Ataques EUA Caribe: Petro critica “agressão” a barco

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expressou veemente desaprovação nesta quarta-feira, 8 de outubro, sobre os recentes ataques dos EUA no Caribe. Segundo Petro, indícios sólidos apontam que o último barco bombardeado por forças americanas na região era de nacionalidade colombiana e tinha cidadãos do país a bordo, classificando o ato como uma “agressão contra toda a América Latina e o Caribe”.

Em uma postagem na rede social X, o líder colombiano denunciou a ocorrência de “um novo cenário de guerra”, mas ressaltou que, em sua percepção, não se trata de um conflito genuíno contra o contrabando. Ele enfatizou: “Não há guerra contra o contrabando; há uma guerra pelo petróleo e ela deve ser parada pelo mundo”, alterando a narrativa oficial sobre as motivações por trás das operações militares americanas na área.

Ataques EUA Caribe: Petro critica “agressão” a barco

A mais recente ofensiva mencionada por Petro ocorreu em uma sexta-feira, 3 de outubro, quando os Estados Unidos executaram um ataque próximo à costa venezuelana, resultando na morte de quatro indivíduos. O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, afirmou que a embarcação atingida era suspeita de transportar significativas quantidades de entorpecentes, as quais, segundo ele, teriam como destino os EUA “para envenenar nosso povo”. Hegseth comunicou que a ação militar foi realizada em águas internacionais e se encaixava na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, uma região que abrange grande parte da América do Sul e do Caribe. “Esses ataques continuarão até que os ataques contra o povo americano acabem!!!!”, declarou o secretário na plataforma X, reiterando a política agressiva.

Este evento específico foi o quarto assalto perpetrado pelos EUA contra embarcações no Mar do Caribe nas últimas semanas, resultando no óbito de 21 pessoas no total, conforme dados divulgados pelo governo americano. Relatórios anteriores do governo Trump, do início de setembro, já haviam notificado 11 mortes em um ataque a uma embarcação que transportava drogas na porção sul do Caribe. Subsequentemente, ainda em setembro, dois outros incidentes separados, ocorrendo com poucos dias de intervalo, vitimaram um total de seis pessoas.

O governo Trump justificava todas essas ações ao alegar que os alvos estavam envolvidos no narcotráfico entre a América Latina e os Estados Unidos. Contudo, as autoridades americanas não apresentaram publicamente evidências concretas nem detalhes pormenorizados sobre a identidade das pessoas ou o conteúdo preciso das embarcações atacadas, gerando críticas e desconfiança internacional.

As repetidas incursões americanas têm provocado severa condenação em nações como a Venezuela e a Colômbia. Adicionalmente, alguns especialistas em direito internacional questionam a legalidade de tais operações, qualificando-as como potenciais violações das normas jurídicas internacionais.

Em um desdobramento que reverberou o incidente, o então presidente dos EUA, Donald Trump, utilizou sua plataforma Truth Social no fim de semana para confirmar o ataque, adicionando detalhes impactantes. Ele declarou que a embarcação carregava uma quantidade de drogas “suficientes para matar de 25 a 50 mil pessoas”, reforçando a gravidade da suposta ameaça.

A escalada de tensões em torno dos **ataques dos EUA no Caribe** e as alegações colombianas de agressão aprofundam a instabilidade nas já frágeis relações diplomáticas entre Estados Unidos e Colômbia. Em finais de setembro, o governo Trump anunciou a revogação do visto do presidente Petro. Essa decisão foi tomada após Gustavo Petro ter feito um discurso em um protesto pró-Palestina em Nova York, onde supostamente pediu que soldados americanos desobedecessem às ordens de Trump. O Departamento de Estado dos EUA caracterizou os comentários de Petro como “imprudentes e incendiários”.

Ataques EUA Caribe: Petro critica “agressão” a barco - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

Anteriormente, em entrevista à BBC, o presidente colombiano já havia manifestado sua opinião sobre os ataques navais dos EUA a supostos navios de drogas no Caribe, rotulando-os como um “ato de tirania”. Essa posição sublinha uma consistente linha de condenação por parte de Petro, que enxerga nas ações militares americanas uma desproporcionalidade e uma postura autoritária na região.

EUA em ‘Conflito Armado Não Internacional’

Na quinta-feira anterior aos recentes desenvolvimentos, um memorando confidencial endereçado ao Congresso americano foi exposto pela mídia local, revelando uma decisão crucial do governo dos EUA: classificar-se em um “conflito armado não internacional” com os cartéis de drogas. Tal classificação possui uma enorme relevância legal, visto que a legislação vigente exige que o Poder Executivo informe o Congresso quando há intenção de mobilizar as Forças Armadas para combater esses grupos, sinalizando a preparação para futuras ações militares mais intensas. A designação como um conflito armado ativo pode permitir a Trump empregar poderes de guerra mais extensivos, como a permissão para matar “combatentes inimigos” mesmo sem uma ameaça violenta imediata ou a detenção indefinida de indivíduos. Esses poderes evocam os implementados contra a Al-Qaeda após os ataques de 11 de setembro. A compreensão do conceito de conflito armado não internacional e suas implicações legais pode ser aprofundada por meio de estudos sobre o Direito Internacional Humanitário, que delineia as regras para conflitos armados.

Embora os Estados Unidos tenham justificado seus ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas como medidas de “autodefesa”, a legalidade dessas ações é frequentemente posta em xeque por muitos juristas internacionais.

Trump, no entanto, não ofereceu uma explicação clara para a lógica de classificar o tráfico de drogas e crimes relacionados como um “ataque armado” direto contra o território ou os interesses americanos. Tampouco especificou quais cartéis ele acredita estarem atualmente “atacando” os EUA. Em diversas ocasiões, ele designou variados cartéis, inclusive no México, Equador e Venezuela, como organizações terroristas, o que concede às autoridades americanas amplos poderes para intervir contra eles.

Dentro do Congresso americano, alguns legisladores estão buscando maneiras de contestar o emprego das Forças Armadas. O senador democrata Tim Kaine, por exemplo, publicou em seu perfil no X a intenção de forçar “uma votação para bloquear o uso das Forças Armadas pelo presidente Trump para realizar ataques contra embarcações no Mar do Caribe. O Congresso não autorizou esses ataques. Eles são ilegais e arriscam arrastar os EUA para outra guerra”, expressando preocupações com a autonomia presidencial na declaração e condução de conflitos.

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O cenário delineado pelos **ataques dos EUA no Caribe** e as repercussões diplomáticas entre Colômbia e Estados Unidos revelam uma complexa trama de interesses geopolíticos e segurança. As alegações de agressão, as justificativas para o uso da força e a crescente preocupação internacional e legislativa apontam para a necessidade de um debate mais aprofundado sobre os limites da soberania e as leis de guerra. Para mais análises sobre política externa e segurança internacional, continue acompanhando a editoria de Política no nosso portal.

Crédito, DONALD TRUMP/TRUTH SOCIAL
Crédito, Reuters


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