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Um breve, mas significativo encontro entre Lula e Trump na ONU ocorreu nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, onde o presidente americano, Donald Trump, referiu-se ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, como “um bom homem” e indicou a possibilidade de uma reunião formal na semana seguinte. Este contato marca a primeira interação entre os dois líderes desde seus respectivos retornos ao poder, Lula em 2023 e Trump em 2025, adicionando um novo capítulo à diplomacia internacional e às relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
De acordo com as declarações de Trump durante seu discurso, o encontro inicial foi fugaz. Ele descreveu um aperto de mãos e um abraço, ressaltando o pouco tempo para diálogo: “Nós o vimos, eu o vi. Ele me viu e nos abraçamos. E então eu disse: ‘Você acredita que vou falar em apenas dois minutos?’ Na verdade, combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns vinte segundos e pouco, pensando bem”, detalhou o presidente americano sobre o instante inicial da interação.
Encontro Lula e Trump na ONU: elogios mútuos e tarifa
Prosseguindo com sua narrativa sobre o momento, Donald Trump reforçou a boa impressão que teve do líder brasileiro. “Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem, se isso for do interesse dele. Mas ele parece um homem muito legal. Na verdade, ele… Ele gostou de mim, eu gostei dele, mas… E eu só faço negócios com pessoas de quem gosto, eu não faço [negócios] quando não gosto da pessoa. Quando não gosto, eu não gosto.” Essa avaliação favorável sublinha uma aparente química entre os dois presidentes, que, segundo Trump, foi “excelente”, apesar da duração do encontro ter sido de aproximadamente “30 segundos”. A retórica de Trump destaca sua preferência por relações interpessoais para a condução de negócios diplomáticos.
A menção a Lula pelo presidente dos EUA ocorreu no contexto de um trecho do seu discurso onde ele abordava a questão das tarifas. Trump criticou abertamente as políticas brasileiras, indicando que o Brasil enfrentaria tarifas significativas em retaliação ao que ele descreveu como “esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades de cidadãos americanos e de outros países, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”. Esta declaração associa a questão comercial a tensões políticas e jurídicas percebidas pela administração americana.
As tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros, no valor de 50%, entraram em vigor em 6 de agosto de 2025, representando um ponto de atrito considerável na agenda bilateral. Antes mesmo de embarcar para a Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula já havia manifestado seu posicionamento a respeito dessas sanções comerciais. Em entrevista à BBC News Brasil, o líder brasileiro afirmou estar “pronto para conversar” caso o governo americano demonstrasse abertura ao diálogo sobre as questões tarifárias. Esta postura reforçava a busca por uma solução negociada, característica da diplomacia brasileira.
Na ocasião, Lula expressou claramente sua disposição para o diálogo, independentemente de inclinações políticas ou históricas. “Eu não tenho problema pessoal com o presidente Donald Trump”, declarou Lula, afirmando que, se porventura o cruzasse pelos corredores das Nações Unidas, o cumprimentaria. “Porque eu sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo.” Este comportamento é consistente com a política externa brasileira de buscar a paz e a cooperação internacional, priorizando a diplomacia.

Imagem: bbc.com
Questionado sobre as tarifas, Lula reiterou sua convicção de que o diálogo é o melhor caminho para resolver impasses. “Se é do ponto de vista comercial, tem negociação, se é do ponto de vista econômico, tem negociação, tanto do ponto de vista de tributação, tem negociação. O que não tem negociação é a questão da soberania nacional”, pontuou o presidente. Sua fala estabeleceu uma linha clara entre a abertura para negociações comerciais e econômicas e a irredutibilidade quanto à soberania do país, demarcando os limites para qualquer eventual acordo.
O discurso de Lula na ONU, que precedeu a fala de Trump, já havia abordado de forma velada a questão das intervenções e sanções. Sem fazer menções diretas a Trump ou aos Estados Unidos, o presidente brasileiro criticou as “sanções arbitrárias e intervenções unilaterais”, declarando que tais ações “estão se tornando a regra”. Ele também enfatizou que “atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra”, uma forte crítica à tendência de algumas nações de aplicar medidas punitivas de forma autônoma no cenário global, sugerindo um apelo por maior multilateralismo e respeito às normas internacionais.
Este cenário de elogios por parte de Trump, somado às críticas sobre as tarifas, ilustra a complexidade das relações diplomáticas e comerciais. Enquanto o encontro presencial gerou uma percepção de afinidade pessoal, as diferenças políticas e econômicas, especialmente as referentes às barreiras comerciais, continuam a ser pautas cruciais que ambos os presidentes precisarão abordar em uma eventual reunião formal, buscando harmonizar a “excelente química” com os desafios pragmáticos da política externa e comercial. As declarações de ambos os presidentes na Assembleia Geral das Nações Unidas ecoam o que há de mais recente na pauta internacional, indicando que as Nações Unidas, conforme seus propósitos e princípios, continua a ser um fórum crucial para essas interações e manifestações de postura global. Saiba mais sobre os propósitos e princípios da organização acessando o site oficial da Organização das Nações Unidas. Organização das Nações Unidas.
O encontro rápido e os comentários subsequentes dos presidentes Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU acendem as atenções para os desdobramentos futuros das relações entre Brasil e EUA. Embora haja uma aparente abertura pessoal, as tensões em torno de tarifas e soberania permanecem no horizonte. Continue acompanhando as análises e notícias sobre a política internacional em nossa editoria. Acesse mais notícias de Política aqui.
Crédito da Imagem: Reuters
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