Charlie Kirk e Bolsonaro: ativista critica ‘julgamento horrível’

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A súbita perda do proeminente ativista conservador americano, **Charlie Kirk e Bolsonaro**: um legado de defesa e controvérsia, por um atentado a arma de fogo ocorrido na última quarta-feira (10/9) em um evento universitário nos Estados Unidos, gerou uma onda de pesar e manifestações de luto no meio político conservador brasileiro. A notícia da morte de Kirk, conhecido por sua veemente defesa de ideais de direita e sua ligação com figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro, mobilizou reações nas redes sociais e comunicados oficiais.

Entre os nomes que lamentaram profundamente o ocorrido, destacam-se figuras influentes do conservadorismo nacional. O deputado federal Eduardo Bolsonaro expressou seu choque, descrevendo Kirk, de apenas 31 anos, como um “jovem de bom coração, criativo e empreendedor” que dedicou sua existência a catalisar a juventude conservadora americana. O parlamentar ressaltou a “grandeza de sua missão”, vendo a morte como a perda de “mais um conservador vítima do ódio e da intolerância”. Similarmente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, utilizou sua conta na rede social X para manifestar “profunda tristeza” pela morte de Kirk, a qual atribuiu a um “atentado covarde, fruto da intolerância contra valores como o amor a Deus, à família e à liberdade”.

Charlie Kirk e Bolsonaro: ativista critica ‘julgamento horrível’

Charlie Kirk, de 31 anos, havia consolidado sua reputação através da condução de debates em diversas universidades nos EUA, uma característica marcante de seu trabalho. Ele estava à frente do grupo estudantil conservador Turning Point USA, além de manter um podcast de grande alcance e angariar milhões de seguidores em suas plataformas digitais, onde frequentemente abordava temas políticos e sociais sob uma perspectiva conservadora.

O falecimento de Kirk ocorreu após ser alvejado por um disparo durante um desses encontros. O incidente aconteceu na Universidade Utah Valley (UVU), localizada em Orem, no Estado de Utah, onde o ativista estava engajado em um debate. Testemunhas e vídeos do ocorrido apontam para um ato de violência inesperado.

Aliado próximo do ex-presidente americano Donald Trump, Charlie Kirk era amplamente reconhecido como uma das mais proeminentes vozes conservadoras dos EUA em apoio a Jair Bolsonaro. Sua influência e plataforma foram cruciais para a projeção da imagem de Bolsonaro no cenário político norte-americano, especialmente após o término do mandato do ex-presidente brasileiro.

Um exemplo notável dessa aliança ocorreu durante a estadia de Bolsonaro em Miami, nos Estados Unidos, após sua saída da presidência no final de 2022. Nesse período, Kirk foi o anfitrião de um evento significativo e de uma entrevista exclusiva com o ex-mandatário. A ida de Bolsonaro à Flórida, dias antes de Luiz Inácio Lula da Silva assumir a presidência, e sua permanência de três meses no país, coincidiram com eventos como a posse de Lula e os atos de 8 de janeiro, em Brasília, onde edifícios dos Três Poderes foram invadidos e depredados por manifestantes bolsonaristas.

Em fevereiro de 2023, cerca de um mês após a posse do novo governo no Brasil, Bolsonaro participou de um evento intitulado “Power to the People” (“Poder ao Povo”, em tradução livre), organizado pela Turning Point USA, fundação liderada por Kirk. Na ocasião, Bolsonaro proferiu um discurso detalhando sua trajetória política, reforçando seus ideais conservadores e listando as realizações de seu governo. Ao final da palestra, Charlie Kirk fez indagações diretas a Bolsonaro sobre as possíveis ameaças de o Brasil seguir o caminho de uma “Venezuela” e os riscos associados à administração Lula.

No dia seguinte à palestra, uma entrevista aprofundada de Bolsonaro com Kirk foi disponibilizada no podcast do ativista. O portal de Kirk apresentava o ex-presidente como alguém em “exílio autoimposto na Flórida” desde a “disputada eleição presidencial brasileira”, e anunciava sua “primeira entrevista longa desde que chegou aos EUA”. O comunicado oficial da entrevista antecipava que “Charlie e Bolsonaro discutem a importância crucial do direito ao porte de armas, os esforços do novo governo para incriminar Bolsonaro por um golpe e o estado tirânico do judiciário desonesto do Brasil”.

Um dos tópicos primordiais abordados por ambos foi a relevância do direito ao porte de armas, uma pauta central para conservadores tanto no Brasil quanto nos EUA. Coincidentemente, a violência armada era justamente o tema da palestra que Kirk concedia em Utah na trágica quarta-feira de sua morte. Durante sua conversa em 2023, Kirk questionou Bolsonaro sobre a posse de armas no Brasil, mencionando as medidas restritivas de Lula. Bolsonaro explicou as rigorosas leis brasileiras e suas ações para flexibilizá-las via decretos, permitindo um acesso que, antes de seu governo, era praticamente “impossível”. Ele reforçou o ditado de que “toda ditadura é precedida de uma campanha de desarmamento”, ecoando o sentimento de Kirk de que um “povo armado jamais será escravizado”, uma afirmação que Kirk considerou “muito profunda e totalmente verdade”.

Charlie Kirk e Bolsonaro: ativista critica ‘julgamento horrível’ - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

A entrevista também abordou os protestos de 8 de janeiro de 2023. Kirk questionou Bolsonaro sobre as acusações de que ele teria tido envolvimento nos eventos, mesmo estando na Flórida. O ex-presidente argumentou que a esquerda o culpava pelos atos de “invasões e depredações” que “todos nós não concordamos”, numa tentativa de marginalizar a oposição de direita no Brasil, um movimento que ele disse ter unido e fortalecido ao defender “valores e a importância deles para o futuro do Brasil”.

Charlie Kirk e Jair Bolsonaro estabeleceram paralelos entre os sistemas judiciários dos Estados Unidos e do Brasil, direcionando críticas a ambos. Naquele momento, os EUA eram presididos pelo democrata Joe Biden, a quem Kirk fazia oposição. O ativista perguntou a Bolsonaro se um único juiz poderia tolher direitos, ao que o ex-presidente respondeu que “isso vem acontecendo infelizmente”, citando milhares de prisões e remoção de contas em mídias sociais. Ao término da entrevista, Bolsonaro confirmou sua intenção de retornar ao Brasil “nas próximas semanas”, o que de fato aconteceu em 30 de março daquele ano, com o objetivo de exercer uma “oposição responsável” e continuar na política em virtude da “ausência de liderança de direita no Brasil”.

Em março do ano corrente, Charlie Kirk, em seu programa de rádio “The Charlie Kirk Show”, dedicou espaço para comentar o processo de julgamento de Jair Bolsonaro. O influente conservador tornou-se uma das vozes mais contundentes a pleitear que o governo de Donald Trump implementasse sanções contra o Brasil, argumentando que tais medidas eram essenciais devido ao tratamento que o Judiciário brasileiro dispensava a Bolsonaro. Kirk cunhou o termo “lawfare”, utilizando-o para descrever o uso de instrumentos legais para atacar politicamente o ex-presidente em seu julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Kirk criticou veementemente o Judiciário brasileiro, afirmando que “no Brasil, existe um evento chocante e horrível acontecendo”. Ele fez uma retrospectiva da eleição de 2022, na qual Bolsonaro perdeu por uma margem “muito pequena”, ressaltando que o ex-presidente “ganhou em todas as partes do país, exceto nas partes mais pobres, mais cheias de crime e mais corruptas do país, o Nordeste”, onde Lula da Silva venceu. Ele questionou por que os EUA deveriam tolerar tal comportamento em um país supostamente aliado como o Brasil, quando sancionariam a Rússia por atos similares. Consequentemente, Kirk clamou por tarifas e, se necessário, sanções por parte do Departamento de Estado dos EUA, de Marco Rubio e do então presidente Trump contra o Brasil, em retaliação ao que chamou de “comportamento imprudente e imoral”. Ele reiterou sua crença de que Bolsonaro, um “homem bom e um ex-presidente eleito do Brasil”, estava “destinado a morrer na prisão” em consequência desse julgamento.

Em julho do ano corrente, em resposta a essa pressão e mobilização de vozes conservadoras, o governo Trump efetivamente anunciou a aplicação de tarifas substanciais contra produtos brasileiros. Adicionalmente, foram impostas sanções diretas ao ministro Alexandre de Moraes, que atuava como relator do processo de julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.

Crédito, Getty Images

A morte de **Charlie Kirk e Bolsonaro**: a análise do legado do ativista conservador nos EUA e suas marcantes críticas ao sistema judiciário brasileiro, especialmente em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro, revelam a profundidade de seu engajamento político e a ressonância de suas ideias entre figuras proeminentes. Para continuar acompanhando os desdobramentos da política nacional e internacional, acesse nossa editoria de Política e fique por dentro das últimas notícias.


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