Confrontos Violentos: 27 Mortos em Gaza entre Hamas e Clã Dughmush

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Confrontos Violentos: 27 Mortos em Gaza entre Hamas e Clã Dughmush representam um dos surtos de violência interna mais graves registrados na Faixa de Gaza desde a recente desocupação de tropas israelenses. No sábado (11/10), a Cidade de Gaza foi palco de um intenso embate entre as forças de segurança do Hamas e membros armados da influente família Dughmush, resultando em um trágico saldo de ao menos 27 vidas perdidas.

Este incidente decorre de uma operação lançada pelo Hamas com o objetivo de capturar integrantes do clã. Testemunhas relataram que a batalha entre os próprios palestinos eclodiu no bairro de Tel al-Hawa, situado na zona sul da Cidade de Gaza. O ataque se intensificou quando uma força do Hamas, composta por mais de 300 homens, avançou para invadir um quarteirão residencial próximo ao hospital jordaniano da cidade, onde combatentes do clã Dughmush se encontravam entrincheirados. Muitos destes já haviam perdido suas moradias no bairro de al-Sabra durante o último ataque israelense, ficando desalojados e vulneráveis.

Confrontos Violentos: 27 Mortos em Gaza entre Hamas e Clã Dughmush

O cenário no sábado foi de absoluto pânico, com dezenas de famílias evacuando suas residências sob fogo cruzado intenso. Vários desses moradores já haviam sido deslocados múltiplas vezes em decorrência do prolongado conflito. “Desta vez as pessoas não estavam fugindo de ataques israelenses,” narrou um residente à imprensa, “elas estavam fugindo do seu próprio povo.” Um oficial de alto escalão do Ministério do Interior, sob a gestão do Hamas, confirmou o cerco das unidades de segurança aos membros do clã Dughmush, descrevendo os combates como intensos e prolongados. Fontes médicas apontaram que os enfrentamentos resultaram na morte de 19 membros do clã Dughmush e oito combatentes do Hamas.

A tensão entre a família Dughmush, um dos mais proeminentes clãs de Gaza, e o Hamas não é recente, remontando a anos de relações conflituosas. Seus membros armados já haviam confrontado o grupo em outras ocasiões. O Ministério do Interior, por sua vez, ligado ao Hamas, declarou que a ação visava restaurar a ordem e reiterou o compromisso de tratar com firmeza qualquer “atividade armada que se desvie do contexto da resistência legítima.” Ambos os lados trocam acusações sobre quem teria iniciado os violentos confrontos.

Anteriormente, o Hamas havia alegado que militantes do clã Dughmush haviam matado dois de seus combatentes e ferido outros cinco, motivando assim a operação retaliatória. Contudo, uma fonte da família Dughmush apresentou uma versão diferente aos meios de comunicação locais, afirmando que as forças do Hamas tentaram expulsá-los de um edifício que, no passado, abrigou o Hospital Jordaniano, com o intuito de estabelecer ali uma nova base para suas operações. O Hamas negou mobilizar “combatentes nas ruas”, embora relatos de fontes locais indiquem que cerca de 7 mil integrantes de suas forças de segurança foram convocados para reaver o controle de áreas da Faixa de Gaza recentemente evacuadas pelas tropas israelenses, com unidades armadas se espalhando por vários distritos, tanto em trajes civis quanto com uniformes policiais azuis.

Os confrontos internos emergem em um momento crítico, coincidindo com um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Este pacto prevê a liberação de reféns e prisioneiros. Nesta segunda-feira (13/10), todos os 20 reféns israelenses ainda vivos foram entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha em Gaza, sendo subsequentemente transportados às forças israelenses. Em contrapartida, está prevista para o mesmo dia a soltura de quase 2 mil palestinos detidos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua e 1.700 presos após 7 de outubro de 2023, entre eles mulheres e crianças. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre o prazo para a devolução dos restos mortais dos outros 28 reféns israelenses falecidos.

O cessar-fogo, em vigor desde a sexta-feira (10/10), ocorre dois anos após o início da guerra e permitiu que cerca de 500 mil pessoas retornassem ao norte de Gaza, devastado pelos combates, logo após a retirada israelense. Em 7 de outubro de 2023, o Hamas perpetrou ataques ao sul de Israel, causando a morte de aproximadamente 1.200 pessoas e a captura de 251 reféns. Desde então, a resposta militar israelense em Gaza resultou na morte de, ao menos, 66.055 indivíduos, segundo o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas. Tanto israelenses quanto habitantes de Gaza celebraram a perspectiva de um acordo duradouro, mas persistem divergências significativas quanto aos termos de longo prazo.

Confrontos Violentos: 27 Mortos em Gaza entre Hamas e Clã Dughmush - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

O Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA, Reino Unido e União Europeia, já havia manifestado que não renunciaria ao seu direito à “resistência e às armas” enquanto não fosse estabelecido um “Estado palestino independente e plenamente soberano, com Jerusalém como sua capital”. Em sua resposta inicial ao plano, no fim de semana anterior, o grupo não mencionou desarmamento, alimentando especulações sobre a permanência de sua posição. Em contraste, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou no mesmo período que “o Hamas será desarmado e Gaza será desmilitarizada, seja por bem ou por mal”.

Um dos pontos do plano de paz americano, que obteve aceitação tanto de Israel quanto do Hamas, estabelece que, após a libertação dos reféns israelenses, membros do Hamas poderão receber anistia caso se comprometam com a “coexistência pacífica e o desmantelamento de suas armas”. O Hamas, por sua vez, também manifestou o desejo de desempenhar um papel no futuro de Gaza, como parte de “um movimento palestino unificado”. Segundo a agência Reuters, a Autoridade Palestina (AP) está se preparando para assumir um papel na governança pós-guerra de Gaza.

O plano de paz, associado ao cessar-fogo e apoiado por nações da região como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, é explícito ao determinar que o Hamas não terá qualquer participação futura na governança de Gaza. A proposta central visa a transferência da gestão do território para um corpo transitório temporário de tecnocratas palestinos, supervisionado por uma “Junta de Paz” liderada por Donald Trump e com a participação de Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico. Posteriormente, em um período não especificado, a governança da Faixa de Gaza seria transferida para a Autoridade Palestina (AP), que atualmente administra a Cisjordânia, é reconhecida internacionalmente e é, além disso, uma rival histórica do Hamas. A crescente instabilidade sublinha a complexidade da região, conforme detalhado em análises sobre o conflito Israel-Palestina, que podem ser encontradas em fontes como a Organização das Nações Unidas.

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Este grave episódio em Gaza, envolvendo as forças do Hamas e o clã Dughmush, ressalta as intrincadas dinâmicas internas da Faixa de Gaza em meio a um complexo cenário de negociações e perspectivas de paz. Para não perder nenhum detalhe sobre os desdobramentos internacionais e análises políticas, continue acompanhando a editoria de Política em nosso portal.

Crédito, Anadolu via Getty Images


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