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A **aquisição da Luminar** está no centro das atenções no setor de mobilidade e tecnologia. Austin Russell, o bilionário fundador e ex-CEO da Luminar, empresa especializada em tecnologia lidar, surpreendeu o mercado com uma oferta para comprar a companhia. Este movimento ocorre poucos meses após sua saída da liderança, em decorrência de uma investigação ética conduzida pelo próprio conselho administrativo da empresa.
A saga de Russell e a Luminar ganhou um novo capítulo. Anteriormente afastado da gestão por determinação do conselho, o fundador não permaneceu inativo. Semanas antes desta proposta de compra, ele havia lançado uma nova iniciativa, a Russell AI Labs, uma plataforma descrita por ele como uma incubadora de tecnologias. Agora, este novo empreendimento está por trás da tentativa de reaver o controle da companhia que ele mesmo ajudou a criar.
Aquisição Luminar: Austin Russell Lança Oferta para Retomar Empresa
Embora a proposta de Russell para a aquisição da Luminar possa, à primeira vista, parecer um movimento hostil — evidenciado por sua divulgação em um documento protocolado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e pelo silêncio oficial da Luminar sobre o assunto — informações apuradas por fontes internas indicam uma nuance diferente. Segundo essas fontes, membros do conselho da Luminar teriam abordado o próprio Russell no mês anterior, encorajando-o a considerar a ideia de uma aquisição. Essa revelação sugere que, apesar da investigação ética que culminou em sua renúncia, uma parte do conselho de nove membros da Luminar estaria, de fato, interessada em seu retorno. É notável que três desses membros, parte do comitê de auditoria que conduziu a investigação, estariam entre os favoráveis a um possível retorno do fundador.
Os termos exatos da proposta de aquisição, conforme descritos no documento da SEC, permanecem amplos. Uma das possibilidades levantadas é que a Russell AI Labs possa adquirir outra empresa de tecnologia automotiva e então fundi-la com a Luminar. Fontes próximas a Russell indicam que ele já estaria explorando diversas opções como parte de seu processo de diligência através da Russell AI Labs.
No cenário mais amplo da tecnologia e mobilidade, a semana foi marcada por outros movimentos importantes, especialmente no setor de aviação elétrica.
Investimentos e Transações Estratégicas na Aviação Elétrica
A empresa Beta Technologies, focada em aviação elétrica, aproveitou o período de flexibilização das regras da SEC durante a paralisação governamental dos EUA para precificar as ações de sua oferta pública inicial (IPO). Com o preço das ações variando entre 27 e 33 dólares, a Beta Technologies almeja levantar até 825 milhões de dólares. Se a empresa conseguir atrair investidores no limite superior dessa faixa, sua estreia no mercado público poderá alcançar uma avaliação de aproximadamente 7,2 bilhões de dólares. A orientação emitida pela SEC no início do mês permitiu que empresas em processo de IPO tivessem suas declarações sobre certas áreas, incluindo o preço das ações, se tornassem automaticamente eficazes após 20 dias, mesmo sem a revisão da equipe da SEC. Outras empresas, como a Navan, também prosseguiram com planos de IPO sob esta mesma regra, aproveitando a janela regulatória.
Paralelamente, a Lilium, outra startup de aeronaves elétricas, esteve envolvida em uma transação de natureza distinta. Embora a Lilium tenha encerrado suas operações há cerca de um ano, sua tecnologia continuará a ser utilizada pela Archer Aviation. A Archer Aviation saiu vitoriosa de um processo de licitação altamente competitivo — que contou também com a participação da Ambitious Air Mobility Group e da Joby Aviation — e adquiriu todas as 300 patentes da Lilium. O valor da aquisição foi de 18 milhões de euros (aproximadamente 21 milhões de dólares), uma cifra que se destaca em contraste com o mais de 1 bilhão de dólares que a startup já inoperante conseguiu levantar ao longo de sua existência.
Captação de Recursos em Diferentes Segmentos de Mobilidade
Diversos outros negócios atraíram atenção esta semana em diferentes vertentes da tecnologia e mobilidade. A Airbound, uma startup indiana de drones fundada em 2020, levantou 8,65 milhões de dólares em financiamento seed, com a rodada sendo liderada por Lachy Groom, co-fundador da Physical Intelligence. A Humba Ventures e o investidor existente da Airbound, Lightspeed Venture Partners, juntamente com líderes sêniores de empresas como Tesla, SpaceX e Anduril, também participaram. Este tipo de investimento indica a contínua confiança no crescimento do setor de drones para diversas aplicações, desde logística até vigilância.
No segmento de robótica para armazéns, a Dexory, uma startup sediada em Londres, conseguiu uma captação de 165 milhões de dólares em capital e dívida. Deste montante, 100 milhões de dólares correspondem a uma rodada Série C liderada pela Eurazeo, com participação de investidores como LTS Growth, Endeavor Catalyst, DTCP, Atomico, Lakestar, Elaia, Latitude Ventures e Wave-X. Adicionalmente, a empresa obteve 65 milhões de dólares em financiamento de dívida da Bootstrap Europe, evidenciando o robusto interesse em soluções que otimizam a eficiência logística e o armazenamento.

Imagem: techcrunch.com
A FleetWorks, uma startup de logística focada no desenvolvimento de um despachante de IA sempre ativo, arrecadou 17 milhões de dólares em capital e dívida. Isso inclui uma rodada Série A de 15 milhões de dólares liderada por Bill Trenchard, da First Round Capital. A Y Combinator, Saga Ventures e LFX Venture Partners também investiram na Série A da FleetWorks. Este investimento ressalta a importância crescente da inteligência artificial na otimização de operações de frota e entregas. Você pode saber mais sobre os princípios de governança para empresas listadas publicamente consultando o site oficial da SEC (U.S. Securities and Exchange Commission).
No setor de veículos autônomos, as empresas chinesas Pony.ai e WeRide obtiveram uma importante aprovação dos reguladores de segurança chineses. Este aval abre caminho para que as companhias busquem listagens secundárias na Bolsa de Valores de Hong Kong, complementando suas atuais negociações na Nasdaq Exchange nos EUA. Este movimento pode proporcionar maior acesso a capital e liquidez, fortalecendo sua posição no mercado global de mobilidade autônoma.
A Starship Technologies, uma startup de entrega autônoma em calçadas, arrecadou 50 milhões de dólares em uma rodada Série C, que foi liderada pela Plural. Karma.vc, Latitude, Coefficient Capital, SmartCap e Skaala também participaram, consolidando o potencial dos robôs de entrega de última milha. Enquanto isso, a Upciti, uma empresa de software de cidades inteligentes baseada em Paris, captou 20 milhões de dólares em financiamento Série A, liderada pela Notion Capital, com investimentos adicionais da Point Nine e Chalfen Ventures, destacando a importância da tecnologia para o desenvolvimento urbano. Por fim, a Zepto, uma empresa indiana de entrega de supermercado, levantou 450 milhões de dólares em financiamento, em preparação para uma futura listagem pública, conforme relatado pela Bloomberg.
Expansão de Serviços e Novos Paradigmas na Mobilidade
Na semana em questão, também surgiram importantes desenvolvimentos relacionados a novos serviços e expansões estratégicas de grandes players. A Waymo, subsidiária da Alphabet focada em veículos autônomos, anunciou sua expansão para Londres, onde oferecerá um serviço comercial de robotáxis a partir de 2026. Esta marca sua segunda incursão internacional, seguindo sua atuação em Tóquio. A empresa também firmou um acordo estratégico plurianual com a DoorDash para realizar entregas de mercadorias a clientes na região de Phoenix, nos EUA, utilizando seus veículos sem motorista. Este é um retorno da Waymo ao segmento de entregas, sugerindo uma nova fase de diversificação de seus serviços.
A Stellantis, por sua vez, demonstrou movimentos duais: enquanto aprofunda sua exploração na tecnologia de veículos autônomos em colaboração com a Pony.ai para o desenvolvimento de robotáxis na Europa (via acordo não vinculante, que prevê a integração do software de condução autônoma da Pony.ai na plataforma de vans elétricas de médio porte da Stellantis), a montadora também sinalizou uma desaceleração em sua estratégia de eletrificação em outras áreas. A companhia anunciou um investimento de 13 bilhões de dólares para reforçar sua manufatura nos EUA ao longo dos próximos quatro anos. Este plano prevê o desenvolvimento e produção de cinco novos veículos até 2029 em suas fábricas em Illinois, Ohio, Michigan e Indiana, mas apenas um deles será eletrificado, uma mudança notável em relação à estratégia anterior da Stellantis, e que não foi bem recebida pelos sindicatos do Canadá.
Adicionalmente, a Uber lançou um novo tipo de trabalho na economia gig: tarefas digitais, como o upload de fotos, destinadas a auxiliar no treinamento de modelos de inteligência artificial, abrindo novas fronteiras para o trabalho flexível. Enquanto isso, o National Transportation Safety Board (NTSB) divulgou seu relatório sobre a tragédia do submersível Titan, da OceanGate, que resultou na morte de cinco pessoas durante uma viagem aos destroços do Titanic. O relatório concluiu que o submersível Titan não atendia aos padrões de segurança de fabricação, trazendo luz aos desafios regulatórios de inovações disruptivas em mobilidade extrema.
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O panorama da tecnologia de mobilidade permanece dinâmico, com reviravoltas no controle de empresas, inovações no transporte aéreo elétrico e avanços nos veículos autônomos. A aquisição da Luminar por Austin Russell simboliza a volatilidade e as oportunidades que moldam o futuro do setor. Para continuar acompanhando os desenvolvimentos mais recentes em tecnologia, negócios e os movimentos do mercado, explore nossa editoria de economia.
Crédito da imagem: Bryce Durbin
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