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Na ocasião da visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Indonésia, foi feita uma declaração de relevância histórica para as relações bilaterais. O líder indonésio, Prabowo Subianto, anunciou oficialmente que a Indonésia Adota Português: Anúncio de Ensino Gesta Fortalecimento em suas instituições de ensino. Esta iniciativa sinaliza uma profunda intenção de aproximação cultural e diplomática entre as duas nações do Sul Global, abrindo novos horizontes para o intercâmbio.
Lula desembarcou na quinta-feira, 23 de novembro, no Palácio Merdeka, localizado em Jacarta, para uma série de compromissos bilaterais. Durante a agenda, o presidente brasileiro reiterou sua intenção de disputar um quarto mandato presidencial nas eleições previstas para 2026, foco de discussões internas. Contudo, o grande destaque público da visita foi a inusitada proposta indonésia de incluir a língua portuguesa em seu currículo escolar.
Segundo reportagem do portal de notícias Kompas.com, de circulação indonésia, o presidente Prabowo Subianto enfatizou que esta medida inédita se deve à crescente importância do Brasil na arena internacional e para a Indonésia. O anúncio reflete um desejo explícito de fortalecer os laços bilaterais, um movimento estratégico que aponta para um relacionamento mais aprofundado entre os dois países emergentes.
Indonésia Adota Português: Anúncio de Ensino Gesta Fortalecimento
Prabowo declarou, em uma fala conjunta com Lula, que ‘devido à relevância dessa parceria, decidi que o português será uma língua prioritária em nossa educação, porque queremos que esse relacionamento se fortaleça.’ Esta escolha linguisticamente audaciosa por parte da Indonésia representa mais do que um simples aceno; é um investimento a longo prazo em diplomacia e entendimento mútuo.
A decisão da Indonésia em abraçar o ensino da língua portuguesa ganha ainda mais relevo ao considerar o atual quadro educacional do país. Prabowo Subianto destacou que já são oferecidas aulas de inglês, árabe, chinês e russo em suas escolas. A inclusão do português neste grupo seleto é, portanto, um indicativo da seriedade com que a parceria Brasil-Indonésia é encarada. A reação de Lula ao ouvir o anúncio foi de notório agrado, respondendo com aplausos e agradecimentos pela significativa iniciativa.
As informações divulgadas indicam que o presidente indonésio instruiu os ministérios da Educação e do Ensino Superior a iniciar os planos para implementar a língua portuguesa. Esta ação não é isolada; faz parte de um conjunto mais amplo de aproximação entre as duas nações. A ausência de uma data precisa para o início efetivo das aulas sugere que o processo será metodológico, mas a intenção política é clara.
Parceria Estratégica Reforçada com Múltiplos Acordos
Durante a estada de Lula em Jacarta, Brasil e Indonésia não apenas sinalizaram uma inédita aproximação cultural, mas também consolidaram sua parceria através da assinatura de oito acordos de cooperação. Estes pactos abrangem diversas áreas estratégicas, desde energia e mineração, setores cruciais para o desenvolvimento econômico de ambos, até estatísticas, inovação científica e agricultura. A cerimônia de assinatura, com a presença dos dois presidentes, validou a natureza estratégica e de longo prazo desses novos vínculos bilaterais.
Ambos os líderes aproveitaram a oportunidade para reafirmar seus compromissos com o multilateralismo e com o fomento dos laços entre os países que compõem o chamado Sul Global. Lula, um fervoroso defensor da diplomacia construtiva, salientou a necessidade de uma política externa pautada no diálogo e no respeito mútuo entre as nações, elementos que considera pilares para a estabilidade global. Por sua vez, Prabowo enxergou no Brasil um parceiro fundamental, tanto para a expansão do BRICS, um bloco de economias emergentes de grande influência, quanto para futuras colaborações em campos vitais como o ambiental e o educacional.
A adoção do português nas escolas indonésias, que ainda aguarda uma definição para seu cronograma de implementação, representa um gesto de importância política e cultural sem precedentes. Com mais de 260 milhões de falantes em todo o mundo, a língua de Camões será o primeiro idioma de origem latina a ser incorporado ao currículo educacional nacional da Indonésia. Essa inclusão sublinha o desejo do país asiático de não apenas fortalecer os laços com o Brasil, mas também de buscar uma aproximação estratégica com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ampliando sua influência e conexões internacionais.
Discurso de Lula Contesta Protecionismo Comercial Global
Em meio à sua agenda na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a enfatizar sua defesa intransigente do multilateralismo, acompanhada de críticas veementes ao protecionismo nas transações comerciais internacionais. Esse posicionamento assume um peso estratégico considerável diante da iminência de um possível encontro com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, programado para os dias subsequentes.

Imagem: bbc.com
Lula expressou o interesse comum tanto do Brasil quanto da Indonésia em impulsionar o comércio bilateral de forma mais independente do dólar. Ele declarou abertamente: ‘Queremos democracia comercial, não protecionismo. Precisamos criar condições para negociar com as nossas próprias moedas.’ Essa tese do uso de moedas locais nas negociações internacionais, em contraposição à hegemonia do dólar, é um ponto sensível que potencialmente geraria fricções com Washington, especialmente em um contexto de pressão exercida por Trump sobre Lula para que o Brasil recuasse da proposta de ampliar o uso de moedas próprias nas trocas entre os países do BRICS.
A viagem de Lula à Indonésia simbolizou o pontapé inicial de sua abrangente agenda asiática, que visa prioritariamente à expansão do comércio de proteína animal produzida no Brasil, ao fomento da cooperação em questões ambientais e ao estreitamento dos laços com nações do Sudeste Asiático. Após sua passagem por Jacarta, o líder brasileiro seguirá para a Malásia, onde participará da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e, conforme esperado, terá um encontro com Donald Trump no domingo (26) à margem do evento.
Este encontro aguardado entre os dois líderes será o primeiro contato formal desde que Trump impôs tarifas de 50% sobre a vasta maioria dos produtos brasileiros durante seu mandato. O contexto da reunião sinaliza uma tentativa de distensão nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro interpreta a atual viagem presidencial como parte integrante de uma estratégia bem delineada de diversificação comercial, vista como uma resposta direta à possibilidade do retorno de Trump à Casa Branca e às tensões inerentes que tal cenário poderia reacender nas relações bilaterais.
A cientista política Fernanda Nanci Gonçalves, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), oferece uma perspectiva analítica sobre o momento. Para ela, existem ‘sinais claros de reaproximação’ entre os países. ‘Há espaço para um diálogo pragmático, mesmo com divergências ideológicas. Claro que é preciso ter cautela porque a reversão de tarifas e a retomada de uma “agenda positiva” dependem de ações concretas, especialmente em temas como comércio, energia e segurança das cadeias produtivas. Mas, sem dúvidas, o clima político melhorou’, pontuou Gonçalves em declaração à BBC News Brasil.
Uma fonte próxima à Presidência da República descreveu a incursão de Lula pelo Sudeste Asiático à BBC como um ‘capítulo de uma estratégia maior de resposta à eleição de Trump’, sublinhando o esforço do Brasil em consolidar novas rotas comerciais desde o fim do ano passado, com o objetivo claro de mitigar a dependência do mercado norte-americano.
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A visita do presidente Lula à Indonésia resultou em um conjunto de acordos bilaterais e no significativo anúncio de que o país asiático promoverá o ensino da língua portuguesa em suas escolas, solidificando uma ponte cultural e econômica entre os dois polos do Sul Global. Este movimento destaca uma era de cooperação mais aprofundada, abrangendo comércio, inovação e educação, enquanto o Brasil se posiciona ativamente para diversificar suas parcerias globais e defender o multilateralismo. Para acompanhar as últimas novidades sobre política externa brasileira e as relações internacionais, continue explorando nossa editoria de Política.
Crédito: Indonesia Presidential Office
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