DOE dos EUA Cancela US$ 720 Mi em Subsídios de Fabricação

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O Departamento de Energia dos EUA (DOE) confirmou o cancelamento de aproximadamente US$ 720 milhões em subsídios de fabricação. A medida afeta contratos relacionados à produção de materiais para baterias, reciclagem de íons de lítio e fabricação de janelas superisolantes. Esta decisão se enquadra em um contexto de revisão de bilhões de dólares em contratos pelo departamento nas últimas semanas, com foco em verbas destinadas a projetos de infraestrutura e inovação tecnológica.

A anulação destes investimentos federais incide diretamente sobre empresas dedicadas ao avanço de tecnologias energéticas. Dentre as companhias impactadas estão startups promissoras que operam nos segmentos de materiais para baterias, na reciclagem de componentes essenciais e na produção de janelas de alta eficiência energética. As implicações deste cancelamento levantam questionamentos sobre o futuro desses empreendimentos e a sustentabilidade de certas iniciativas de desenvolvimento tecnológico nos Estados Unidos.

DOE dos EUA Cancela US$ 720 Mi em Subsídios de Fabricação

O Secretário de Energia, Chris Wright, tem sido o principal responsável por uma minuciosa avaliação dos contratos firmados durante a gestão Biden. Conforme informações divulgadas à E&E News por Ben Dietderich, porta-voz do DOE, a justificativa para o cancelamento é que os projetos não alcançaram os marcos esperados e, portanto, não contribuíram adequadamente para as necessidades energéticas da nação. Todos os fundos para estes subsídios foram autorizados pelo Congresso Americano como parte da Lei de Infraestrutura Bipartidária, sancionada em 2021. A maior parte dessas verbas havia sido concedida em 2023 e 2024. Anteriormente, a administração Trump já havia empregado uma tática semelhante, justificando o cancelamento de outros subsídios com base em verbas concedidas entre o dia das eleições e o dia da posse.

Três startups figuram na lista de empresas afetadas pelas recentes rescisões contratuais do Departamento de Energia, todas tendo sido selecionadas para receber os subsídios muito antes da eleição presidencial de 2024. A Ascend Elements, uma dessas empresas, dedica-se à otimização de uma tecnologia de reciclagem capaz de converter resíduos industriais e baterias de fim de vida útil em materiais vitais para a produção doméstica de baterias de íon de lítio. Em outubro de 2022, a companhia foi agraciada com US$ 316 milhões, valor destinado à construção de uma instalação de US$ 1 bilhão no estado de Kentucky.

Registros do governo federal indicam que US$ 206 milhões já haviam sido desembolsados para a Ascend Elements. Em resposta à medida do DOE, a empresa afirmou que dará prosseguimento aos seus planos de desenvolvimento, utilizando outras fontes de financiamento para cobrir qualquer possível lacuna de recursos decorrente do corte federal. A interrupção desses aportes levanta debates sobre o incentivo à indústria nacional de baterias e a autossuficiência dos Estados Unidos em componentes críticos para a transição energética.

Outra empresa que sentiu o impacto do Departamento de Energia foi a Anovion, à qual foram concedidos US$ 117 milhões com o propósito de reverter para solo americano a tecnologia de produção de grafite sintético para ânodos de baterias de íon de lítio. Segundo dados da Benchmark Mineral Intelligence, fornecedores chineses dominam 75% da cadeia de suprimentos de grafite sintético e produzem 97% de todos os ânodos de grafite sintético globalmente, sublinhando a importância estratégica do projeto da Anovion. A fábrica da startup está planejada para ser construída no Alabama, mas, até o momento, apenas US$ 13,8 milhões haviam sido efetivamente desembolsados, conforme um banco de dados federal.

A LuxWall, mais uma startup na lista de afetadas, desenvolve janelas inovadoras que oferecem o mesmo nível de isolamento térmico que paredes sólidas, um avanço com potencial para reduzir significativamente o consumo de energia e as contas de eletricidade. O DOE concedeu à LuxWall US$ 31,7 milhões para erguer uma fábrica no local de uma antiga usina de carvão, próximo a Detroit. Este financiamento foi aprovado em novembro de 2023, mas, de acordo com registros governamentais, somente US$ 1 milhão foi repassado à empresa. A LuxWall, contudo, inaugurou a fase inicial de sua fábrica em agosto de 2024, evidenciando seu compromisso em avançar mesmo com a escassez de verbas federais.

Anteriormente, a TechCrunch já havia documentado os esforços do Departamento de Energia para rescindir estes e outros contratos. Tais subsídios, originalmente, visavam impulsionar startups sobre o que é conhecido como o “vale da morte”, um período crítico em que muitas empresas promissoras sucumbem na transição do desenvolvimento tecnológico para a implantação comercial. A construção e operação de fábricas e instalações pioneiras são desafios financeiramente complexos para startups, e subvenções governamentais como essas têm se mostrado essenciais para atrair investidores privados e catalisar aportes de capital. Uma vez estabelecidas e em pleno funcionamento, essas infraestruturas podem se tornar modelos para futuras unidades fabris, fortalecendo a base industrial do país e impulsionando a competitividade nacional.

O cancelamento desses fundos pode atrasar a inovação e o crescimento da capacidade de fabricação doméstica dos EUA em setores cruciais para a transição energética e a segurança econômica. A necessidade de desenvolver novas fontes de financiamento por parte das empresas impactadas aponta para a resiliência do setor privado, mas também para a fragilidade das políticas de incentivo a longo prazo. As decisões tomadas pelo Departamento de Energia reiteram a complexidade de gerenciar e auditar projetos de alto investimento, bem como a necessidade de alinhamento constante com os objetivos energéticos nacionais.

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Em suma, o cancelamento de mais de US$ 700 milhões em subsídios de fabricação pelo Departamento de Energia representa um revés significativo para algumas startups de tecnologias limpas nos EUA. Fique por dentro de mais análises sobre a economia americana e o impacto das decisões políticas em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Tim De Chant


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