Hyundai se distancia de redada do ICE em fábrica da LG

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O CEO da Hyundai Motor Company, José Muñoz, procurou esclarecer a situação de sua empresa em relação à redada conduzida pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) que ocorreu no início deste mês na Geórgia. Centenas de trabalhadores sul-coreanos foram detidos durante a operação, levantando preocupações sobre as implicações para o setor. No entanto, Muñoz fez questão de dissociar diretamente a Hyundai do incidente, reiterando que a fábrica-alvo da ação pertencia e era operada pela LG Energy Solutions.

As declarações do executivo foram feitas na quinta-feira, 18 de setembro de 2025, após o evento “CEO Investor Day” da montadora em Nova York. Ele enfatizou que a maioria dos trabalhadores detidos não eram funcionários da Hyundai, mas sim colaboradores de empresas fornecedoras da LG Energy Solutions, a verdadeira responsável pela gestão da instalação na qual a operação foi realizada. Esta distinção é crucial para a Hyundai, que busca gerenciar a percepção pública e as potenciais consequências de tal incidente.

Hyundai se distancia de redada do ICE em fábrica da LG

Muñoz expressou sua incredulidade ao saber da redada, observando que ele “não podia acreditar no que via”, pois, segundo ele, esperaria ser informado sobre tais eventos antes mesmo da cobertura da imprensa. Essa reação inicial o levou a investigar os detalhes, quando então percebeu: “É a fábrica de baterias da LG. Não é nossa instalação”. Ele utilizou uma analogia para ilustrar seu ponto, comparando a situação a alguém trabalhando para a CNN ser questionado sobre um evento coberto pela Fox News sem conhecimento prévio. A confusão gerada pela mídia em geral foi um ponto de destaque na fala do CEO.

A percepção equivocada foi intensificada, segundo Muñoz, pelas imagens que circularam na mídia. Ele reclamou que todas as fotos e vídeos da redada mostravam a fábrica “Metaplant” da Hyundai, e não a instalação vizinha da LG onde a operação realmente ocorreu. “Todas as fotos que foram mostradas em todos os lugares são fotos de uma instalação que é diferente de onde a redada aconteceu”, declarou Muñoz, sugerindo que essa representação imprecisa contribuiu para associar indevidamente a Hyundai ao incidente.

Essas declarações chegam poucos dias depois que Muñoz já havia confirmado um atraso de dois a três meses na construção de sua própria fábrica, a “Metaplant”, devido a uma escassez de mão de obra. O contexto mais amplo é o crescente impacto da redada de 4 de setembro, que resultou na detenção de 475 trabalhadores, em sua maioria da Coreia do Sul, na fábrica de baterias operada conjuntamente pela Hyundai e LG Energy Solutions. Este incidente é complexo, com implicações tanto para a imigração quanto para as relações comerciais internacionais.

A administração do então presidente Donald Trump tentou apaziguar a Coreia do Sul após a redada, anunciando a permissão temporária para que empresas estrangeiras tragam especialistas para treinar trabalhadores americanos. No entanto, críticos argumentam que o dano pode já ter sido feito. A preocupação é que empresas estrangeiras agora temam que seus próprios trabalhadores possam ser alvo de medidas de fiscalização de imigração, desencadeando um “arrefecimento” no investimento estrangeiro nos Estados Unidos, especialmente em indústrias como a de veículos elétricos (EVs).

A redada na fábrica operada pela LG Energy Solutions (com participação da Hyundai no contexto mais amplo de suprimentos) foi considerada particularmente incomum, uma vez que o cenário de empresas estrangeiras trazendo trabalhadores para auxiliar na construção de novas instalações e depois treinar equipes locais é uma prática comum no processo de estabelecimento nos EUA. Especialistas trabalhistas alertam que tais ações do ICE na Geórgia poderiam inibir o investimento estrangeiro e prejudicar setores específicos, como o automotivo focado em veículos elétricos.

Defendendo os trabalhadores estrangeiros envolvidos na construção da fábrica na Geórgia, Muñoz argumentou que a expertise necessária para edificar instalações especializadas desse porte não está amplamente disponível nos Estados Unidos. Diante disso, ele fez um apelo para a criação de um novo tipo de visto específico para trabalhadores altamente qualificados que participam do desenvolvimento desses “enormes projetos”. A finalidade seria prevenir que incidentes como o de setembro se repitam, garantindo um fluxo de talentos essenciais para a inovação e construção.

Em sua fala, o CEO da Hyundai sugeriu que “o governo dos EUA reconheceu que precisa haver uma solução melhor para abordar esse tipo de situação”. Ele também observou que os governos da Coreia do Sul e dos EUA estão “trabalhando ativamente” para tentar garantir que situações semelhantes não ocorram novamente. Esse engajamento bilateral é visto como fundamental para resolver as preocupações levantadas e evitar repercussões futuras para o ambiente de negócios e o fluxo de mão de obra especializada.

O episódio levanta questões importantes sobre a política de imigração e o impacto nos investimentos estrangeiros no país, ressaltando a delicada balança entre fiscalização e fomento econômico. Para mais detalhes sobre as diretrizes do Serviço de Imigração e Alfândega, você pode consultar o Departamento de Segurança Interna dos EUA, que fornece informações oficiais sobre políticas de imigração e segurança fronteiriça.

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Crédito da imagem: Jason DeCrow / AP Content Services for Hyundai Motor Company


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