Eileen Collins: Pioneira Comandante Espacial da NASA

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A história da aviação espacial e da exploração humana em órbita foi moldada por personalidades corajosas, e uma delas, muitas vezes esquecida pelo grande público, é Eileen Collins: Pioneira Comandante Espacial da NASA. Collins fez história ao ser a primeira mulher a assumir o comando e a pilotar uma nave espacial da Agência Espacial Norte-Americana. Sua trajetória notável, repleta de superações e feitos sem precedentes, será em breve revisitada por meio de um novo documentário que busca trazer à luz seu impacto fundamental.

Apesar de ter pavimentado o caminho para muitas outras mulheres no campo aeroespacial, a jornada de Eileen Collins não alcançou o reconhecimento popular merecido. Essa lacuna será endereçada pelo filme “Spacewoman”, atualmente sem previsão de lançamento no circuito brasileiro, que se propõe a narrar os eventos que culminaram em sua ascensão como figura central na exploração espacial, inspirando futuras gerações e corrigindo uma injustiça histórica no que tange ao seu legado.

Eileen Collins: Pioneira Comandante Espacial da NASA

Em uma conversa no renomado Museu da Ciência em Londres, Collins demonstra uma serenidade notável. Sua voz é calma, mas a determinação e concentração transparecem, revelando a firmeza por trás de uma postura acolhedora. Ela compartilhou uma memória de sua infância, que solidificou seu desejo de voar para o espaço. “Eu tinha uns nove anos e lia um artigo sobre os astronautas do programa Gemini”, relata Collins. “Pensei: ‘Essa é a coisa mais incrível do mundo. É isso que eu quero fazer’.” Naquela época, o programa Gemini, ativo entre 1961 e 1966, representava o auge da ambição espacial da NASA, mas era um universo estritamente masculino. Aos nove anos, a jovem Collins já vislumbrava seu futuro: “É claro que, naquela época, não havia mulheres astronautas. Mas pensei: vou ser uma mulher astronauta”. Seu sonho ia além: ela almejava o comando de uma nave, uma aspiração audaciosa para qualquer pessoa, e ainda mais para uma menina na década de 1960.

Para concretizar essa ambição, a rota mais direta passava pelas Forças Armadas, especificamente tornando-se piloto de testes. Eileen Collins distinguiu-se na Força Aérea dos Estados Unidos, onde sua excelência a levou a ser selecionada para o exigente programa de astronautas da NASA, garantindo um lugar entre aqueles que pilotariam os lendários ônibus espaciais, as “aeronaves espaciais” projetadas para missões em órbita terrestre. Quando sua primeira missão decolou em 1995, Collins sentia o peso da história e a atenção do mundo voltada para si. Ela sabia que cada movimento seria escrutinado.

“Como primeira mulher a pilotar o ônibus espacial, trabalhei muito porque não queria que as pessoas dissessem: ‘Olhem, a mulher errou'”, afirmou Collins, reiterando a imensa responsabilidade que sentia. Sua preocupação não era apenas com sua performance individual, mas com o impacto que sua atuação teria para as mulheres que a sucederiam. “Não era só sobre mim, era sobre as mulheres que viriam depois”, enfatizou. “E eu queria que a reputação das mulheres piloto fosse: ‘Ei, elas são realmente boas’.”

A competência de Collins era inegável, e seu desempenho a levou rapidamente a uma promoção ainda mais significativa: comandante. Foi mais um feito inédito para uma mulher, colocando-a no topo da cadeia de comando em uma das organizações mais prestigiadas do mundo. Além de sua carreira estelar, Collins era mãe de dois filhos pequenos. Nas coletivas de imprensa da época, era comum a surpresa e a menção repetitiva ao fato de ela conciliar o papel de esposa, mãe e astronauta, como se fosse algo incompatível. Contudo, Collins via esses aspectos de sua vida como as duas grandes vocações. Em suas próprias palavras, ser mãe e comandante eram “os dois melhores trabalhos do mundo”. Com humor, ela adicionava: “Vou dizer uma coisa: é mais difícil criar uma criança do que comandar ônibus espacial”, antes de complementar com uma percepção profunda: “O melhor treinamento que já tive para ser comandante foi ser mãe, porque você aprende a dizer não às pessoas”.

Os ônibus espaciais da NASA, veículos que voaram por três décadas, foram responsáveis por realizações grandiosas na história da humanidade, mas também foram palco de tragédias dolorosas. Em 1986, o ônibus espacial Challenger se desintegrou poucos segundos após o lançamento, ceifando a vida dos sete tripulantes a bordo. Anos mais tarde, em 2003, o ônibus espacial Columbia enfrentou um destino similar. Ele se desintegrou nos céus do Texas durante o retorno à atmosfera terrestre, ao término de sua missão, resultando na morte de todos os sete astronautas. A investigação posterior revelou que um pedaço de espuma isolante do tanque de combustível do Columbia havia se desprendido durante o lançamento, danificando o escudo térmico da nave, o que teve consequências catastróficas ao reentrar na atmosfera. A imagem do Columbia se desintegrando em pleno voo foi vista em choque por milhões ao redor do globo.

Collins relembra os desastres com visível tristeza, pensando nos amigos e colegas que perderam suas vidas. Como comandante designada para o voo seguinte do programa de ônibus espaciais, ela sentia o peso da responsabilidade sobre os ombros. A pergunta de um possível abandono da missão pairava no ar, mas sua resposta foi clara. “As pessoas em todo o programa de ônibus espaciais contavam com a comandante para seguir em frente”, explicou em tom contido. “Acho que desistir da missão teria sido o oposto da coragem… E eu queria ser uma líder corajosa. Queria ser uma líder confiante. Queria transmitir essa confiança às outras pessoas.”

Eileen Collins: Pioneira Comandante Espacial da NASA - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

Quando a missão STS-114, comandada por Collins, finalmente decolou em 2005, o passado sombrio parecia repetir-se: um pedaço de espuma se desprendeu novamente durante o lançamento, gerando um temor justificado. No entanto, desta vez, um plano contingencial estava em vigor para avaliar os danos, o que exigia uma das manobras mais arriscadas já executadas na história espacial. Collins teve que pilotar o ônibus espacial Discovery em uma rotação completa de 360 graus, enquanto a nave orbitava sob a Estação Espacial Internacional (ISS). Esta complexa manobra permitiu que os tripulantes na ISS fotografassem e inspecionassem a parte inferior do Discovery, crucial para determinar se o escudo térmico havia sido comprometido.

“Havia engenheiros e gerentes dizendo que não seria possível e listando todos os motivos pelos quais era perigoso demais”, relatou Collins. “Eu ouvi toda a discussão, eles sabiam que eu era a comandante, e eu disse: ‘Parece que a gente consegue fazer'”. Com serenidade e as mãos firmes nos controles, Eileen Collins executou a lenta e controlada cambalhota no espaço, mantendo uma comunicação calma com o centro de controle. Os danos foram rapidamente identificados, e uma caminhada espacial foi realizada para reparos essenciais, garantindo o retorno seguro da tripulação e do Discovery à Terra. Essa foi a última missão de Collins, sua quarta e derradeira, uma decisão previamente planejada para abrir caminho para outros astronautas que sonhavam em ir ao espaço.

Desde sua aposentadoria, Eileen Collins testemunhou a ascensão de inúmeras mulheres no espaço, seguindo os passos que ela desbravou. Quando questionada sobre conselhos para a nova geração que aspira às estrelas, sua resposta é direta e pragmática: “Façam o dever de casa, ouçam o professor, prestem atenção nas aulas e leiam livros, isso vai ajudar vocês a se concentrarem.” Aqueles que seguem sua carreira hoje no programa espacial encontram um legado de dedicação e liderança inigualáveis, marcados não apenas por ela ser mulher, mas por ser uma piloto e comandante excepcionais. Collins afirma não ter arrependimentos sobre o fim de sua carreira como astronauta. Contudo, um brilho nostálgico em seu olhar surge ao considerar um hipotético retorno ao espaço no futuro. “Sim, eu adoraria participar de uma missão algum dia. Quando eu for uma senhora idosa, talvez tenha a chance de voltar ao espaço”, pondera.

A vida de Eileen Collins é um testemunho da capacidade humana de transcender limites. Seu impacto pode ser compreendido ainda mais profundamente visitando páginas de instituições renomadas, como a própria NASA, que documentam suas contribuições históricas para o voo espacial. Para mais informações detalhadas sobre a carreira e as missões da pioneira, consulte sua biografia oficial no site da NASA.

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A história de Eileen Collins continua a inspirar, evidenciando que coragem, preparação e dedicação podem romper qualquer barreira. Seus feitos reforçam a importância de acreditar em nossos sonhos e lutar por eles, abrindo portas para as gerações futuras em todos os campos. Explore mais histórias inspiradoras de superação e conquistas na editoria de Análises e mantenha-se informado com nosso conteúdo.

Crédito: Eileen Collins, NASALegenda da foto, A astronauta Eileen Collins com a filha mais nova, Bridget


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