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A complexa situação dos reféns do Hamas em Gaza ganhou um novo capítulo com a libertação de 20 indivíduos vivos que estavam sob custódia do grupo. O anúncio, feito pelo exército israelense nesta segunda-feira (13/10), encerra um período de mais de dois anos de cativeiro para essas pessoas. Antes desta movimentação, estimava-se que até 48 indivíduos – incluindo 20 vivos e 28 já falecidos – ainda estariam retidos na Faixa de Gaza. A vasta maioria desses cativos (250 de 251) foi sequestrada durante o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, um evento que resultou na morte de cerca de 1,2 mil pessoas. A resposta militar israelense em Gaza, desde então, já ceifou mais de 67 mil vidas, conforme dados do Ministério da Saúde do território palestino.
Em uma negociação crucial, a liberação dos reféns pelo Hamas ocorreu em troca de Israel iniciar a soltura de 250 prisioneiros palestinos, além de mais de 1,7 mil detidos. Entretanto, um aspecto pendente é a devolução dos corpos dos reféns que morreram em cativeiro, algo que será tratado em uma etapa posterior. As histórias dos reféns trazem à tona o drama humano do conflito, revelando não apenas a incerteza e o sofrimento durante o sequestro, mas também o impacto duradouro nas famílias e nas comunidades que buscam informações sobre seus entes queridos.
Hamas: Lista detalhada dos reféns libertados e seu destino
Os reféns libertados e as informações sobre o seu destino revelam os horrores vividos por aqueles apanhados no epicentro de um conflito sem precedentes. Detalhes de sobreviventes, condições de cativeiro e, tragicamente, o anúncio da morte de alguns deles, marcam as páginas deste capítulo da história recente entre Israel e o Hamas. Cada nome na lista carrega uma narrativa única de terror, resiliência ou um fim precoce, desenhando um panorama de dor e resistência que ecoa por todo o cenário internacional.
Os Reféns Vivos Libertados, Segundo o Exército Israelense
Entre os indivíduos cujas vidas foram dramaticamente impactadas, destaca-se a família Cunio. Ariel Cunio, de 28 anos, foi capturado durante o ataque ao kibutz Nir Oz em 7 de outubro de 2023. Seu irmão, Eitan, conseguiu escapar dos agressores do Hamas, mas a última mensagem enviada por Ariel para a família era um desesperador “Estamos em um filme de terror”. Sua parceira, Arbel Yehud, foi libertada em janeiro de 2025, no contexto de um acordo que também permitiu a entrega de oito corpos pelo Hamas durante um cessar-fogo de dois meses. O irmão mais velho de Ariel, David Cunio, de 35 anos, também foi sequestrado em Nir Oz. Sua esposa, Sharon Aloni Cunio, e as filhas gêmeas do casal, Ema e Yuly, então com três anos de idade, estavam entre os 105 reféns liberados durante um cessar-fogo de uma semana em novembro de 2023. Informações mais recentes, divulgadas em fevereiro de 2025 pela família de David, apontaram que reféns libertados haviam confirmado que o haviam visto vivo recentemente.
Os irmãos gêmeos Gali e Ziv Berman, de 28 anos, foram levados do kibutz Kfar Aza juntamente com a vizinha Emily Damari. Ziv permaneceu com Emily por 40 dias antes de serem separados, e Emily foi libertada em janeiro de 2025, no último cessar-fogo. A família de Gali e Ziv recebeu relatos de outros reféns soltos no início de 2025 de que ambos os irmãos ainda estavam vivos.
A trajetória de soldados israelenses também ilustra a violência do ataque. Matan Angrest, membro das Forças de Defesa de Israel (FDI) de 22 anos, estava em um tanque atacado próximo à cerca de segurança de Gaza em 7 de outubro. Um vídeo documentou a multidão o retirando do veículo, inconsciente e ferido. Reféns libertados relataram no início deste ano que Matan, que sofre de asma crônica, tinha queimaduras não tratadas e infecções diversas. Outro caso é o de Matan Zangauker, de 25 anos, sequestrado em Nir Oz junto com a parceira Ilana Gritzewsky, que foi libertada em novembro de 2023. Em dezembro de 2024, o Hamas divulgou um vídeo mostrando Matan em cativeiro, no qual ele descrevia sofrer de doenças de pele e de falta de acesso a comida, água e medicamentos essenciais.
Eitan Horn, um cidadão com dupla nacionalidade israelense e argentina de 38 anos, foi sequestrado em Nir Oz com o irmão Yair, que foi libertado em fevereiro de 2025. Na ocasião, o Hamas divulgou um vídeo em que Eitan e Yair apareciam se abraçando e chorando antes da libertação de Yair. Nimrod Cohen, um soldado das FDI de 21 anos, cujo tanque foi atacado em Nahal Oz, foi dado como vivo em fevereiro de 2025 por um dos reféns liberados, mas em “condições físicas e mentais precárias”. Após o acordo de um novo cessar-fogo, a mãe de Nimrod, Viki, expressou publicamente a esperança do seu retorno para casa.
Omri Mira, de 48 anos, foi sequestrado em sua residência em Nahal Oz. Sua esposa Lishay o viu pela última vez sendo levado no próprio carro. Ela e as duas filhas pequenas do casal, Roni e Alma, não foram levadas. Em abril de 2025, o Hamas divulgou um vídeo mostrando Omri comemorando seu 48º aniversário. Em resposta, Lishay reiterou sua convicção: “Eu sempre disse e sempre soube: Omri é um sobrevivente.”
O festival de música Nova, brutalmente interrompido em 7 de outubro, foi palco de inúmeros sequestros. Guy Gilboa-Dalal, de 24 anos, estava no evento com seu irmão Gal, que conseguiu escapar dos agressores. No mês passado, um vídeo do Hamas exibiu Guy e Alon Ohel, de 24 anos, com cidadania israelense, alemã e sérvia, sendo transportados de carro por Gaza. Posteriormente, a família de Alon autorizou a divulgação de um novo vídeo que, segundo eles, revelava a perda da visão de um dos olhos de Alon.
Yosef-Chaim Ohana, de 25 anos, que participava do festival, permaneceu para auxiliar outras pessoas a escapar dos tiros. Em maio de 2025, o Hamas divulgou um vídeo de Yosef e outro refém, Elkana Bohbot, de 36 anos, que trabalhava no festival e aparecia deitado no chão, conectado a um soro intravenoso. A esposa de Elkana, Rikva, relatou que em março de 2025 ele tinha asma e desenvolveu uma grave doença de pele devido às “condições desumanas” em que estava sendo mantido.
Avinatan Or, de 32 anos, foi sequestrado no festival com a namorada Noa Argamani, mas os dois foram separados de imediato. Noa foi resgatada em junho de 2024 durante uma operação militar israelense. A família de Avinatan informou em março de 2025 ter recebido um sinal de que ele ainda estava vivo. A mãe dele, Ditza, expressou o desejo de “encostar o ouvido em seu peito e ouvir novamente o som do seu coração”. Eitan Mor, de 25 anos, trabalhava como segurança no festival e, segundo o pai, salvou dezenas de pessoas antes de ser sequestrado. Sua família também recebeu um sinal de vida em fevereiro de 2025, e três meses depois, um refém libertado relatou que Eitan atuava como “porta-voz junto aos sequestradores”, mantendo o ânimo de todos.
Maxim Herkin, de 37 anos, com dupla cidadania israelense e russa, foi convidado ao festival de última hora, onde dois de seus amigos foram mortos. Em abril de 2025, Maxim apareceu em um vídeo do Hamas com Bar Kupershtein, de 23 anos, o que marcou os primeiros sinais de vida de ambos desde o sequestro. No mês seguinte, Maxim foi visto sozinho em outro vídeo, aparentemente com curativos, que o Hamas atribuiu a um bombardeio israelense. Segev Kalfon, de 27 anos, sequestrado enquanto fugia do festival, foi reportado pelo refém libertado Ohad Ben Ami (em fevereiro de 2025) estar em um túnel em “condições terríveis”.
A situação de Evyatar David, de 24 anos, sequestrado no festival, foi alvo de profunda preocupação. Em agosto de 2025, o Hamas divulgou um vídeo que o mostrava “emagrecido e fraco em um túnel”, gerando grande indignação. Seu irmão Ilay o descreveu como “um esqueleto humano”, sofrendo de privação de comida. Rom Braslabski, de 21 anos, segurança do festival, que foi atingido por tiros ao tentar resgatar uma pessoa, foi exibido em um vídeo da Jihad Islâmica Palestina em agosto de 2025, chorando e afirmando que estava sem comida e água, incapaz de ficar em pé ou andar, e “à beira da morte”. Especialistas médicos que avaliaram as imagens concluíram que ele sofria de “fome deliberada, prolongada e sistemática”.
Reféns com Condição de Cativeiro Desconhecida
O destino de outros reféns permanece envolto em mistério e angústia. Tamir Nimrodi, um oficial de educação das FDI de 20 anos, foi visto pela última vez em um vídeo de seu sequestro em 7 de outubro, e desde então nenhum sinal de vida foi recebido, deixando seu paradeiro e condição desconhecidos. Da mesma forma, Bipin Joshi, um estudante de agricultura nepalês de 24 anos, sequestrado no kibutz Alumim, foi visto em imagens dentro do hospital al-Shifa. Apesar de o exército israelense ter compartilhado um vídeo seu em cativeiro por volta de novembro de 2023, o embaixador do Nepal em Israel informou à BBC que as autoridades israelenses não tinham indicações de que Joshi tivesse sobrevivido. É um drama onde as famílias não sabem o paradeiro e o estado dos seus entes queridos, representando um dos aspectos mais cruéis e desumanos da guerra. Acompanhar a situação humanitária na Faixa de Gaza é fundamental para compreender a gravidade do cenário atual e as implicações desses sequestros.

Imagem: bbc.com
Mortes Confirmadas de Reféns Mantidos pelo Hamas
A lista de reféns que tiveram suas mortes confirmadas é um registro pungente das perdas. Tamir Adar, de 38 anos, membro da equipe de segurança comunitária de Nir Oz, foi morto combatendo homens armados do Hamas em 7 de outubro de 2023, e seu corpo está retido em Gaza. Casos como o de Sonthaya Akrasri, de 30, trabalhador agrícola tailandês em Be’eri, e Muhammad al-Atarash, de 39, sargento-mor das FDI em Nahal Oz, também foram confirmados mortos em 7 de outubro, com seus corpos mantidos pelo grupo palestino.
Sahar Baruch, de 24 anos, de Be’eri, foi morto em janeiro de 2024 durante uma tentativa de resgate por forças israelenses em Gaza, com as circunstâncias precisas de sua morte ainda sem esclarecimentos. Uriel Baruch, de 35 anos, e Inbar Hayman, de 27, ambos capturados no festival Nova, também tiveram suas mortes confirmadas em cativeiro, com suas famílias sendo notificadas pelas FDI ou indicando diretamente o Hamas como responsável.
Outros militares das FDI também estão nesta triste lista de fatalidades: Itay Chen, de 19 anos (israelense-americano), Oz Daniel, de 19, e Daniel Peretz, de 22 (natural da África do Sul), todos mortos em combate em 7 de outubro, com seus corpos subsequentemente levados para Gaza.
Idosos, como Amiram Cooper, de 85 anos, Ronen Engel, de 54, e Eliyahu Margalit, de 75, de Nir Oz, foram confirmados mortos em cativeiro. Cooper, em particular, foi encontrado morto meses antes em Khan Younis, no sul de Gaza, com o Hamas atribuindo a morte a ataques das FDI, enquanto as forças israelenses afirmaram que estavam operando na região na época, mas não confirmaram a causa específica. O corpo de Ronen Engel foi confirmado morto em cativeiro em dezembro de 2023.
Meny Godard, de 73 anos, e sua esposa Ayelet foram mortos durante o ataque a Be’eri, e o corpo dele levado. Em março de 2025, as FDI declararam que alguns restos de Meny foram encontrados em um posto da Jihad Islâmica Palestina em Rafah, mas o restante do corpo ainda estaria detido pelo grupo.
Entre os mortos defendendo suas comunidades e sendo levados como reféns estão Ran Gvili, de 24 anos, sargento da Polícia de Israel em Alumim; Tal Haimi, de 41, da equipe de resposta rápida de Nir Yitzhak; Asaf Hamami, de 41, coronel das FDI e comandante da Brigada Sul da Divisão de Gaza em Nirim; e Lior Rudaeff, de 61, que tentava defender o kibutz Nir Yitzhak. Seus corpos permanecem retidos pelo Hamas, somando à dor e à exigência de retorno por parte de suas famílias.
Guy Illouz, de 26 anos, baleado no festival Nova, morreu devido aos ferimentos sofridos depois de ser feito refém, uma informação confirmada por outros reféns libertados. Eitan Levi, de 53 anos, taxista, foi morto por homens armados do Hamas em uma estrada próxima à cerca de segurança de Gaza, e seu corpo foi filmado sendo espancado por palestinos. O estudante tanzaniano Joshua Mollel, de 21, sequestrado em Nahal Oz, e Omer Neutra, de 21, comandante de tanque das FDI, também tiveram suas mortes confirmadas em 7 de outubro e seus corpos levados para Gaza.
Dror Or, de 48 anos, foi morto com sua esposa Yonat durante o ataque a Be’eri, confirmado em fevereiro de 2024. Dois de seus três filhos, Noam e Alma, foram feitos reféns e libertados como parte do acordo de cessar-fogo de novembro de 2023. Seu corpo, no entanto, permanece em Gaza, assim como o de Suthisak Rintalak, de 43, trabalhador agrícola tailandês também morto em Be’eri.
Yossi Sharabi, de 53 anos, foi sequestrado em Be’eri junto com seu irmão Eli (que foi libertado em fevereiro de 2025). Em janeiro de 2024, o kibutz anunciou que o pai de três filhos havia morrido em cativeiro em Gaza. No mês seguinte, as FDI afirmaram que uma investigação concluiu que ele provavelmente faleceu quando um edifício desabou após um ataque israelense nas proximidades. Seu corpo está retido, e seu irmão Eli compartilhou com a BBC a semana passada a importância para a família de realizar um funeral digno.
Arie Zalmanowicz, de 85 anos, sequestrado em Nir Oz em 7 de outubro, apareceu em um vídeo do Hamas em novembro de 2023 dizendo que se sentia mal, e seu falecimento em cativeiro foi anunciado pelo kibutz em dezembro de 2023. Finalmente, a matéria faz referência a Hadar Goldin, um tenente da Brigada Givati das FDI, de 23 anos, que foi morto em combate em Gaza em 2014 e cujo corpo tem sido mantido como refém pelo Hamas desde então, evidenciando a longa duração e a complexidade das questões de retenção de corpos no conflito.
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A situação dos reféns do Hamas continua sendo um ponto crucial no intrincado cenário do conflito em Gaza, envolvendo dolorosas negociações, momentos de esperança e profundas tragédias. Cada nome aqui mencionado representa uma família, uma comunidade e um testemunho da resiliência humana em meio à guerra, ao lado da brutalidade dos eventos. Para mais atualizações e análises aprofundadas sobre política internacional, a situação na Faixa de Gaza e outros conflitos regionais, continue acompanhando nossa editoria de Política.
Crédito, The Hostages and Missing Families Forum
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