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As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela escalaram após o ex-presidente Donald Trump anunciar, na terça-feira (2/9), que militares americanos realizaram um ataque contra uma embarcação no Mar do Caribe. Segundo Trump, o barco teria partido da Venezuela e transportava drogas ilegais com destino aos Estados Unidos. A operação teria resultado na morte de onze indivíduos, que ele descreveu como “narcoterroristas”.
O ataque, conforme as declarações de Trump, ocorreu em águas internacionais, na porção sul do Mar do Caribe. O presidente americano indicou que a ação militar visava membros de uma organização criminosa venezuelana conhecida como Tren de Aragua. A declaração sublinha a postura contundente dos EUA contra o que Washington descreve como [a href=”https://sitenoticias.com.br/combate-trafico-internacional”]tráfico de drogas[/a] proveniente da Venezuela, reforçando a seriedade da ameaça à segurança nacional.
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Em uma publicação na rede social Truth Social, Donald Trump detalhou a operação: “O ataque resultou em 11 terroristas mortos em ação. Nenhum militar americano foi ferido. Que isso sirva de aviso para qualquer um que esteja pensando em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!”. Esta mensagem de Trump foi acompanhada por um vídeo aéreo que mostrava uma lancha navegando em águas agitadas instantes antes de uma explosão. A divulgação da gravação reforça a comunicação oficial do governo americano sobre a intervenção no Caribe.
Ainda sobre a questão do combate ao narcotráfico, Trump já havia manifestado preocupação com a entrada de substâncias ilícitas no território americano, muitas delas, segundo ele, vindas da Venezuela. “Temos muitas drogas entrando em nosso país e chegando há muito tempo. E elas vinham da Venezuela e estavam vindo muito da Venezuela. Muitas coisas estão saindo da Venezuela”, declarou o ex-presidente, destacando a Venezuela como uma origem significativa dos carregamentos de entorpecentes.
### Confirmação e Contextualização do Secretário de Estado
As informações sobre o ataque foram corroboradas por Marco Rubio, secretário de Estado americano, em sua própria conta no X (antigo Twitter). Rubio se referiu à ação como um “ataque letal”. Em sua postagem, ele declarou: “O presidente dos Estados Unidos acabou de anunciar há pouco que hoje as Forças Armadas dos EUA realizaram um ataque letal no sul do Caribe contra uma embarcação de drogas que havia partido da Venezuela e estava sendo operada por uma organização designada como narcoterrorista.”
Esta não é a primeira vez que o governo Trump adota medidas enérgicas contra organizações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. Desde o retorno de Trump à Casa Branca em janeiro, diversas organizações de tráfico e grupos criminosos na América Latina, incluindo no México, foram designadas como organizações terroristas. Entre essas designações, estão o próprio Tren de Aragua, o grupo venezuelano visado no recente ataque, e o “Cartel de los Soles”. As autoridades americanas sustentam que o “Cartel de los Soles” seria supostamente liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro e por outros funcionários de alto escalão de seu governo, incluindo indivíduos das forças armadas ou dos serviços de inteligência venezuelanos.
### A Escalada de Tensão Entre EUA e Venezuela
O recente incidente militar marca mais um capítulo na longa e complexa rivalidade entre Estados Unidos e Venezuela, uma tensão que se acentuou de forma notável sob a administração de Donald Trump. O histórico dessa relação inclui uma série de ações americanas para conter o que Washington descreve como uma rede de tráfico de drogas ligada a Caracas.
**Mobilização Naval no Caribe**
Em 19 de agosto, informações vieram a público revelando o envio de uma esquadra de navios militares americanos para a região sul do Caribe, nas proximidades da costa venezuelana. Essa força naval contava com a presença de aproximadamente 4,5 mil soldados americanos, dos quais metade eram fuzileiros navais, com mais navios sendo adicionados à frota na semana seguinte. A Casa Branca afirmou que essa operação naval tinha como principal objetivo combater o tráfico de drogas. Para Trump, a entrada de imigrantes e de drogas através das fronteiras dos Estados Unidos constitui uma ameaça direta à segurança nacional.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, expressou a determinação da administração em combater essas ameaças. Segundo ela, o presidente Trump “está preparado para usar todos os elementos da força americana para impedir que drogas entrem no nosso país e para levar os responsáveis à Justiça”, reforçando a tese de que a intervenção militar é uma extensão de sua política de segurança fronteiriça e nacional.
**A Resposta de Nicolás Maduro**
Diante das acusações e da crescente presença militar americana na região, o presidente venezuelano Nicolás Maduro repudiou as ações, classificando o combate ao narcotráfico como um “falso pretexto” utilizado para “impor políticas intervencionistas na América Latina e no Caribe”. Maduro reiterou a posição da Venezuela de defesa de sua soberania e contra qualquer tentativa de dominação estrangeira.
“A causa que defendemos é muito grande, então uma mudança de regime não é apenas ilegal, mas também imoral. E eles não vão conseguir colonizar ou escravizar a Venezuela, a América do Sul ou a nossa América. E, se um dia eles tentarem tocar na Venezuela, toda a América vai se levantar por nós,” afirmou Maduro, sublinhando a gravidade das intenções que ele atribui aos Estados Unidos.
Como uma medida de contraposição e demonstração de força, o presidente venezuelano também anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para defender a soberania do país. Adicionalmente, ele fez um chamado público para que civis se alistassem na Milícia Bolivariana, uma força que integra civis voluntários como um braço das Forças Armadas da Venezuela. Em resposta a essa convocação, milhares de venezuelanos formaram filas na capital Caracas para se alistar nos dias subsequentes.
### Antecedentes e Recentes Ações Americanas
A animosidade entre Estados Unidos e o governo venezuelano de Nicolás Maduro possui um histórico extenso, que se agravou durante o primeiro mandato de Donald Trump. Naquela ocasião, Maduro e figuras próximas a ele foram indiciados nos Estados Unidos por acusações que incluíam terrorismo, corrupção e tráfico de drogas. Períodos anteriores já haviam sido marcados pelo envio de navios de guerra americanos para operações de combate ao narcotráfico nas águas caribenhas, e Trump chegou, inclusive, a ponderar publicamente sobre o uso da força militar contra a Venezuela, embora essa possibilidade não tenha se concretizado na época.
Atualmente, além do recente ataque à embarcação no Mar do Caribe, os Estados Unidos têm intensificado a retórica e as sanções contra o governo de Maduro. Isso se traduziu não apenas no aumento da recompensa oferecida pela prisão do presidente venezuelano, mas também no anúncio do congelamento de centenas de milhões de dólares em ativos que, segundo as autoridades americanas, estariam vinculados a ele.
Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, detalhou essas novas sanções: “O Departamento de Justiça reteve mais de US$ 700 milhões de ativos ligados a Maduro, incluindo dois jatinhos privados, nove veículos e mais (…) Ele é um dos maiores narcotraficantes do mundo e uma ameaça à nossa segurança nacional,” declarou Bondi, reforçando a alegação americana sobre o envolvimento do líder venezuelano no tráfico de drogas. Nicolás Maduro, por sua vez, refuta veementemente qualquer acusação de ligação com cartéis de drogas ou outras organizações criminosas desse tipo.
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Simultaneamente às questões do narcotráfico e das sanções, o governo de Maduro enfrenta questionamentos significativos por parte da comunidade internacional, relacionados a suspeitas de fraude nas eleições presidenciais venezuelanas de 2024. Maduro nega quaisquer irregularidades no processo eleitoral, contudo, as atas oficiais das urnas, solicitadas pelo Brasil e por outros líderes globais, ainda não foram apresentadas por seu governo, mantendo as dúvidas e críticas sobre a legitimidade do pleito.
Com informações de BBC News Brasil
Imagem: bbc.com
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