Denúncias Chocam: Meta Ignora Segurança Infantil em VR

TECNOLOGIA
Artigos Relacionados

📚 Continue Lendo

Mais artigos do nosso blog

TÍTULO: Denúncias Chocam: Meta Ignora Segurança Infantil em VR
SLUG: denuncias-meta-seguranca-infantil-vr
META DESCRIÇÃO: Ex-pesquisadores da Meta revelam que a empresa falhou em proteger crianças em plataformas VR. Novas denúncias expõem táticas para suprimir dados críticos sobre jovens.

“`html

As preocupações com a segurança infantil na Meta atingem um novo patamar após o depoimento de ex-funcionários, que indicam que as plataformas da gigante de tecnologia, ao invés de solucionarem seus desafios de proteção a menores, desenvolveram métodos mais sofisticados para ocultá-los. Esta revelação vem à tona enquanto o Congresso Americano continua lutando para regulamentar o setor, frustrado pela ineficácia de leis robustas até o momento.

Em 2021, o testemunho de Frances Haugen, ex-funcionária da Meta, já havia alertado o mundo para os perigos que as redes sociais da empresa representavam para o público jovem. Na ocasião, documentos internos vazados demonstraram que a Meta tinha conhecimento dos impactos nocivos de produtos como o Instagram em adolescentes, incluindo problemas de imagem corporal. Em resposta, a Meta prometeu mudanças, mas as recentes denúncias sugerem uma direção diferente do esperado: uma mudança para pior, conforme apontaram novos denunciantes.

Denúncias Chocam: Meta Ignora Segurança Infantil em VR

Cayce Savage e Jason Sattizahn, ambos ex-pesquisadores de experiência do usuário da Meta, apresentaram suas declarações perante a Subcomissão Judiciária do Senado para Privacidade, Tecnologia e Lei em 9 de setembro. Os seus testemunhos baseiam-se em relatos partilhados anteriormente com o The Washington Post, onde detalhes chocantes surgiram: a Meta teria usado sua equipe jurídica para pressionar e intimidar os próprios pesquisadores, a fim de suprimir descobertas alarmantes de que seus serviços de realidade virtual (VR) prejudicavam crianças. A conclusão, de acordo com legisladores, é que a Meta, diante da incapacidade do Congresso de aprovar regulamentações mais firmes impulsionadas pelas revelações de Haugen, simplesmente aprimorou a capacidade de esconder seus problemas.

Os Perigos Ocultos da Realidade Virtual para Menores

Um dos pontos cruciais do depoimento dos ex-pesquisadores foi a prevalência alarmante de crianças menores de 13 anos nas plataformas sociais de realidade virtual da Meta, apesar de o acesso a este grupo etário ser oficialmente restrito. Nestes ambientes virtuais imersivos, os mesmos perigos encontrados no restante da internet, como predadores sexuais, tornam-se potencialmente mais intensos. Savage descreveu a gravidade: “Em VR, alguém pode se posicionar atrás de uma criança e sussurrar em seu ouvido, e a criança sentirá a presença como se fosse real.” Ela também ressaltou que a VR rastreia os movimentos físicos do usuário, o que significa que um “assalto em VR exige que esses movimentos ocorram na vida real. O que acontece na realidade virtual é a realidade.”

Contrariando a lógica de uma empresa preocupada com a segurança, Savage e Sattizahn afirmaram que os advogados da Meta desestimulavam e, em alguns casos, até ameaçavam os pesquisadores contra a coleta de dados que pudessem confirmar a existência do problema. O temor da Meta era criar um “rastro documental” que pudesse gerar responsabilidade legal, especialmente se a solução implicasse remover um grande contingente de usuários engajados e lucrativos da plataforma. A busca por este tipo de informação e pesquisa era rotineiramente desencorajada.

Acusações de Manipulação e Vigilância Legal

Em resposta à matéria do The Washington Post, Dani Lever, porta-voz da Meta, alegou que os exemplos dos denunciantes foram “selecionados a dedo para se encaixar em uma narrativa falsa e pré-determinada” e que a empresa aprovou “quase 180 estudos relacionados à Reality Labs sobre questões sociais, incluindo segurança e bem-estar de jovens”. Contudo, no próprio depoimento, Sattizahn rechaçou essa estatística, classificando-a como uma “mentira por omissão”, pois o cerne de sua declaração era justamente que “a pesquisa que eles [a Meta] estão fazendo está sendo podada e manipulada”. A verdade, segundo os denunciantes, é que a empresa aprendeu a “não criar esses documentos” internos problemáticos.

Para o senador Richard Blumenthal (D-CT), em coletiva de imprensa pré-audiência, a Meta extraiu a “lição errada” das revelações de Haugen. Em vez de ajustar protocolos para proteger melhor crianças e adolescentes, a Meta, na visão dos ex-pesquisadores, optou por criar um “regime de vigilância legal”, onde advogados monitoravam de perto o trabalho dos pesquisadores, delimitando tópicos, perguntas e metodologias antes mesmo da coleta de dados. Sattizahn relatou ameaças de demissão caso não acatasse as ordens e lembrou de pedidos expressos dos advogados da empresa para “apagar ou parar de coletar dados sobre danos emocionais e psicológicos”. As afirmações “repetidas e explícitas” do setor jurídico eram de que a empresa não desejava esses dados por serem “demasiado arriscados para nós”, pois, “se houvesse uma auditoria externa, seria descoberto que a Meta sabia sobre esses danos.”

Consciência da Liderança e Impasse Legislativo

Savage testemunhou que a questão de crianças pequenas na plataforma de VR da Meta era tão disseminada que, em todas as vezes que ela própria utilizou o produto, a maioria das pessoas com quem interagia parecia estar “audivelmente abaixo dos 13 anos”. Ambos os denunciantes expressam a convicção de que o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está plenamente ciente da gravidade do problema. “A única maneira de ele não ter conhecimento seria se nunca tivesse usado seu próprio headset”, declarou Savage.

Denúncias Chocam: Meta Ignora Segurança Infantil em VR - Imagem do artigo original

Imagem: The Verge via theverge.com

Apesar da forte reação legislativa que as denúncias de Haugen geraram em 2021, culminando na maior iniciativa em décadas pela legislação de segurança online para crianças, os esforços têm estagnado. O projeto de Lei Kids Online Safety Act (KOSA), introduzido em 2022 pelas senadoras Marsha Blackburn (R-TN) e pelo senador Blumenthal, buscava tornar as plataformas legalmente responsáveis pela proteção de crianças. Embora o KOSA tenha sido aprovado no Senado no ano passado com 91 votos a 3, ele nunca chegou a ser votado na Câmara. “Eu poderia ter dado os mesmos discursos sobre segurança infantil quatro anos atrás. Nada mudou”, lamentou Blumenthal.

Entusiastas da causa, como Maurine Molak, cuja trajetória inclui a perda de seu filho David por suicídio após uso compulsivo de plataformas online e cyberbullying, compareceram novamente à audiência, demonstrando sua persistência. Após uma viagem de advocacy do KOSA em dezembro, Molak havia expressado dúvidas sobre retornar caso o projeto falhasse. Em Washington, na terça-feira, ela declarou sua decisão de continuar a lutar depois que o presidente do Comitê de Comércio do Senado, Ted Cruz (R-TX), se comprometeu a seguir apoiando o projeto.

Savage admitiu ter ponderado por muito tempo se deveria vir a público, considerando o impacto aparentemente limitado das ações de Haugen. “A Meta respondeu à revelação de Frances Haugen em 2021 endurecendo a pesquisa internamente”, refletiu Savage. “Pesquisadores em toda a empresa foram submetidos a censura súbita, e nos foi dito que era para nossa própria proteção, para que não fizéssemos parte de futuros vazamentos. Francamente, estou preocupada que falar hoje os coloque, assim como o campo da pesquisa de usuários dentro da Meta, em risco.”

Este cenário sublinha a necessidade urgente de uma regulamentação efetiva e da transparência das empresas de tecnologia para garantir a segurança e o bem-estar dos mais jovens em ambientes digitais, especialmente em plataformas tão imersivas quanto a realidade virtual. Para mais informações sobre a atuação da Meta e a investigação jornalística, consulte o artigo completo do The Washington Post sobre as denúncias.

O impacto das gigantes de tecnologia na vida cotidiana e a proteção de usuários vulneráveis continuam a ser pautas cruciais em nosso noticiário. Para acompanhar mais desdobramentos sobre este e outros temas que moldam o cenário político e social, acesse nossa editoria de Política e mantenha-se informado sobre os debates e decisões que afetam a todos. Fique ligado no Hora de Começar!

Crédito da imagem: Illustration by The Verge | Photo by Tom Williams via Getty Images

“`


Links Externos

🔗 Links Úteis

Recursos externos recomendados