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A Earthmover, uma promissora startup de tecnologia climática, acaba de consolidar uma rodada de financiamento semente de US$ 7,2 milhões. Essa captação, que visa impulsionar o desenvolvimento de novas ferramentas sobre sua plataforma de armazenamento de dados, coincide com uma reorientação estratégica da empresa, agora focada na entrega de **dados meteorológicos** e geoespaciais com alta frequência e aplicabilidade imediata.
Inicialmente, os fundadores Ryan Abernathey e Joe Hamman identificaram a abundância de informações provenientes da observação terrestre como um recurso valioso. No entanto, rapidamente perceberam que a vasta quantidade de dados climáticos disponíveis nem sempre era suficiente para o crescimento sustentável de sua empresa. Esta percepção impulsionou um pivô crucial para um nicho de mercado onde a urgência dos dados se torna um diferencial competitivo, impactando diretamente o cotidiano das pessoas.
Earthmover capta US$ 7,2 mi e foca em dados meteorológicos
O direcionamento estratégico da Earthmover não representa um afastamento total do setor de tecnologia climática, mas sim um foco aprimorado na escala de tempo. Em vez de dados climáticos com atualizações plurianuais, a empresa volta sua atenção para informações que se modificam frequentemente e demandam soluções rápidas. Segundo Ryan Abernathey, cofundador e CEO da Earthmover, esta urgência define casos de uso robustos para a plataforma, abrangendo cenários como o tempo diário, alertas de incêndio e outras observações ambientais dinâmicas.
Abernathey detalha que as saídas de dados climáticos, embora fundamentais, são, por natureza, mais estáticas, com novas informações surgindo a cada poucos anos. Em contrapartida, os dados meteorológicos e as observações mais recentes exigem uma infraestrutura capaz de gerenciar grandes volumes de informação em constante fluxo. O produto central da Earthmover mantém sua robusta estrutura de dados, concebida para lidar com conjuntos de dados complexos e massivos, conhecidos como “raster” no domínio geoespacial, “tensor” na inteligência artificial, ou “array” na computação legada em Fortran. A partir dessa base, a startup desenvolveu uma gama de ferramentas destinadas a auxiliar os clientes na extração de análises significativas a partir de seus dados.
O êxito na identificação de mais de 10 clientes pagantes atesta o sucesso dessa reorientação estratégica. A rodada de investimento semente de US$ 7,2 milhões foi liderada pela Lowercarbon Capital, contando também com a participação da Costanoa Ventures e da Preston-Werner Ventures. Os recursos captados serão alocados no aprimoramento e na criação de novas ferramentas que expandirão as capacidades de sua plataforma de armazenamento e análise de dados.
A base tecnológica da Earthmover está solidamente construída sobre software de código aberto, incluindo projetos como Xarray, Pangeo e Icechunk, refletindo o profundo envolvimento dos fundadores Abernathey e Hamman com a comunidade open-source. A infraestrutura da empresa opera em importantes provedores de nuvem, como Google Cloud, AWS e Microsoft Azure, além de suportar implementações em servidores on-premise. Essa escolha, parcialmente motivada pela facilidade de trabalhar com **dados de observação terrestre**, que frequentemente atingem volumes de terabytes ou até petabytes, atende às necessidades de clientes que geralmente gerenciam de dezenas a centenas de terabytes de dados.

Imagem: techcrunch.com
A decisão de alavancar o ecossistema de código aberto também tem um fundamento estratégico de negócios. Abernathey explica que construir ferramentas sobre projetos open-source confere aos clientes maior segurança e tranquilidade. Ao dependerem de uma startup, grandes corporações multinacionais mitigam os riscos potenciais, pois, mesmo em cenários como um pivô de negócios ou o encerramento da startup, os clientes mantêm posse e controle sobre seus dados em seus próprios armazenamentos. Essa abordagem democratiza o acesso e a manipulação de complexos dados geoespaciais, fundamentais para diversas indústrias, como a do planejamento urbano e agricultura de precisão, tornando-os mais acessíveis.
Entre a crescente base de clientes da Earthmover estão empresas notáveis, como a startup de seguros Kettle, que emprega a plataforma para avaliar e gerenciar riscos de incêndios florestais. Outro exemplo é a RWE, uma multinacional alemã de energia, que utiliza as ferramentas da Earthmover para otimizar suas previsões de oferta e demanda no setor de energia renovável, que é intrinsecamente exposto às variações climáticas e **dados meteorológicos**. O objetivo final da Earthmover, conforme afirma Joe Hamman, é tornar os dados meteorológicos e geoespaciais acessíveis a um público mais amplo de usuários. Isso significa possibilitar que, por exemplo, uma mesa de negociação possa visualizar um mapa da previsão mais recente diretamente em um painel, sem a necessidade de executar scripts complexos em Python ou outras linguagens de programação.
Em resumo, a Earthmover exemplifica uma estratégia adaptativa no cenário da tecnologia climática, focando na urgência dos **dados meteorológicos** e geoespaciais e no uso inteligente do código aberto. Essa reorientação, aliada a um aporte de US$ 7,2 milhões, posiciona a startup para expandir suas soluções e atender a um mercado crescente. Para mais análises e notícias sobre o setor de finanças e investimentos em tecnologia, explore nossa editoria de Economia e mantenha-se informado sobre os movimentos do mercado.
Crédito da imagem: TechCrunch
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