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O jovem tenista brasileiro **João Fonseca** conquistou neste sábado, 25 de outubro, uma vaga inédita na final do ATP 500 de Basileia, na Suíça, após vencer o espanhol Jaume Munar. Esse marco representa a primeira vez que um atleta do Brasil chega a uma final de torneios dessa categoria, inaugurados em 2009. Fonseca também se tornou o quarto finalista mais jovem a atingir tal patamar em uma competição ATP 500, solidificando sua posição como uma das maiores promessas do esporte global.
Apesar de alguns desafios recentes em outras competições, Fonseca mantém a 46ª posição no ranking mundial, reflexo de uma trajetória descrita como “ascensão meteórica” pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) em julho de 2025. O desempenho do atleta não só tem chamado a atenção por suas habilidades em quadra, mas também pelo notável engajamento que gera junto ao público e à mídia.
João Fonseca faz história na final do ATP 500 Basileia
Ao longo do ano de 2025, o impacto do carioca nascido e criado em Ipanema transcendeu as quadras. Suas participações em eventos de destaque, como o ATP 500 e Wimbledon, revelaram um potencial comercial significativo, resultando em maior público nos torneios, ampla cobertura mediática e, inclusive, o despertar de interesse em novos praticantes do esporte. Especialistas e personalidades do tênis mundial enumeram diversas qualidades que justificam essa euforia em torno do jovem atleta, com o talento demonstrado em quadra e os resultados expressivos sendo unanimemente apontados como o principal diferencial.
Ao mesmo tempo, há uma preocupação em lidar com a carreira recém-iniciada de Fonseca com cautela, dada sua juventude e o longo caminho a ser percorrido. Sua ascensão no ranqueamento da ATP tem sido notável: de 1356º em outubro de 2022, ele encerrou aquele ano em 832º. No fim de 2024, já estava em 145º, alcançando a atual 46ª posição em outubro de 2025. Além do talento, Fonseca se destaca por atrair fervorosos e barulhentos torcedores brasileiros, cujas manifestações em nada lembram a discrição usual do tênis, aproximando-se da atmosfera dos jogos de futebol.
Sua proeza também se manifesta na coleções de elogios de lendas e estrelas atuais do tênis. Thomaz Koch, um ícone de 80 anos do tênis nacional, compartilhou com a imprensa a visão de que João Fonseca “se tornou uma sensação mundial pelo que representa e pela real possibilidade de fazer companhia a Jannik Sinner e Carlos Alcaraz como os substitutos dos formidáveis gênios Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic”. Koch enfatiza que, diante da “insubstituibilidade” do “Big 3”, o mundo do tênis projeta sobre Fonseca e outros talentos a esperança de novas revelações para o futuro do esporte.
Para Alexandre Farias, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), o sucesso global de Fonseca decorre de uma intersecção de habilidades técnicas, simbolismo e oportunidades. Farias classifica Fonseca como um “talento fora da curva”, ressaltando não apenas sua pouca idade, mas também a maturidade que demonstra ao confrontar adversários de alto nível no circuito profissional. Marcelo Melo, veterano do time brasileiro da Copa Davis, ex-número 1 do mundo em duplas e campeão de 39 torneios da ATP, atribui o interesse em Fonseca aos seus resultados consistentes e ao estilo de jogo agressivo.
Melo acrescenta que a antecipação de um futuro brilhante também alimenta o fenômeno. “Normalmente quando um jogador vem numa sequência assim, com todas as características que ele tem, as chances de ser um top 10, top 5 e campeão de Grand Slam são muito grandes, então todos gostam de antecipar e ver desde agora como ele joga”, explica. O carisma de Fonseca também é apontado por Melo como um fator crucial para a grande repercussão. Joe Fraga, CEO da Sports 10, empresa que administra os direitos de imagem de Pelé desde 2009, cita outros elementos para o “furor Fonseca”. Ele observa um maior apoio e apreço do público em geral por jovens talentos e azarões no tênis, mais do que em outras modalidades.
Fraga traça paralelos entre Fonseca e Gustavo Kuerten, o único brasileiro a alcançar a liderança do ranking individual masculino de tênis. “Ele traz de volta, pelo menos para mim, a energia e a empolgação que Guga costumava trazer para as quadras”, diz Fraga, concluindo que muitos possuem uma afeição especial pelo Brasil e, consequentemente, irão apoiar o jovem tenista. A trajetória de classificação para torneios de tênis normalmente depende da posição no ranking da ATP. No entanto, jogadores não tão bem ranqueados podem participar através de fases de qualificação ou convites, especialmente quando são talentos promissores ou atrações para o público local.
João Fonseca fez história como o primeiro e mais jovem brasileiro a participar da seleta Copa Laver, um evento que reúne alguns dos melhores jogadores da atualidade. Em sua oitava edição, realizada em setembro nos EUA, Andre Agassi, lenda do tênis, convocou Fonseca para integrar o Time Mundo, que enfrentou o Time Europa. Agassi justificou a escolha: “[Fonseca] é o tipo de jovem talento que torna a Copa Laver tão especial”, elogiando sua ousadia, energia, estilo de jogo e paixão por grandes palcos. O lendário tenista americano, após observá-lo há alguns meses, ressaltou “sua capacidade de bater na bola com força de qualquer lugar da quadra, sua mobilidade e suas qualidades atléticas”, comparando sua altura a Jannik Sinner e sua força sem perder o equilíbrio aos primeiros anos de Carlos Alcaraz.
Em 2025, Fonseca também foi convidado para duas competições na Alemanha, recebendo rasos elogios dos diretores dos eventos. Edwin Weindorfer, de Stuttgart, o descreveu como “uma das principais promessas do circuito da ATP”, que cativa os fãs onde quer que jogue. Ralf Weber, de Halle, complementou, afirmando que João “encarna exatamente o que nosso torneio representa: juventude, paixão e futuro”, além de mencionar seu “talento excepcional”. O ex-tenista Thomaz Koch elogia ainda o carisma e a fluência de Fonseca em idiomas como inglês, espanhol e português. O presidente da CBT, Alexandre Farias, confirma a excelente recepção estrangeira, destacando o “engajamento significativo” de sua presença em eventos internacionais como o ATP de Miami e o confronto da Copa Davis na França.
No aspecto dos negócios, Fonseca mantém “contratos de longa duração” com quatro patrocinadores, embora sua equipe não revele os valores. Em 2023, o tenista assinou com a empresa suíça de material esportivo On, que tem o lendário Federer como acionista e patrocina apenas dois outros atletas: Iga Swiatek, ex-número 1, e Ben Shelton, 6º do mundo. A lista de parceiros de Fonseca é complementada pela Rolex, XP Investimentos e Yonex, fabricante de raquetes e outros equipamentos. Para Alexandre Farias, presidente da CBT, em um momento de transição geracional no tênis, Fonseca possui características que o tornam um imã para marcas, mídia e torneios. “Existe uma busca natural por novos ídolos, jovens talentos capazes de renovar o interesse do público e representar uma nova era no esporte. João surge como esse nome promissor, com carisma genuíno, desenvoltura diante das câmeras e uma conexão imediata com o público jovem”, argumenta Farias.
Farias vê na espontaneidade de Fonseca um diferencial, contrastando com o perfil muitas vezes reservado de outros tenistas no circuito. “Ele é midiático sem ser artificial. Sorri, se comunica bem, mostra emoção, vibra em quadra, elementos que geram empatia e engajamento, especialmente entre crianças e adolescentes”, detalha. Mesmo com a orientação do seu treinador para reduzir o tempo no celular, a presença de Fonseca na internet é um trunfo, conforme avaliação de Farias. O “crescimento acelerado de suas redes sociais, com postagens que geram milhares de interações”, retroalimenta o interesse comercial. O dirigente da CBT explica a valorização do jovem talento: “marcas e patrocinadores enxergam em atletas como João a oportunidade de investir cedo, quando os custos ainda são acessíveis e o potencial de retorno é altíssimo”.
Joe Fraga, com duas décadas de marketing esportivo, ecoa essa visão, reconhecendo que marcas tendem a “correr algum risco para serem as primeiras a escolher a nova sensação”, por receio de ficar de fora, mesmo que o atleta ainda não esteja no topo. Fraga, porém, alerta para os riscos envolvidos, pedindo que a equipe de gestão apoie e proteja o jovem, permitindo que se concentre no desenvolvimento de seu talento para evitar que seja um “fogo de palha”. A equipe de Fonseca reitera que o foco principal é o aspecto esportivo, visando seu crescimento como atleta.
A estrutura em torno de João Fonseca é um de seus maiores trunfos. Gustavo Abreu, amigo da família, gerencia sua carreira junto aos pais do tenista, Roberta e Christiano, que incentivaram a prática de diversas modalidades esportivas desde cedo. Seu treinador, Guilherme Teixeira, acompanha o atleta desde os 12 anos. O preparador físico Emmanuel Jiménez e o fisioterapeuta Egídio Magalhães Júnior completam uma equipe rara para um atleta iniciante, conforme destaca o veterano Marcelo Melo, que acredita que este suporte “fará a diferença pelo lado positivo”. Thomaz Koch define Fonseca como “um diamante e, como tal, deve ser tratado com muito cuidado e carinho”. O ex-tenista ressalta a potência dos golpes, a criatividade na construção dos pontos, a maturidade e a simplicidade de Fonseca, chamando-o de um tenista “completo e tão novo”. Contudo, Koch pede paciência para o desenvolvimento físico e mental do atleta.
Os efeitos da ascensão de João Fonseca já se manifestam em negócios do setor no Brasil. Alexandre Farias, da CBT, reporta um aumento na procura por aulas em escolinhas de tênis, com pais citando Fonseca como inspiração, especialmente entre crianças e adolescentes. O fenômeno de identificação faz com que crianças imitem seus gestos em quadra e treinadores o usem como exemplo. Ricardo Ramos, proprietário da Paulistana Academia de Tênis, fundada em 1992, confirma o aumento na procura, em especial por treinamentos para torneios nacionais e internacionais entre garotos de 9 a 11 anos. Ele relata uma “fila de espera bem grande”, com pais optando pelo tênis em vez do futebol para os filhos. Jairo Garbi, dono da Tennis Pro Shop Jairo, em São Paulo, observa um movimento, ainda que modesto, de clientes trocando equipamentos antigos, perguntando sobre Fonseca e assistindo a seus jogos na loja. Ele menciona que essa tendência já havia sido impulsionada por Bia Haddad e outros tenistas, e Fonseca a reforça. Fábio Silberberg, ex-tenista e CEO da Faberg Tour Experience, agência de turismo esportivo, endossa: “João é fantástico de se assistir. Ele vende”. Silberberg, que leva clientes a torneios de tênis há duas décadas, considera Fonseca um dos poucos que motivam o público a comprar ingressos presencialmente, juntamente com Alcaraz, Sinner e Djokovic. “A cada jogo que ele passava, mais gente procurava ingressos para a próxima rodada”, aponta Silberberg.
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Em suma, a notável jornada de João Fonseca rumo à final do ATP 500 na Basileia representa um divisor de águas para o tênis brasileiro e solidifica sua imagem como um talento geracional, comparável a lendas e aos atuais gigantes do esporte. Seu carisma, habilidade e a estrutura de apoio ao seu redor pavimentam o caminho para um futuro promissor, já influenciando o cenário esportivo e econômico. Para mais informações e análises aprofundadas sobre o mundo dos atletas e grandes feitos, continue explorando o universo dos esportes em nossa editoria de Esporte.
Crédito, Reuters
Imagem: bbc.com
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