Anúncios Amazon Echo Show Prejudicam Experiência de Usuários

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A crescente presença de anúncios Amazon Echo Show, que agora ocupam a tela cheia dos dispositivos inteligentes da marca, tem gerado insatisfação significativa entre os consumidores. Relatos recentes indicam que a assistente de voz Alexa, em vez de atuar puramente como um facilitador, está se transformando em uma ferramenta de vendas, exibindo conteúdo patrocinado de maneira invasiva e persistente.

A mudança de estratégia foi percebida por muitos usuários, que observaram o aumento drástico na frequência de publicações em suas telas inteligentes. Tais anúncios são descritos como “patrocinados” e surgem intermitentemente, interrompendo modos de exibição como o “Photo Frame”, que alterna fotos pessoais, ou outras categorias de conteúdo previamente configuradas pelo usuário.

Anúncios Amazon Echo Show Prejudicam Experiência de Usuários

Essas publicações publicitárias, conforme aponta Jennifer Pattison Tuohy, redatora sênior com mais de vinte anos de experiência em tecnologia e casas inteligentes, agora dominam a visualização em displays Echo Show. O fenômeno ocorre em modelos mais recentes e antigos, como o Echo Show 8, no qual a autora observou a repetição de anúncios para suplementos fitoterápicos em meio a momentos pessoais capturados em fotos de família. Este cenário configura-se, para muitos, como uma transformação do dispositivo de um assistente útil para um “outdoor rotativo” no ambiente doméstico ou de trabalho.

Embora a presença de publicidade não seja uma novidade completa nos dispositivos Alexa – manifestada anteriormente através de funcionalidades como o “By the way”, a categoria “Shopping” (que podia ser desativada) e eventuais anúncios de produtos –, a forma atual dos banners de tela cheia é considerada excessivamente intrusiva. A Amazon não sinalizou em suas embalagens que o produto se tratava de um dispositivo com suporte a publicidade, tampouco oferece um desconto na aquisição, como ocorre com seus leitores digitais Kindle. A natureza constante e inoportuna desses novos formatos supera em incômodo as sugestões pontuais de serviços ou produtos que a assistente já fazia após uma interação direta do usuário.

A situação é agravada com a atualização do assistente de voz para o Alexa Plus. A partir de então, serviços próprios da Amazon também começaram a veicular publicidade em tela cheia nos dispositivos. Em novembro de 2023, foram lançados os anúncios nativos da Alexa. No entanto, o novo programa de anúncios para tela inicial, o “Home Screen Display ad”, só chegou no meio do ano de 2024, coincidindo com o lançamento do Alexa Plus. Durante uma teleconferência de resultados com investidores, o CEO da Amazon, Andy Jassy, destacou que o novo serviço é uma valiosa fonte de receita para a divisão de Dispositivos e Serviços, que enfrentava desafios financeiros.

Apesar de o programa de anúncios não estar amplamente distribuído – a autora observa que não apareceu em todos os seus dispositivos Show e alguns usuários do Reddit relatam não visualizá-los – há uma clara indicação de que a expansão é iminente. Primeiras ocorrências foram relatadas há meses por um leitor que documentou a aparição em um Echo Show 15. Posteriormente, o subreddit da Alexa foi inundado por queixas, com muitos usuários relatando que desativaram seus dispositivos ou até conseguiram reembolsos da Amazon devido à nova experiência intrusiva.

No evento de hardware da Amazon em setembro de 2024, Panos Panay, chefe da divisão de Dispositivos e Serviços, ao ser questionado sobre como a publicidade se encaixa na missão de criar produtos amados pelos clientes, argumentou que se um anúncio for relevante, ele deixa de ser um anúncio para ser um “complemento”. Segundo Panay, em certos momentos do uso do produto, anúncios podem não ser inerentemente negativos, especialmente se o cliente está buscando algo específico e o anúncio agiliza essa busca. No entanto, ele reconheceu que a “aleatoriedade” da experiência atual com os anúncios “não é ideal”. Ele enfatizou a necessidade de garantir que as informações essenciais sejam elevadas de maneira elegante.

Anúncios Amazon Echo Show Prejudicam Experiência de Usuários - Imagem do artigo original

Imagem: Jennifer Pattison Tuohy/The via theverge.com

A experiência da jornalista Tuohy contradiz a visão de “complemento”, classificando os anúncios como invasivos e irritantes, promovendo produtos sem nenhum interesse, como suplementos de sabugueiro, batatas fritas esportivas da marca Quest e porta-retratos de mesa. Diferente de formatos publicitários anteriores no Echo Show, estes não podem ser desativados pelas configurações do aparelho. Questionada sobre a possibilidade de desabilitação, Lauren Raemhild, porta-voz da Amazon, afirmou que “a publicidade é uma pequena parte da experiência e ajuda os clientes a descobrir novos conteúdos e produtos de interesse”. Ela sugeriu que os clientes poderiam “deslizar para pular” ou fornecer feedback através do ícone de informações. Contudo, mesmo após selecionar a opção “anúncio irrelevante” e ser informada de que a publicação foi pausada, outro anúncio idêntico logo reapareceu.

Diversos usuários do Echo Show têm tentado soluções alternativas para contornar a situação, desde a mudança do idioma do sistema para “inglês canadense” (já que os anúncios ainda não se estenderam ao Canadá) até a ativação do “Modo Crianças”. A dificuldade reside na questão: se um dispositivo precisa ser restringido em suas funcionalidades para se tornar utilizável, qual o real valor de sua aquisição? A visão do futuro da casa inteligente parece estar repleta de compromissos: enquanto a Amazon oferece uma excelente assistente de voz, não consegue conter sua inclinação em vender mais produtos; o Google demonstra oscilações em seu comprometimento com a casa inteligente; e a Apple Home, embora ofereça uma boa experiência, é mais cara, restritiva e tem a Siri. Alternativas como Home Assistant e SmartThings exigem mais dedicação do usuário e oferecem controle de voz mais limitado.

Com a proximidade da promessa de uma casa inteligente ambientalmente responsiva e a introdução do Alexa Plus, o momento atual exige que a Amazon priorize a entrega de valor genuíno ao cliente, em vez de intensificar a monetização através de métodos intrusivos. A fidelidade do usuário pode ser seriamente comprometida se a linha entre assistência e publicidade excessiva for permanentemente cruzada.

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Em suma, a crescente implementação de anúncios de tela cheia no Amazon Echo Show, apesar de vista pela empresa como uma estratégia de receita e descoberta de produtos, está gerando frustração e compromisso na experiência do usuário. Esta análise destaca o desafio da Amazon em equilibrar a monetização e a satisfação do cliente em seus dispositivos inteligentes. Para aprofundar a compreensão sobre como grandes corporações adaptam seus modelos de negócio e impactam o mercado, continue acompanhando as análises em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Jennifer Pattison Tuohy / The Verge


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