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A tensão geopolítica na fronteira leste da Europa atinge um novo patamar após a Romênia anunciar que um drone de origem russa invadiu seu espaço aéreo no sábado, 13 de setembro. Este incidente marca a segunda vez que um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) relata tal incursão em sua soberania, seguindo um evento similar ocorrido na Polônia, e reforça as preocupações com a expansão do conflito na Ucrânia para além de suas fronteiras.
De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Defesa romeno, a detecção do drone ocorreu enquanto caças F-16 do país estavam em patrulha, monitorando ataques aéreos russos contra infraestruturas ucranianas localizadas às margens do Rio Danúbio. O equipamento não tripulado foi rastreado próximo à divisa sul da Romênia com a Ucrânia, precisamente a 20 quilômetros a sudoeste da localidade de Chilia Veche. Após ser identificado, o drone desapareceu dos radares. As autoridades romenas asseguraram que o aparelho não sobrevoou áreas povoadas, eliminando um perigo iminente para a população local.
Drones russos violam Romênia: 2º país da Otan em alerta
A gravidade do episódio foi prontamente reconhecida por líderes internacionais. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez declarações contundentes, afirmando que a violação não poderia ser um mero equívoco, mas sim um indício “uma evidente expansão da guerra por parte da Rússia”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, classificou a ação russa neste domingo, 14 de setembro, como uma “flagrante violação da soberania da União Europeia e uma séria ameaça à segurança regional”. Até o momento, o governo russo não emitiu qualquer declaração oficial em resposta às acusações da Romênia ou aos pronunciamentos de líderes ocidentais.
Incidentes Aéreos: Precedente Polonês e Respostas da Otan
A incursão na Romênia ecoa um episódio anterior envolvendo a Polônia, que na quarta-feira, 10 de setembro, relatou ter interceptado e derrubado ao menos três drones russos que invadiram seu espaço aéreo. Este evento significou a primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, que um país da Otan empreendeu um ataque direto contra equipamentos militares russos dentro de suas próprias fronteiras. As tensões na Polônia foram tão elevadas que o país chegou a paralisar as operações em quatro de seus aeroportos, incluindo o Aeroporto Internacional Chopin, em Varsóvia, logo após os primeiros relatos sobre os drones.
A situação desencadeou uma série de pronunciamentos e ações. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, manifestou suas preocupações sobre os drones russos no sábado, informando através de uma publicação na plataforma X (antigo Twitter) que “operações preventivas de aviação, polonesas e aliadas, começaram em nosso espaço aéreo”. Ele acrescentou que “os sistemas de defesa aérea terrestre atingiram o máximo estado de prontidão”. Enquanto isso, o Ministério da Defesa russo havia previamente afirmado que “não havia planos” de atacar instalações em território polonês, e o governo de Belarus, aliado da Rússia, alegou que os drones que adentraram o espaço aéreo polonês o fizeram por acidente, devido a falhas em seus sistemas de navegação. A Comunidade internacional tem acompanhado de perto a resposta da Aliança, visto que a política de defesa coletiva da Otan está constantemente em avaliação frente aos novos desafios.

Imagem: bbc.com
Contexto Diplomático e Clamor por Sanções Reforçadas
Diante das incursões de drones, o presidente ucraniano, Zelensky, reforçou sua convicção de que o exército russo tem plena consciência do destino e da capacidade de seus aparelhos. Ele tem insistido veementemente junto aos países ocidentais pela imposição de sanções mais severas contra Moscou, visando pressionar o Kremlin a cessar suas agressões. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também se manifestou sobre as violações do espaço aéreo. Ele declarou-se “disposto” a apoiar sanções mais rigorosas contra a Rússia, mas condicionou sua postura à cooperação dos países da Otan em reduzir ou interromper a aquisição de petróleo russo, apontando para a complexidade das relações diplomáticas e econômicas. Estes acontecimentos intensificam as preocupações sobre a segurança regional, conforme o conflito se arrasta desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, com a Rússia continuando seus avanços em campo e intensificando os ataques desde a cúpula entre Trump e Putin no Alasca no mês anterior.
Os incidentes de drones russos no espaço aéreo de países membros da Otan, como a Romênia e a Polônia, são um indicativo alarmante da crescente tensão geopolítica e do risco de escalada do conflito na Ucrânia para a Aliança Atlântica. Manter-se informado sobre esses desdobramentos é crucial para compreender o cenário internacional em constante transformação. Para continuar acompanhando notícias e análises sobre os rumos da política externa e da defesa global, acesse a editoria de Política em horadecomecar.com.br.
Crédito, EPALegenda da foto, Um avião F-16 detectou drone russo no espaço aéreo romeno na fronteira com Ucrânia.
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