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ICE Adquire Veículos Com Simuladores de Torre para Espionar O U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) realizou um significativo investimento na aquisição de veículos equipados com tecnologia avançada para vigilância. Um contrato recente, no valor de US$ 825 mil, foi destinado a uma empresa especializada na fabricação desses equipamentos, que incluem simuladores de torre de celular, ferramentas capazes de monitorar telefones próximos.
A transação, formalizada em 8 de maio deste ano, especificou a aquisição de Veículos com Simuladores de Torre de Celular (CSS) com o propósito de aprimorar o programa de Operações Técnicas de Segurança Interna, conforme registros públicos. Este acordo representa uma expansão na frota de veículos CSS da agência federal, reforçando suas capacidades operacionais.
ICE Adquire Veículos Com Simuladores de Torre para Espionar
A parceria contratual foi estabelecida com a TechOps Specialty Vehicles (TOSV), uma companhia com sede em Maryland. Curiosamente, a relação entre o ICE e a TOSV não é recente; em setembro de 2024, a TOSV já havia selado um contrato semelhante com a agência, totalizando US$ 818 mil, indicando que a colaboração entre a empresa e o órgão de imigração e alfândega precede a administração Trump.
Em comunicação por e-mail, Jon Brianas, presidente da TOSV, recusou-se a detalhar os contratos com o ICE e as especificações dos veículos, citando segredos comerciais. Contudo, Brianas confirmou que sua empresa fornece os simuladores de torre de celular, mas esclareceu que não é a fabricante direta desses componentes. “Nós não fabricamos componentes elétricos, de comunicação e tecnologia; nós integramos esse produto em nosso projeto geral do veículo”, afirmou Brianas, optando por não revelar a origem dos simuladores utilizados pela TOSV.
Este investimento marca o mais recente contrato federal que expõe as tecnologias que subsidiam a política de combate à imigração irregular implementada pela administração Trump. Em um artigo publicado no início de setembro, a revista Forbes revelou um mandado de busca recentemente desarquivado, indicando que o ICE empregou um simulador de torre de celular para localizar um indivíduo suspeito de pertencer a uma gangue criminosa nos Estados Unidos, que havia sido alvo de uma ordem de deportação em 2023. A Forbes também noticiou a existência de um contrato para veículos equipados com simuladores de célula, mas sem identificar a empresa fornecedora.
Os simuladores de torre de celular, frequentemente conhecidos como “stingrays”, nome originado pelos primeiros dispositivos fabricados pela Harris (agora L3Harris), ou como “IMSI catchers” (sendo IMSI a sigla para International Mobile Subscriber Identity, um número exclusivo que identifica cada usuário de telefone celular no mundo), são dispositivos que mimetizam torres de telefonia móvel. Sua função é atrair todos os celulares que estejam dentro de seu raio de ação, levando-os a se conectar ao aparelho falso.
Ao realizar essa conexão, as autoridades obtêm a capacidade de determinar com maior precisão a localização geográfica real dos telefones e de seus proprietários. Alguns modelos de simuladores de torre também possuem a funcionalidade de interceptar chamadas regulares, mensagens de texto e o tráfego de internet. Em contraste, dados fornecidos por torres de celular tradicionais oferecem informações sobre a localização presente ou passada de um suspeito, porém, com uma precisão consideravelmente inferior.
A utilização de dispositivos semelhantes a stingrays por forças de segurança é uma prática estabelecida há mais de uma década, mas é igualmente uma fonte de constante controvérsia. Uma das principais críticas é que as autoridades nem sempre obtêm um mandado judicial para seu uso, e defensores da privacidade argumentam que esses equipamentos capturam indiscriminadamente dados de indivíduos inocentes. Ademais, uma aura de sigilo cerca esses dispositivos, já que as agências que os utilizam geralmente estão vinculadas a acordos de não-divulgação que impedem a revelação do funcionamento interno dessas tecnologias.
Imagem: Getty via techcrunch.com
A histórico do ICE com simuladores de torre de celular é extenso. Documentos divulgados pela American Civil Liberties Union (ACLU) em 2020 indicam que a agência os utilizou em pelo menos 466 ocasiões entre 2017 e 2019. Além disso, dados obtidos pelo BuzzFeed News revelaram que esses instrumentos foram empregados mais de 1.885 vezes entre 2013 e 2017. Para compreender mais sobre essas tecnologias, você pode consultar informações detalhadas em fontes confiáveis como a ACLU, que investiga a privacidade e tecnologia.
Em resposta ao contato da TechCrunch, o ICE reconheceu o pedido de comentário, mas não forneceu respostas a uma série de questionamentos. Entre as perguntas sem resposta estavam: o uso específico dos veículos pela agência, se houve recentes deslocamentos e onde, e se a obtenção de mandados é uma prática consistente para a utilização dos simuladores de torre de celular.
A sede da TOSV, localizada nos arredores de Washington D.C., oferece um vasto leque de veículos personalizáveis para forças de segurança. Entre os produtos disponibilizados, a empresa lista vans para equipes táticas SWAT, esquadrões anti-bombas, e veículos de vigilância conhecidos como laboratórios móveis de investigação e veículos de cobertura. Em seu catálogo, a TOSV apresenta diversos projetos para corporações policiais, como os “DHS Mobile Forensic Labs”, referindo-se a Laboratórios Forenses Móveis para o Departamento de Segurança Interna (DHS).
De acordo com as informações no site da empresa, essas vans de perícia móvel são equipadas para análises e documentações forenses no local, dispõem de compartimentos seguros para preservação de provas e ferramentas de investigação, e permitem a atualização e o registro contínuos de arquivos de caso. Outro projeto notável é a “DHS Mobile Command Van”, que a TOSV descreve como configurável para vigilância avançada e coordenação de missões. Permanece incerto se esses veículos são os mesmos que contêm simuladores de torre de celular, dado que não há menção explícita sobre a ferramenta de vigilância telefônica no website da TOSV. O ICE também mantém outros contratos com a TOSV para laboratórios forenses móveis, embora sem detalhar as tecnologias instaladas nesses veículos. Além de suas soluções para órgãos de segurança, o site da TOSV menciona a venda de “bibliotecas móveis”, que se assemelham a bibliotecas sobre rodas, e veículos adaptados para setores médicos e de bombeiros.
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Em suma, a aquisição de veículos equipados com simuladores de torre de celular pelo ICE é um aspecto significativo das operações de vigilância governamentais. Esse tema levanta questões cruciais sobre a eficácia das táticas de segurança em contrapartida à privacidade dos cidadãos. A atuação da TOSV como integradora dessas tecnologias complexas reforça o cenário em que órgãos federais buscam avanços para suas operações. Para aprofundar seu conhecimento sobre o uso de tecnologias de vigilância por órgãos governamentais e outras questões de impacto social e político, continue acompanhando as análises e notícias da editoria de Política do Hora de Começar.
Crédito da imagem: TechCrunch
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