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O prestigiado prêmio Fotógrafo da Vida Selvagem de 2023 consagrou a impressionante imagem de uma hiena-marrom, clicada em meio aos escombros de uma antiga mina de diamantes. O autor do registro, Wim van den Heever, da África do Sul, dedicou uma década à busca por esse momento único, capturando a essência da “Visitante da Cidade-Fantasma” e assegurando o reconhecimento na categoria de Vida Selvagem Urbana do concorrido concurso.
A captura do momento ocorreu em um cenário enevoado vindo do Oceano Atlântico. Van den Heever relata ter instalado sua câmera estrategicamente, após identificar rastros recentes de hienas. “Levei 10 anos para finalmente conseguir esta imagem única de uma hiena-marrom, no quadro mais perfeito que se poderia imaginar”, narra o fotógrafo, sublinhando a dedicação por trás da fotografia vencedora.
Fotógrafo da Vida Selvagem: Hiena Marrom Vence Prêmio Mundial
Este registro notável, que rendeu a Van den Heever o cobiçado prêmio de Fotógrafo da Vida Selvagem, destaca a importância da paciência e da dedicação no estudo e documentação da natureza. A hiena-marrom, a espécie mais rara entre as hienas, possui hábitos predominantemente noturnos e uma existência solitária. Elas são conhecidas por passar pela cidade de Kolmanskop, na Namíbia, em suas jornadas em direção à Cidade do Cabo, na África do Sul, onde se alimentam de filhotes de lobo-marinho ou de carniça arrastada pela costa ao longo do deserto do Namibe, entre Angola e África do Sul.
Exposição Internacional Celebrada em Londres
Wim van den Heever recebeu o prêmio durante uma cerimônia no renomado Museu de História Natural de Londres. As fotografias agraciadas, incluindo o seu notável trabalho, serão expostas ao público de 17 de outubro, uma sexta-feira, até 12 de julho de 2026. A mostra é uma celebração visual da diversidade natural e dos talentos que a capturam, convidando os visitantes a uma reflexão sobre a vida selvagem global. As imagens vencedoras do Fotógrafo da Vida Selvagem não apenas celebram a beleza da natureza, mas também servem como um alerta para as urgentes questões de conservação. Para saber mais sobre a exposição e as obras que estarão em exibição, o público pode consultar o site do Museu de História Natural de Londres.
Jovem Fotógrafo da Vida Selvagem: O Impacto da Destruição
Entre os premiados, Andrea Dominizi, da Itália, conquistou o título de Jovem Fotógrafo da Vida Selvagem do Ano na categoria de 15 a 17 anos com sua foto “Após a Destruição”. Registrada nas montanhas Lepini, Lácio, Itália, que foram fontes de extração de madeira, a imagem de um besouro repousando em um tronco cortado, ao lado de uma máquina abandonada, simboliza a perda de habitat.
Utilizando uma lente grande angular e flash externo, Dominizi realçou a pequena criatura em contraste com os resquícios da intervenção humana. Para ele, a foto “mostra a história e as dificuldades enfrentadas por muitas espécies de animais: a perda de habitat. Neste caso, é um besouro que perdeu a árvore e a madeira de que eles precisam para colocar ovos.” O fotógrafo, que descreve a conquista como “a maior da minha vida (até agora)”, expressa a esperança de que sua imagem “possa inspirar pensamentos diferentes nas pessoas que a observarem” e promover a consciência sobre os efeitos da destruição do habitat. Ele agradeceu ainda à organização Wild Ita por apoiar sua paixão.
Diversidade Reconhecida: Outras Categorias e Suas Histórias
Além dos vencedores gerais, o concurso reconheceu talentos em diversas outras categorias, cada uma contando uma história única sobre o mundo natural. Cada registro, resultado de observação minuciosa e paciência, ilustra diferentes facetas da vida animal e da urgência da conservação ambiental.
Animais no Seu Ambiente: Persistência Aquática
Shane Gross, do Canadá, premiado na categoria “Animais no Seu Ambiente”, capturou “Como uma Enguia Fora d’Água” nas ilhas Amirante, Seicheles. Após semanas de espera, Gross conseguiu registrar moreias em busca de carniça durante a maré baixa. A foto evidencia a adaptabilidade desses peixes, capazes de permanecer fora da água por mais de 30 segundos para caçar na zona entremarés.
Pequenos Grandes Registros: O Covil da Tecelã
Na categoria “Até 10 anos”, Jamie Smart, do Reino Unido, apresentou “O Covil da Tecelã”. Em uma manhã fria de setembro no País de Gales, Smart flagrou uma aranha-tecelã aconchegada em seu esconderijo de seda. O ajuste paciente do foco revelou a minúscula aranha, oferecendo uma nova perspectiva sobre criaturas frequentemente temidas, mostrando-as em um momento de repouso e sem ameaça.
A Fragilidade dos Pântanos: Gás e Biodiversidade
O alemão Sebastian Frölich venceu na categoria “Pântanos” com “Lago Desaparecendo”. No frágil pântano de Platzertal, Áustria, que já perdeu 90% de suas turfas, Frölich fotografou uma pulga-de-jardim em meio a bolhas de gás verde neon. A imagem serve para ilustrar o papel vital dos pântanos como sifões de carbono e habitat para diversas formas de vida.
Paisagens e Reconstrução: A Cabra Alpina
Na faixa etária de 11 a 14 anos, o francês Lubin Godin levou o prêmio com “Madrugada Alpina”. Durante uma escalada matinal no Passo da Colombière, Alta Savoia, França, ele encontrou uma cabra alpina repousando sobre um mar de nuvens. A imagem simboliza a recuperação das populações de cabras, outrora ameaçadas de extinção, agora enfrentando novos desafios climáticos que impactam suas fontes de alimento.
Mistérios Subaquáticos: Bolsa de Sobrevivência
O fotógrafo norte-americano Ralph Pace garantiu a vitória na categoria “Subaquática” com “Bolsa de Sobrevivência”. Em meio a fortes correntes na baía de Monterey, Califórnia, ele fotografou a ooteca de uma fêmea de tubarão-balão-do-pacífico, que, iluminada, revelou um embrião completo. A imagem destaca a vulnerabilidade desses tubarões à perda das florestas de algas marinhas, essenciais para a deposição de ovos e que já diminuíram mais de 95% na baía.
Retratos da Selva Noturna: O Caçador das Sombras
Philipp Egger, da Itália, venceu na categoria “Retratos Animais” com “O Caçador das Sombras”. Ele dedicou quatro anos observando o ninho de um mocho-real, uma das maiores corujas do mundo, em Naturno, Tirol do Sul, Itália. A imagem captura a natureza noturna e misteriosa desses caçadores, que nidificam em rochedos e costumam retornar ao mesmo local anualmente.
Comportamento Aéreo: Pesca Sincronizada
Na China, Qingrong Yang capturou “Pesca Sincronizada”, ganhando na categoria “Comportamento: Aves”. No lago Yundang, Fujian, sudeste da China, ele documentou um peixe-torpedo capturando sua presa bem abaixo do bico de uma pequena garça. Yang frequentemente visita o lago para registrar esses momentos frenéticos de alimentação, testemunhando a recuperação de um lago outrora poluído.
Imagem: bbc.com
Dinâmica Selvagem: Felino Entre os Flamingos
O norte-americano Dennis Stogsdill obteve o prêmio na categoria “Comportamento: Mamíferos” com “Felino Entre os Flamingos”. Após dias buscando felinos no lago Ndutu, Parque Nacional do Serengeti, Tanzânia, ele registrou um lince-do-deserto saltando sobre flamingos. Embora linces sejam conhecidos por saltos acrobáticos para caçar pássaros, o flagrante de um lince caçando flamingos é considerado raro e pouco documentado.
Jornalismo de Impacto: Como Salvar uma Espécie
Na categoria “Fotojornalismo”, o espanhol Jon A. Juárez venceu com “Como Salvar uma Espécie”. Juárez acompanhou por anos o projeto BioRescue, dedicado a salvar o rinoceronte-branco-do-norte, e presenciou a primeira transferência bem-sucedida de um embrião, apesar da perda do feto por infecção. O feito comprova que a fertilização in vitro pode funcionar e oferecer uma esperança para salvar essa espécie criticamente em perigo de extinção.
Ritual Anfíbio: Sapos se Divertindo
O francês Quentin Martinez registrou “Sapos se Divertindo”, vencedor na categoria “Comportamento: Anfíbios e Répteis”. Sob forte chuva na montanha Kaw, Guiana Francesa, Martinez seguiu um caminho alagado para fotografar pererecas em seu ritual de procriação. Usando uma lente grande angular e flash difuso, ele capturou o brilho metálico desses anfíbios, que se reúnem por poucas horas para o acasalamento, impulsionados pela intensidade da chuva.
Percepções Contrastantes: Fim do Rodeio das Cascaveis
Javier Aznar González de Rueda, da Espanha, ganhou o “Prêmio de Reportagem Fotojornalística” com “Fim do Rodeio: Poço Fervilhante”. Cruzando os Estados Unidos, o fotógrafo explorou as complexas visões da sociedade sobre as cascavéis. A imagem convoca à conservação desses animais, outrora alvo de “rodeios” de caçadores, mas que agora enfrentam ameaças como a hostilidade humana e a perda de habitat.
Engenharia Invertebrada: O Chapeleiro Louco
Georgina Steytler, da Austrália, foi premiada na categoria “Comportamento: Invertebrados” com “Chapeleiro Louco”. Após anos de busca no Parque Nacional Torndirrup, Austrália Ocidental, Steytler finalmente encontrou folhas de eucaliptos esqueletizadas, um indicativo da lagarta esqueletizadora-de-folhas-de-goma. Retroiluminada pelo pôr do sol, a foto revela uma torre de cápsulas de cabeça descartadas pela lagarta, um mecanismo engenhoso para confundir predadores.
Ecossistemas Oceânicos: O Banquete Aéreo
Na Noruega, Audun Rickardsen capturou “O Banquete”, vencedora da categoria “Oceanos”. Durante uma noite polar no fiorde Kvænang, ele fotografou gaivotas reunidas em torno de um barco de pesca, tentando pegar peixes das redes. Rickardsen pretende destacar o conflito entre as aves marinhas e a indústria pesqueira, onde muitas aves se afogam anualmente, ressaltando a busca por soluções para mitigar este impacto.
A Sedução Botânica: Plantas e Luz Ultravioleta
Chien Lee, da Malásia, ganhou na categoria “Plantas e Fungos” com “Sedução Mortal”. Para capturar esta imagem de uma planta-jarro carnívora em Kuching, Sarawak, Bornéu, Lee utilizou longa exposição e uma lanterna de UV, aproveitando uma breve janela de escurecimento após o pôr do sol. A foto demonstra como algumas plantas carnívoras usam a luz ultravioleta, cores, aroma e néctar para atrair suas presas, uma característica invisível ao olho humano.
Novo Talento na Vida Selvagem: Conheça os Vizinhos
O “Prêmio Estrela em Ascensão” foi concedido a Luca Lorenz, da Alemanha, por “Momentos de Observação: Conheça os Vizinhos”. Desde criança observador da vida selvagem, Lorenz fotografou cisnes em um lago urbano quando um ratão-do-banhado, espécie introduzida na Europa para o comércio de peles, invadiu o cenário. Aos 13 anos, ele adquiriu sua primeira câmera e espera que seu trabalho inspire outros a proteger a natureza.
A Arte do Enquadramento: Presa no Semáforo
Na Alemanha, Simone Baumeister levou o prêmio de “Talento Artístico Natural” com “Presa no Semáforo”. Em Ibbenburen, Renânia do Norte-Vestfália, ela fotografou a silhueta de uma aranha-tecelã contra as luzes de um semáforo. Revertendo um elemento de vidro de uma lente analógica, Baumeister criou um efeito caleidoscópico que emoldurou a aranha, ilustrando como esses aracnídeos utilizam a luz artificial das cidades para atrair insetos noturnos.
Perspectivas Polares: Motivos de Gelo
Alexey Kharitonov, um fotógrafo de paisagens autodidata de Israel/Rússia, conquistou o “Prêmio Portfólio” com “Visões do Norte: Motivos de Gelo”. Usando um drone, Kharitonov documenta a transição rápida do verão para o inverno na Rússia, Sibéria e Ásia. Nesta imagem, um lago recém-congelado no pântano de Svetlyachkovskoye exibe círculos escuros salpicados de neve e veias em forma de rachaduras, revelando a beleza efêmera desses ambientes polares.
Consequências Humanas: O Órfão da Estrada
O brasileiro Fernando Faciole foi premiado na categoria “Prêmio Impacto” com “Órfão da Estrada”. Em um centro de reabilitação em Belo Horizonte (MG), Faciole fotografou um filhote órfão de tamanduá-gigante seguindo seu cuidador. A imagem busca ilustrar as graves consequências dos acidentes nas estradas, uma ameaça constante para a espécie, enquanto conservacionistas trabalham em estratégias para reduzir a mortalidade desses animais em todo o Brasil.
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O prêmio Fotógrafo da Vida Selvagem de 2023, com seu elenco de imagens espetaculares e histórias cativantes, oferece uma visão profunda e inspiradora da beleza e dos desafios do nosso planeta. Ao celebrar esses momentos capturados, o concurso reforça a necessidade urgente de preservar a vida selvagem e seus ambientes. Continue explorando as notícias sobre meio ambiente e outros temas importantes em nossa editoria para se manter informado.
Crédito, Wim van den Heever
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