Francisco, a transmissão de velocidade única demonstrou-se incapaz de superar o desafio. Partir do repouso em uma inclinação de três por cento foi realizável, mas exigiu uma considerável força das coxas. O desempenho evidenciado nestes testes ressaltou claramente a carência do botão “boost”.

Durante as descidas, a marcha única possibilita que o ciclista atinja velocidades de até 30 km/h com notável conforto, evitando a sensação de um pedalar excessivamente frenético, um inconveniente comum em outras bicicletas elétricas de velocidade única equipadas com transmissão por correia. A iluminação frontal e traseira é totalmente integrada, complementada por controles e um display de uso intuitivo. Um sutil anel luminoso em vermelho sinaliza quando a bicicleta está devidamente armada com seus sistemas de segurança.

Análise Raleigh One E-Bike: Lições do Passado da VanMoof Aplicadas - Imagem do artigo original

Imagem: Thomas RickerCloseThomas RickerDeputy Ed via theverge.com

A marca Raleigh informa uma autonomia que pode chegar a 80 km quando utilizada no modo de assistência menos potente, ou aproximadamente 50 km na configuração de potência máxima. Em avaliações intensivas, empregando o nível cinco de assistência (o patamar mais elevado), a e-bike percorreu um total de 47.7 km antes de a carga da bateria ser completamente esgotada. Este teste particular foi conduzido em condições de um forte vento frontal e incluiu um período de uma hora dedicada a uma tentativa de atualização do firmware, passando da versão 1.8.0 para a 1.9.0, sendo esta última consideravelmente mais estável.

O tempo necessário para recarregar a bateria de 360Wh, empregando um carregador de 5A / 42V, é julgado como altamente eficiente: 50 por cento da carga é alcançada em 55 minutos, 80 por cento em 92 minutos, e a carga completa é efetuada em 2 horas e 40 minutos.

No domínio do software, um elemento crítico para qualquer bicicleta elétrica conectada, a Raleigh One e-bike revela certas deficiências. A unidade testada apresentou um consumo de bateria de cerca de três por cento a cada 24 horas enquanto estacionada, um índice considerado acima do usual. Embora uma pequena drenagem seja esperada para e-bikes que mantêm conexão constante e utilizam sistemas GSM/GPS para rastreamento, o consumo de 10.8Wh em um período de 24 horas é motivo de preocupação. Além disso, o aplicativo associado demonstrou instabilidade, com a aparição ocasional de mensagens de erro e inoperância quando mantido aberto por períodos prolongados. Essas questões são particularmente alarmantes, considerando que a empresa comercializa serviços de assinatura que dependem intrinsecamente de um software robusto e confiável.

Darren Smith, Gerente Sênior de Categoria no Accell Group, manifestou reconhecimento pelas preocupações. Ele assegurou que as equipes de engenharia estão dedicadas ao refinamento dos algoritmos de gerenciamento de energia e que uma atualização de firmware está prevista para otimizar o modo de espera, mitigando o consumo de bateria sem comprometer a integridade das funcionalidades de segurança. As falhas observadas no aplicativo, conforme Smith, estão vinculadas ao estado da conexão, e a equipe de desenvolvimento está em processo de implementação de um protocolo de manipulação de conexão mais resiliente, visando solucionar estas instabilidades em breve. Para mais informações acerca das inovações e estratégias do Accell Group no setor de mobilidade, recomenda-se a visita ao seu portal oficial.

Não obstante as promessas de aprimoramento, é fundamental esclarecer que a utilização da bicicleta elétrica Raleigh One não requer uma assinatura para o funcionamento de suas capacidades básicas ou para a realização de atualizações de firmware. Contudo, funcionalidades avançadas como o rastreamento da bicicleta em caso de roubo, a emissão de alertas de furto para o smartphone e a detecção de quedas (com envio de notificações para contatos de emergência) estão vinculadas a um plano de assinatura mensal de 7,99 euros. Uma opção mais completa, por 14,99 euros ao mês, permite a inclusão de um seguro contra roubo, um benefício que a Raleigh descreve como “paz de espírito”, echoing uma terminologia semelhante empregada pela VanMoof para a substituição de e-bikes subtraídas. Embora essa conveniência seja inegável, soluções alternativas como o uso de um dispositivo AirBell em conjunto com um seguro privado podem resultar em maior economia para o proprietário.

O modelo de serviços por assinatura tem se solidificado como um padrão no nicho das bicicletas elétricas de luxo. Frente a um panorama desafiador, que culminou na falência de diversas empresas de bicicletas, como a VanMoof e a Cake, e por pouco não comprometeu outras, como a Cowboy e a Ampler, o enfoque de negócio do Accell Group torna-se mais compreensível. Inclusive conglomerados robustos como o Accell Group não estão imunes às forças da “bicicleta-guerra” que afetam intensamente o mercado de micromobilidade na Europa.

Outras observações dignas de nota: A iluminação integrada, abrangendo tanto a frente quanto a traseira da bicicleta, possui a capacidade de ser configurada para ativar-se automaticamente ao detectar o anoitecer. O display, estrategicamente posicionado próximo à manopla esquerda, é prático e conserva sua legibilidade mesmo sob incidência direta da luz solar, informando sobre o nível de carga da bateria, o ajuste atual da potência, o estado do alarme e o progresso das atualizações de firmware, entre outras funções. É relevante notar, contudo, que o suporte integrado SP-Connect exige a aquisição de uma capa de celular compatível, vendida separadamente. Adicionalmente, a Raleigh One é oferecida exclusivamente com um quadro do tipo “step-over” (passo por cima), cuja altura é de 83cm, indicando que este modelo é mais adequado para ciclistas de maior estatura. É altamente recomendado um teste de pilotagem para assegurar um ajuste ergonômico ideal.

A bicicleta elétrica Raleigh One proporciona uma vivência de pedalada prazerosa, ainda que com uma seriedade evidente, sobretudo para deslocamentos urbanos em cidades que apresentam uma topografia predominantemente plana. Com um valor que varia entre 2.399 e 2.699 euros, ela configura-se como uma opção meritória, embora o jornalista Thomas Ricker manifeste a ausência de um botão de “boost” para complementar o torque moderado do motor, e questione a dependência dos recursos antirroubo de um plano de assinatura mensal. A preocupação relativa à drenagem excessiva da bateria em repouso também persiste, conquanto a capacidade de removê-la para carregamento em ambientes internos se apresente como um aspecto favorável, assim como a disponibilidade de componentes padronizados que podem ser reparados em qualquer revendedor Raleigh. As experiências e aprendizados da conturbada trajetória da VanMoof parecem ter sido assimilados e aplicados no desenvolvimento da Raleigh One, mas apenas o decurso do tempo revelará sua verdadeira longevidade e robustez em condições de uso contínuo, enfrentando variações climáticas e potenciais tentativas de furto. O verdadeiro veredito da “redenção” de Ties e Taco Carlier será proferido após um período de uso intensivo.

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Crédito da imagem: Photography by Thomas Ricker / The Verge


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