Discurso Netanyahu ONU: 5 Conclusões e Retirada de Delegados

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O Discurso Netanyahu ONU: 5 Conclusões e Retirada de Delegados foi o cenário para uma intervenção controversa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral das Nações Unidas na sexta-feira, 26 de setembro. O evento foi marcado por um tumulto inicial, onde delegados de diversas nações, incluindo o Brasil, optaram por se retirar em sinal de protesto. Apesar da controvérsia, outras vozes na plateia, bem como observadores na sacada, expressaram apoio com aplausos.

Na sua explanação, Netanyahu buscou comunicar-se diretamente com o público norte-americano, tecendo paralelos com o atentado de 11 de setembro e manifestando gratidão explícita ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo seu posicionamento favorável a Israel na questão iraniana, um gesto que lhe rendeu aplausos da delegação dos EUA. Ao longo de sua fala, o líder israelense tem sistematicamente tentado caracterizar o conflito em Gaza como uma batalha entre o bem e o mal, enquadrando as operações de Israel como uma luta imprescindível contra o terrorismo.

Discurso Netanyahu ONU: 5 Conclusões e Retirada de Delegados

Netanyahu utilizou o palco da ONU para refutar acusações e demandas globais, enfrentando a maioria dos países e a própria organização que pressionam por um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, o fim da expansão dos assentamentos israelenses e a formação de um Estado Palestino independente. Em sua declaração, o primeiro-ministro israelense negou veementemente que as forças de Israel estivessem atacando deliberadamente civis ou cometessem genocídio, assim como rejeitou as alegações de que o país estaria intencionalmente causando fome à população palestina em Gaza. Essa posição contraria um relatório recente de uma comissão de inquérito da ONU, que, no início deste mês, apontou evidências de genocídio contra palestinos em Gaza, baseando-se em declarações de líderes israelenses e no padrão de conduta militar. O Ministério das Relações Exteriores de Israel prontamente rotulou o relatório como “distorcido e falso”. A Assembleia Geral da ONU, principal fórum de discussões e decisões internacionais, foi o palco para a explanação israelense.

Principais Focos do Discurso e os Vazio do Salão

Ao término de sua apresentação, Netanyahu foi ovacionado de pé pela delegação israelense e por um grupo significativo de observadores na sacada do salão da Assembleia Geral. Muitos desses apoiadores levantaram os punhos em sinal de solidariedade ao primeiro-ministro, contrastando fortemente com a paisagem das cadeiras oficiais dos delegados, que estavam visivelmente vazias, simbolizando a amplitude do protesto durante seu discurso. A seguir, detalhamos cinco pontos centrais que podem ser extraídos de sua declaração na ONU.

A “Maldição do Eixo Terrorista do Irã” em Debate

Um dos pilares do discurso do primeiro-ministro de Israel foi sua veemente condenação ao que chamou de “maldição do eixo terrorista do Irã”. Durante vários momentos, Netanyahu exibiu cartazes para ilustrar seus argumentos, sendo um deles uma pergunta direta: “Quem grita morte à América?”, seguida de múltiplas opções que incluíam grupos como Houthis, Hezbollah, Hamas, o próprio Irã, ou a alternativa “todas as opções acima”. Este posicionamento visa aprofundar a percepção de uma ameaça unificada representada por essas entidades e seu patrocinador regional.

Netanyahu também destacou, em seu pronunciamento, uma série de êxitos alcançados por Israel na contenção e combate a esses grupos ao longo do último ano. Ao apontar para um mapa e mencionar diversos líderes desses movimentos – incluindo Yahya Sinwar, do Hamas; Hassan Nasrallah, do Hezbollah; e os principais cientistas atômicos do Irã – ele afirmou que todos esses indivíduos “se foram”. Essa assertiva busca demonstrar a eficácia das operações israelenses e o compromisso em desmantelar as capacidades dos atores considerados hostis na região.

Alinhamento com Donald Trump e a Visão Compartilhada

No decorrer de sua fala, Benjamin Netanyahu sublinhou a figura de Donald Trump, indicando que o ex-presidente americano “entende melhor do que qualquer outro líder que Israel e os Estados Unidos enfrentam uma ameaça comum”. Esta referência direta não apenas reafirma a proximidade política e ideológica entre os dois países e seus líderes, mas também tenta solidificar a ideia de uma frente conjunta contra adversários compartilhados, especialmente em um cenário geopolítico complexo.

O apoio e o alinhamento com os Estados Unidos são frequentemente apresentados por Israel como um pilar fundamental de sua estratégia de segurança. Ao ressaltar a percepção de Trump, Netanyahu procura legitimar a política israelense no cenário internacional e reforçar a necessidade de uma aliança estratégica inabalável para combater as ameaças identificadas. A convergência de visões entre os dois países, nesse contexto, é apresentada como um elemento crucial para a estabilidade regional e a segurança global.

Mensagem Direta aos Reféns e a Lembrança do 7 de Outubro

Em um momento carregado de emoção, Netanyahu dirigiu-se diretamente aos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, transmitindo uma mensagem de esperança e compromisso. Após a instalação de alto-falantes nas fronteiras para que sua voz pudesse ser ouvida no território palestino, ele declarou: “Não nos esquecemos de vocês – nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês”. Esta manifestação buscou consolar as famílias dos sequestrados e reafirmar o empenho israelense em sua libertação.

Discurso Netanyahu ONU: 5 Conclusões e Retirada de Delegados - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

Além disso, o primeiro-ministro sugeriu que uma parcela considerável do mundo havia se esquecido dos ataques de 7 de outubro, os quais precipitaram o atual conflito. Para contrapor essa alegada amnésia, Netanyahu apontou para um código QR fixado em seu paletó, informando que o conteúdo digital ligado a ele explicava “o motivo pelo qual devemos lutar e pelo qual devemos vencer”. Essa ação visava reforçar a narrativa israelense sobre a justificação das operações militares e manter viva a memória dos eventos que desencadearam a crise, lembrando o contexto de defesa nacional.

Negação de Genocídio, Ataques a Civis e Causas da Fome

Contrariando veementemente as acusações internacionais, Netanyahu negou qualquer intenção ou prática de atacar deliberadamente civis em Gaza. Como evidência dessa negação, ele mencionou que Israel distribuiu “milhões de panfletos” pedindo à população para evacuar áreas de risco antes das operações militares, um protocolo que, segundo ele, desqualificaria qualquer alegação de genocídio. Ele ainda questionou: “Os nazistas pediram aos judeus que partissem?”, em uma chocante comparação para refutar a intenção genocida.

Da mesma forma, o primeiro-ministro refutou as alegações de que Israel estaria provocando fome na população de Gaza. De acordo com sua versão, se há moradores da região sem alimentação suficiente, a responsabilidade recai sobre o Hamas, a quem acusou de “roubar, acumular e vender” suprimentos essenciais, privando sua própria população de recursos. Essa postura coloca o ônus da crise humanitária diretamente sobre o grupo islâmico, em uma tentativa de isentar Israel de culpa e reforçar a tese de que o Hamas usa civis como escudos.

Rejeição Incisiva ao Reconhecimento do Estado Palestino

Encerrando sua intervenção com uma nota de firmeza inegociável, Benjamin Netanyahu teceu críticas incisivas à recente decisão do Reino Unido e da França de reconhecer o estado palestino. Classificou tal movimento como um ato de “suicídio nacional” para Israel, sublinhando sua absoluta oposição à ideia de uma solução de dois Estados sob as atuais circunstâncias. Para o primeiro-ministro, tal reconhecimento implica riscos existenciais intransponíveis para a segurança israelense.

A declaração foi ainda mais enfática ao caracterizar o reconhecimento como “pura loucura” e “insano”. Netanyahu expressou seu descontentamento e condenou qualquer nação que considere esse passo como “vergonhoso”. Esta postura inflexível reflete a profunda preocupação do governo israelense com as implicações de um Estado palestino para suas fronteiras e sua capacidade de defesa, enfatizando a continuidade de um impasse fundamental na diplomacia regional e internacional.

A intervenção de Benjamin Netanyahu na Assembleia Geral da ONU, permeada por desafios e reiteradas defesas da política de Israel, evidencia as profundas divisões globais em torno do conflito israelo-palestino. Sua recusa em ceder a pressões internacionais e a veemente oposição ao Estado Palestino demarcam um caminho complexo para qualquer futura resolução de paz. Para aprofundar a cobertura sobre geopolítica e temas que impactam a política global e regional, continue acompanhando nossa editoria de Política.

Crédito: Getty Images; EPA.


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