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As autoridades de Portugal iniciaram um rigoroso processo de inquérito para apurar as causas do grave acidente envolvendo o icônico **Elevador da Glória** em Lisboa, que resultou em ao menos 17 óbitos confirmados e deixou 21 pessoas feridas. O bondinho, uma das atrações turísticas mais queridas da capital portuguesa, descarrilou e colidiu violentamente com um edifício na última quarta-feira (3/9), marcando um dia trágico na história recente da cidade. O incidente chocou não apenas os moradores locais, mas também a comunidade internacional, dada a popularidade da atração entre os visitantes.
Desde o ocorrido, diversas instituições foram mobilizadas. A Polícia Judiciária, a Autoridade Nacional de Segurança nos Transportes (ANSA) e a Carris, empresa responsável pela gestão e operação do funicular, abriram investigações independentes para desvendar o que levou à falha catastrófica. O governo português decretou três dias de luto oficial, demonstrando a consternação com a perda de vidas e os ferimentos causados pelo desastre no coração de Lisboa, uma cidade reconhecida por sua beleza e rica história, onde o transporte público como os bondes antigos é parte fundamental do seu charme.
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O descarrilamento do **Elevador da Glória**, que serve a cidade há quase 150 anos e conecta a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto através de uma via íngreme, ocorreu por volta das 18h15 (horário local, 14h15 no horário de Brasília). O veículo desgovernado deslizou pela ladeira e colidiu contra uma construção localizada próxima à Avenida da Liberdade. Testemunhas relataram à imprensa que o bondinho parecia completamente “fora de controle, sem freios”, descrevendo cenas de pânico e impotência enquanto o meio de transporte público perdia o controle total. O número total de mortos chegou a 17, enquanto entre os 21 feridos, sete apresentavam quadro grave e 12 sofreram lesões mais leves. Foi reportado que uma criança também teve ferimentos leves.
O jornal português Observador divulgou inicialmente que o incidente pode ter sido provocado por um cabo que se soltou, o que teria ocasionado a perda de controle do veículo. Este detalhe, ainda sob verificação, aponta para uma falha mecânica no sistema do funicular, levantando questões cruciais sobre a segurança e manutenção de um patrimônio tão antigo e utilizado.
Investigações em Andamento e As Primeiras Medidas
A investigação oficial da Autoridade Nacional de Segurança nos Transportes (ANSA) teve início na quinta-feira subsequente ao acidente. O foco principal da apuração, conforme reportado pela mídia local, recai sobre o cabo que desempenha papel essencial no sistema de contrapeso do bondinho, mecanismo fundamental para permitir sua ascensão e descida pela íngreme ladeira de Lisboa.
Historicamente, o sistema do Elevador da Glória passou por diversas evoluções: partiu de um sistema hidráulico, evoluiu para o uso de vapor, e atualmente opera por um sistema elétrico desde 1914. Esta complexa história tecnológica agora está sob o escrutínio das autoridades, que buscam entender como um mecanismo tão testado e aperfeiçoado ao longo de décadas pode ter falhado de forma tão catastrófica.
A Câmara Municipal de Lisboa, em uma medida de precaução e para garantir a segurança pública, optou por suspender preventivamente a circulação de outros bondinhos similares na capital. Simultaneamente, anunciou a realização de vistorias técnicas urgentes em toda a frota de funiculares para assegurar que nenhum outro veículo apresente riscos similares aos que levaram à tragédia no Elevador da Glória. A Carris, operadora do serviço, também abriu um inquérito interno para determinar suas próprias responsabilidades e o que pode ter contribuído para o desastre.
Perguntas Essenciais Sem Resposta
Até o momento, três perguntas fundamentais permanecem sem respostas conclusivas por parte das autoridades, alimentando as investigações e a expectativa pública por clareza:
1. A Causa Precisa do Acidente
Apesar das especulações iniciais sobre o cabo, a causa exata do descarrilamento e da colisão ainda não foi oficialmente determinada. A investigação da ANSA está concentrada não apenas na falha do cabo do sistema de contrapeso, mas também na dinâmica do descarrilamento em si e na falha aparente do sistema de freios em impedir a perda total de controle do bondinho. Este é um ponto crucial, pois se o cabo falhou, por que os mecanismos de segurança de frenagem, que deveriam atuar como backup, não foram suficientes para deter o veículo?
A Carris defendeu-se, alegando que todas as normas e procedimentos de manutenção foram seguidos à risca. A empresa informou que a manutenção regular, um processo realizado a cada quatro anos, foi concluída em 2022. Adicionalmente, uma manutenção intermediária foi efetuada no ano anterior (2023), e verificações mensais e semanais foram cumpridas conforme o cronograma. Contudo, essa afirmação foi contestada por um dos sindicatos que representam os funcionários da Carris, que levantou preocupações sobre a adequação da manutenção.
“Temos protocolos rigorosos, excelentes profissionais há muitos anos, e precisamos entender o que aconteceu.”
— Pedro Bogas, presidente da Carris.
2. Identidade e Nacionalidade das Vítimas
As autoridades ainda não divulgaram as identidades e nacionalidades oficiais das vítimas fatais e dos feridos. No entanto, a imprensa portuguesa tem apurado e noticiado algumas informações. Há relatos de que pessoas de dez nacionalidades diferentes estariam entre os feridos. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) confirmou que, até quarta-feira, não havia registro de vítimas brasileiras no incidente.
O jornal Diário de Notícias reportou, com base em informações da diretora do serviço de Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, as nacionalidades de 15 dos feridos:

Imagem: bbc.com
Nacionalidade | Quantidade |
---|---|
Portugueses | 4 |
Alemães | 2 |
Espanhóis | 2 |
Coreanos | 1 |
Cabo-verdianos | 1 |
Canadenses | 1 |
Italianos | 1 |
Franceses | 1 |
Suíços | 1 |
Marroquinos | 1 |
O ministro espanhol de Relações Exteriores, Jose Manuel Albares, informou que dois cidadãos espanhóis feridos no acidente já receberam alta hospitalar. A imprensa portuguesa também divulgou que uma família alemã estava a bordo do Elevador da Glória no momento da colisão. O pai, de nacionalidade alemã, estaria entre as vítimas fatais, enquanto sua esposa e filho de três anos foram resgatados. Segundo o Observador, o pai faleceu no local, a mãe se encontra em estado grave no hospital, e o menino escapou com ferimentos leves.
O sindicato português Sitra, representativo do setor de transportes, confirmou a identidade de uma das vítimas fatais: André Marques, um funcionário português da empresa operadora do bondinho, que atuava no controle do sistema de freios do veículo. Entre os feridos, as idades variam de 24 a 65 anos, além da já mencionada criança de três anos, de acordo com o Observador.
3. O Número de Ocupantes no Momento da Colisão
Outra questão ainda não esclarecida é o número exato de pessoas que estavam dentro do bondinho no momento do acidente, bem como quantos dos mortos e feridos eram passageiros e quantos eram pedestres atingidos na colisão com o prédio. O Elevador da Glória tem capacidade para transportar até 43 passageiros por viagem e é conhecido por ser uma rota de transporte popular tanto para os habitantes locais quanto para os turistas que visitam a capital portuguesa.
O verão na Europa ainda estava em seus últimos dias quando o acidente ocorreu, o que sugere um grande afluxo de visitantes em Lisboa, intensificando a frequência de uso das atrações turísticas. Uma viagem de ida e volta no funicular tem o custo de 4,20 euros, cerca de R$ 27, tornando-o acessível e frequentemente utilizado. A dificuldade em determinar a quantidade exata de pessoas a bordo ou próximas ao local da colisão torna ainda mais complexa a identificação e a assistência às vítimas.
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Os mais de 20 feridos resgatados após o acidente foram encaminhados e distribuídos em pelo menos cinco hospitais diferentes localizados em Lisboa e em suas imediações, garantindo que todos recebessem o atendimento médico necessário para suas respectivas condições. A prioridade das autoridades, além de apurar as causas, é prestar o máximo de apoio às vítimas e suas famílias.
Fonte: BBC News Brasil
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