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A startup indiana de **comércio eletrônico** Citymall, focada em serviços de entrega de supermercado com preços acessíveis para cidades de médio e pequeno porte (conhecidas como Nível 2 e Nível 3), anunciou hoje uma captação de US$ 47 milhões em uma rodada de financiamento da Série D. Essa importante injeção de capital foi liderada pela Accel e contou com a participação de investidores já existentes, como Waterbridge Ventures, Citius, General Catalyst, Elevation Capital, Norwest Venture Partners e Jungle Ventures.
Essa rodada de investimento da Série D ocorre três anos após a captação de US$ 75 milhões da Série C, que foi liderada pela Norwest Venture Partners. Apesar do novo aporte, a avaliação da empresa permaneceu em US$ 320 milhões durante esse período. De acordo com fontes familiarizadas com o negócio, que conversaram com a TechCrunch, os investidores utilizaram um múltiplo de quase 4 vezes a receita da Citymall no ano anterior como parâmetro para a avaliação atual. Até o momento, a empresa acumulou um total de US$ 165 milhões em investimentos desde sua fundação.
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Investidores da Citymall informaram à TechCrunch que a avaliação anterior da companhia refletia um cenário de mercado altista na época, o que, em parte, explica o fato de o valor não ter se alterado, mesmo com o crescimento registrado pela startup. Contudo, eles manifestaram otimismo quanto à trajetória e ao futuro da empresa no setor de entrega de alimentos.
A Perspectiva dos Investidores sobre o Potencial do Mercado
Pratik Agarwal, da Accel, empresa que liderou a rodada Série D, expressou sua confiança na Citymall durante uma conversa. “Somos investidores na Citymall desde a Série A, e decidimos dobrar nosso investimento porque acreditamos que as compras online de supermercado, especialmente no segmento de valor, representam o maior mercado consumidor na Índia”, afirmou Agarwal, destacando a relevância estratégica do foco da Citymall. Essa visão sublinha o vasto potencial do mercado indiano para entregas de supermercado que atendem às necessidades de consumidores com poder de compra mais consciente.
O Contexto do Cenário de “Quick-Commerce” Indiano
O novo financiamento da Citymall chega em um período de intensa atividade no mercado indiano de “quick-commerce”, caracterizado por entregas ultrarrápidas. Empresas como BlinkIt, Zepto, Swiggy Instamart e BigBasket (de propriedade da Tata) estão investindo pesadamente para atender aos clientes em prazos extremamente curtos, muitas vezes em menos de 10 minutos. No entanto, a Citymall adota uma estratégia distinta, buscando atrair um segmento de clientes diferente.
A startup direciona seus esforços para consumidores que valorizam o preço e planejam suas compras de supermercado com antecedência, em vez de depender de pedidos imediatos por meio de aplicativos de quick-commerce. Angad Kikla, CEO da Citymall, explicou que o aplicativo oferece aproximadamente metade da variedade de produtos (SKUs) de um aplicativo de quick-commerce, mas o dobro da seleção encontrada em uma loja física de varejo de baixo custo. SKUs, ou unidades de manutenção de estoque, referem-se ao número de diferentes produtos disponíveis para venda.
Diferenciais Estratégicos e o Modelo Dmart Online
Angad Kikla enfatizou que, embora o comércio eletrônico esteja em expansão na Índia, a penetração das compras de supermercado online ainda é baixa. “A maioria das pessoas na Índia é consciente do valor ao comprar mantimentos. Queremos atender a essa coorte. Queremos nos considerar um equivalente ao Dmart no mundo online”, afirmou, referindo-se à renomada rede de supermercados com ações listadas em bolsa, conhecida por seus preços competitivos. Esse posicionamento reforça o compromisso da Citymall em replicar online um modelo de sucesso no varejo tradicional.
A empresa, fundada em 2019, inicialmente operava com base em líderes comunitários em diversas cidades, que eram responsáveis pela divulgação do produto, recebimento de pedidos e execução da última milha da entrega, antes mesmo da pandemia de COVID-19. No início da crise sanitária, quando a população estava se adaptando à compra de produtos online, alguns clientes necessitavam de assistência mais direta e personalizada. Após essa fase inicial, a Citymall ajustou sua operação, passando a utilizar os líderes comunitários apenas para a etapa final da entrega, otimizando custos e racionalizando os processos.
Eficiência Operacional e Vantagens Competitivas
A estratégia da Citymall é centrada na construção de marcas próprias e no estabelecimento de parcerias diretas com fabricantes. Essa abordagem permite à startup oferecer produtos a preços mais acessíveis que seus concorrentes, ao mesmo tempo em que gera margens de lucro por meio da eficiência operacional e da cadeia de suprimentos. Ao contrário das startups de quick-commerce, a Citymall não cobra taxas de manuseio ou de entrega. Além disso, as entregas geralmente ocorrem em um dia, e não em minutos, um prazo aceitável para clientes orientados a valor que não têm necessidade imediata dos itens.
A Citymall informa que sua base de usuários primária inclui clientes com renda mensal entre 15.000 e 80.000 rupias (aproximadamente US$ 170 a US$ 910). A empresa registra um valor médio de pedido de 450 a 500 rupias (entre US$ 5 e US$ 6), indicando o perfil de consumo de seu público-alvo. Atualmente, a Citymall opera em 60 cidades, abrangendo regiões como Delhi NCR, Uttar Pradesh, Haryana, Bihar e Uttarakhand. Kikla mencionou que o plano de expansão da Citymall visa cidades adjacentes aos mercados atuais, uma estratégia que busca maximizar a utilização de seus armazéns existentes e otimizar a logística.
Análise Financeira e Desafios no Setor Competitivo
Apesar de um crescimento constante nos negócios nos últimos três anos, a Citymall registrou margens EBITDA negativas em mais de 30% no último ano financeiro, conforme relatório da empresa de pesquisa Entrackr. A startup, no entanto, afirmou que suas operações são rentáveis, mas não divulgou um cronograma para atingir a lucratividade geral da empresa.
A Citymall opera em um setor altamente competitivo, enfrentando a pressão de diversas frentes: lojas físicas locais, outras plataformas de supermercado online e até mesmo as plataformas de quick-commerce. Uma análise da Bloomberg Intelligence projeta que as plataformas de quick-commerce poderão capturar 20% das vendas de e-commerce na Índia até 2035, indicando a rapidez e o impacto dessa modalidade.
Vantagem Competitiva em Custos Operacionais
Manish Kheterpal, cofundador da Waterbridge Capital, um dos investidores da Citymall em várias rodadas, observou que o quick-commerce geralmente incentiva gastos por impulso, utilizando marketing para atrair usuários. Em contrapartida, Kheterpal destacou que os custos operacionais mais baixos da Citymall, em comparação com seus concorrentes de quick-commerce, conferem à empresa uma vantagem significativa no mercado.
“A Citymall oferece produtos essenciais mais baratos para usuários que podem fazer pedidos algumas vezes por mês. A empresa compra produtos diretamente de fornecedores e utiliza seus líderes comunitários para alcançar um baixo custo de distribuição, o que resulta na construção de uma margem bruta saudável”, explicou Kheterpal à TechCrunch, detalhando o modelo de negócios eficiente da startup.
De acordo com uma análise da Bernstein Research, o setor de alimentos e supermercado domina o segmento de varejo da Índia, que ainda é em grande parte desorganizado. A mesma empresa estima que as compras de supermercado online deverão responder por 12% das vendas de e-commerce até o final do ano civil, indicando um crescimento robusto, mas ainda com espaço para consolidação e especialização.
O Diferencial Citymall na Logística e Escala
Apesar do rápido crescimento do quick-commerce, empresas que operam fora das grandes áreas metropolitanas frequentemente enfrentam custos por pedido mais elevados, segundo uma análise da empresa de estratégia Redseer. A premissa central da Citymall é que clientes com consciência de valor optarão por sua plataforma em detrimento do quick-commerce devido aos preços mais baixos e aos custos reduzidos dos produtos. Ao combinar essa proposta de valor com custos de entrega também menores, a empresa acredita que pode atingir melhores economias de escala, atendendo a um número crescente de usuários.
Este enfoque em mercados de nível 2 e 3, aliados a uma estrutura de custos eficiente e um modelo que privilegia o valor sobre a velocidade extrema, posiciona a Citymall de forma estratégica no complexo e competitivo cenário do comércio eletrônico de supermercado indiano. A aposta é que o volume de compras planejadas por um segmento robusto de consumidores sustentará seu crescimento e expansão.
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Com este último aporte, a Citymall reforça sua capacidade de continuar expandindo suas operações para regiões adjacentes, capitalizando na crescente digitalização do consumo em toda a Índia, enquanto mantém seu foco em oferecer acessibilidade e conveniência para seu público-alvo, diferenciando-se claramente das estratégias de entrega ultrarrápida que dominam as discussões em outros segmentos de mercado.
Com informações de TechCrunch

Imagem: techcrunch.com
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