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A polêmica em torno das demissões por postagens sobre a morte de Charlie Kirk tem escalado, com diversas figuras públicas pedindo responsabilização por comentários considerados inapropriados. J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, afirmou que aqueles que celebram o assassinato do influenciador conservador devem ser devidamente identificados e que seus empregadores sejam alertados.
A manifestação do vice-presidente ocorreu durante um episódio do programa “Charlie Kirk Show”, podcast que era apresentado pelo ativista antes de seu falecimento. Vance enfatizou a importância da civilidade e rejeitou a violência política, instando a comunidade a não defender a celebração de mortes no cenário político.
Funcionários Demitidos por Posts Sobre Morte de Kirk
Dentre os impactados pelas repercussões de suas publicações online estão pilotos, profissionais da área da saúde, professores e até um funcionário do Serviço Secreto. Muitos foram afastados ou demitidos devido ao teor de suas postagens sobre a morte de Kirk. Enquanto defensores da liberdade de expressão argumentam contra tais ações, empresas americanas detêm ampla autonomia para rescindir contratos de trabalho.
A repercussão em torno dos comentários de J.D. Vance foi ao ar em 15 de setembro, durante o “Charlie Kirk Show”. Kirk, que apresentava o podcast diariamente, foi tragicamente baleado no pescoço na quarta-feira anterior, enquanto participava de um debate na Universidade de Utah Valley. O vice-presidente salientou a maior propensão de americanos de esquerda em defender e celebrar a violência política, reiterando que “não há civilidade na celebração de assassinatos políticos”. Uma pesquisa recente conduzida pela YouGov corrobora esta perspectiva, indicando que indivíduos de orientação liberal são mais inclinados a manifestar satisfação com o falecimento de oponentes políticos.
Legisladores republicanos nos Estados Unidos também amplificam os apelos por punição a quem publicamente comemorou a morte de Charlie Kirk. O congressista da Flórida, Randy Fine, usou a plataforma X para exigir “demissão, corte de verbas e cassação de licenças” para essas pessoas, defendendo sua exclusão da “sociedade civil”. De maneira similar, Nancy Mace, congressista da Carolina do Sul, conclamou o Departamento de Educação a “cortar todo o dinheiro para qualquer escola ou universidade” que se recusar a retaliar funcionários envolvidos em postagens insensíveis relacionadas a Kirk.
Charlie Kirk, conhecido por suas convicções cristãs devotas, era um importante influenciador de direita e entusiasta do então presidente Donald Trump e de J.D. Vance. Suas posições sobre gênero, raça e aborto frequentemente geravam forte descontentamento, especialmente em ambientes acadêmicos. Como resultado, vários indivíduos que expressaram alegria ou comentários ofensivos nas redes sociais sobre sua morte foram punidos por seus empregadores.
Entre os casos notórios está o de Anthony Pough, um funcionário do Serviço Secreto dos EUA. Pough teve sua autorização de segurança revogada após uma publicação no Facebook em que ele alegava que Kirk “espalhou ódio e racismo em seu programa” e que “no fim das contas, você responde a DEUS e acaba manifestando o que diz”. Sean Curran, diretor do Serviço Secreto, em memorando interno, alertou que os ataques de motivação política estão em ascensão e que os membros da equipe de segurança devem ser “a solução, não agravar o problema”.
Empresas privadas também estão sob intensa avaliação. A Office Depot, uma rede de lojas de materiais de escritório, por exemplo, confirmou à BBC a demissão de funcionários de uma unidade em Michigan. As dispensas ocorreram após a circulação viral de um vídeo mostrando os empregados recusando-se a imprimir cartazes para uma vigília religiosa, sendo o comportamento classificado como “completamente inaceitável e insensível” e uma violação das políticas internas da empresa.

Imagem: bbc.com
Professores e jornalistas igualmente enfrentam punições, alimentando o debate sobre a chamada cultura do cancelamento. Karen Attiah, colunista de longa data do Washington Post, revelou em sua página no Substack que foi demitida do jornal após uma série de publicações no Bluesky a respeito da morte de Kirk. No estado da Carolina do Sul, a Universidade Clemson comunicou em 15 de setembro o desligamento de um funcionário e o afastamento de dois professores por postagens “inadequadas” nas mídias sociais sobre o assassinato de Kirk.
As repercussões transnacionais alcançaram inclusive o Canadá, onde a professora Ruth Marshall, da Universidade de Toronto, foi suspensa depois de uma postagem aparentemente sugerindo que “tiros são bons demais para muitos de vocês, fascistas”. Tais eventos reavivam discussões sobre a proteção da liberdade de expressão. Segundo o professor de Direito da Universidade do Texas em Austin, Steven Collis, a maioria dos contratos de trabalho nos EUA permite que empregadores privados dispensem funcionários por praticamente qualquer motivo, uma vez que a liberdade de expressão garantida pela Constituição se aplica a restrições governamentais, não a ações de empregadores privados. Para entender melhor os limites da liberdade de expressão em diferentes contextos, confira as orientações da União Americana pelas Liberdades Civis em seu portal sobre liberdade de expressão.
Contudo, Risa Lieberwitz, diretora do Worker Institute da Universidade Cornell, alerta que figuras públicas ao exigir responsabilização por posts sobre Kirk podem estar infringindo os direitos de liberdade de expressão. Ela considerou a onda de demissões como uma manifestação da retórica política acalorada nos EUA, refletindo “o tipo de medo que existe agora nos Estados Unidos de retaliações do governo Trump por não aderir à sua agenda política”. A Associação Americana de Professores Universitários criticou as demissões, defendendo que a liberdade acadêmica deve ser salvaguardada e “não restringida sob pressão política”.
Em suma, a morte de Charlie Kirk deflagrou um intenso debate sobre os limites da liberdade de expressão no ambiente de trabalho e o papel das redes sociais. Fique por dentro dos desdobramentos dessa complexa questão e de outras notícias relevantes acessando nossa editoria de Política.
Crédito: Getty Images
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