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Jimmy Kimmel protagonizou um retorno notável à televisão na noite de terça-feira (24 de setembro de 2025), em grande parte do país, abordando diretamente o período de sua suspensão. Em seu monólogo, o comediante utilizou o espaço para criticar veementemente o presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), **Brendan Carr**, que havia sido apontado como responsável pela iniciativa de censura contra ele. Posteriormente, a edição incluiu um quadro humorístico onde o ator Robert De Niro interpretava um fictício presidente da FCC no gabinete de Carr, reforçando a crítica.
A abertura do programa de **Kimmel** foi marcada por um discurso contundente sobre o valor intrínseco da liberdade de expressão. O apresentador relatou experiências com colegas humoristas e comunicadores de regimes totalitários que compartilharam como poderiam ser encarcerados por satirizar figuras de poder. Kimmel afirmou, com pesar, que a liberdade de expressão era um direito que ele, “tinha vergonha de dizer, considerava garantido até que tiraram meu amigo Stephen [Colbert] do ar e tentaram coagir as afiliadas que transmitem nosso programa nas cidades onde vocês vivem a retirar meu programa do ar. Isso não é legal. Isso não é americano. Isso é antiamericano e é muito perigoso.” O comediante ressaltou a gravidade da situação e os riscos para o princípio democrático.
Kimmel critica presidente da FCC Brendan Carr em retorno à TV
Abordando a ampla autoridade reivindicada por **Brendan Carr** através da Comissão Federal de Comunicações (FCC), **Jimmy Kimmel** ampliou sua crítica ao estabelecer uma analogia com mídias não-tradicionais. Ele questionou, retoricamente, se o governo deveria ter o poder de regular quais podcasts as empresas de telefonia celular e provedores de Wi-Fi permitem aos usuários baixar, com o pretexto de “servir ao interesse público”. Este ponto ressaltou sua preocupação com a expansão indevida da influência estatal sobre o consumo de conteúdo.
**Jimmy Kimmel** expressou sua incredulidade ao lembrar que, “dez anos atrás, isso parecia loucura”, referindo-se à postura de **Brendan Carr**. Ele citou a afirmação do presidente da FCC a uma empresa americana: “Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil”, e ainda que “Essas empresas podem encontrar maneiras de mudar a conduta e agir, francamente, em relação a Kimmel, ou haverá trabalho adicional para a FCC no futuro.” O comediante classificou tal ameaça como “uma violação direta da Primeira Emenda” da Constituição Americana, além de uma atitude “não particularmente inteligente de se fazer em público”. O senador Ted Cruz (R-TX), por exemplo, havia comparado Carr a um “mafioso”. Kimmel satirizou a situação, comentando que, para ouvir um chefe da máfia proferir tal ameaça, seria preciso esconder um microfone em um delicatessen e espionar de uma van. Carr, contudo, havia feito isso abertamente em um podcast, demonstrando o que Kimmel considerou uma falta de sagacidade. A **Comissão Federal de Comunicações (FCC)**, sobre a qual o presidente **Brendan Carr** alegou vasta autoridade, é uma agência independente do governo dos Estados Unidos que regula as comunicações interestaduais e internacionais por rádio, televisão, cabo, satélite e fio, conforme descrito em seu site oficial.
Agradecimentos e a Surpreendente Unidade
**Jimmy Kimmel** expressou profunda gratidão aos seus espectadores pelas manifestações de apoio e protestos. Agradeceu também a outros comediantes e apresentadores de talk shows que o contataram durante o período de suspensão. Um ponto notável foi seu reconhecimento a comentaristas e políticos de direita, que, apesar das visões políticas opostas, criticaram sua censura. Ele especificamente citou Ben Shapiro, Candace Owens, o Senador Ted Cruz (R-TX), o Senador Mitch McConnell (R-KY) e o Senador Rand Paul (R-KY), entre outros. Em um momento emocionante, **Kimmel** elogiou Erika, viúva de Charlie Kirk, por seu ato altruísta de perdão ao atirador que tirou a vida de seu marido, evidenciando uma rara convergência de sentimentos em meio a divergências.
**Kimmel** sugeriu que um lado positivo da experiência talvez fosse a descoberta de pontos de concordância, expressando o desejo de que as pessoas pudessem se aproximar. Ele listou de forma irônica uma série de tópicos politizados nos quais, segundo ele, a maioria dos americanos concorda, incluindo a segurança das crianças contra armas, direitos reprodutivos femininos, segurança social, cuidados de saúde acessíveis e pesquisa de câncer pediátrico. No entanto, a plateia, que havia respondido com entusiasmo ao longo do monólogo, aparentemente não captou a nuance dessa última brincadeira, mantendo-se silenciosa.
Sutileza e Agradecimentos
Em um breve momento de descontração, **Jimmy Kimmel** direcionou uma brincadeira à corporação Disney. Ele mencionou que muitos perguntaram sobre as condições de seu retorno, e que havia uma. Fingindo ler um comunicado retirado de dentro do paletó, ele citou a “Disney” solicitando que lesse uma mensagem: “Para reativar sua conta Disney Plus e Hulu, abra o aplicativo Disney Plus em sua Smart TV ou dispositivo conectado à TV.” O comediante usou a situação para ironizar os patrocinadores ou as corporações que frequentemente interferem no conteúdo televisivo.
Apesar da brincadeira, **Kimmel** agradeceu publicamente à Disney por tê-lo recolocado no ar, salientando que tal decisão os expôs a riscos “infelizmente e, eu penso, injustamente”. Ele fez uma dura acusação: “O presidente dos Estados Unidos deixou muito claro que quer ver eu e as centenas de pessoas que trabalham aqui demitidos de nossos empregos. Nosso líder celebra a perda de sustento de americanos porque não consegue levar uma piada.” O comediante comparou sua situação à de Stephen Colbert, alegando que o presidente conseguiu pressionar a CBS a afastá-lo, e agora estaria incentivando a NBC a demitir Jimmy Fallon e Seth Meyers, juntamente com as centenas de trabalhadores que dependem desses programas e “não ganham milhões de dólares”. **Kimmel** concluiu com um apelo: “E espero que, se isso acontecer, ou se houver qualquer indício disso, vocês sejam dez vezes mais barulhentos do que foram esta semana. Temos que nos manifestar contra isso porque ele não vai parar.”

Imagem: Getty via theverge.com
**Kimmel** alertou que a questão extrapolava o universo do humor, afirmando que “ele também está mirando em nossos jornalistas”, mesmo com o aplauso da plateia no estúdio quase tornando suas palavras inaudíveis. Ele fez menção a uma nova política de imprensa que estaria sendo desenvolvida no Pentágono, indicando que “eles querem escolher e decidir o que é notícia”. O apresentador reconheceu que silenciar um comediante talvez não fosse tão intrigante quanto interferir na imprensa, mas enfatizou a crucial importância de uma imprensa livre e criticou a falta de atenção dispensada a este grave problema.
A Sátira com Robert De Niro
Após o primeiro intervalo comercial, o programa **Jimmy Kimmel** retornou com uma paródia de entrevista com “Brendan Carr” na sede da FCC em Washington. No lugar do presidente real, o ator Robert De Niro encarnou um mafioso anônimo, ficticiamente nomeado chefe da **FCC** por um personagem chamado “Sir Trump”. A trama era que ele havia sido designado para fazer chamadas ameaçadoras a figuras como Whoopi Goldberg. No quadro, **Kimmel** perguntou: “Talvez você seja a pessoa errada para conversar, mas parece que a FCC está usando táticas de máfia para suprimir a liberdade de expressão?”. De Niro, em seu personagem intimidador, reagiu com gírias vulgares. Quando **Kimmel** replicou, cauteloso, lembrando que “não se pode xingar ou seremos multados pela FCC”, De Niro retrucou, “Eu sou a p*rra da FCC. Posso dizer a p*rra do que eu quiser.” O falso presidente da FCC prosseguiu com uma série de ameaças cômicas, pressionando **Kimmel** para não satirizar o Presidente Trump. De Niro explicou que brincadeiras sobre o “belo e grosso cabelo loiro” de Trump eram permitidas, mas que, para piadas como “ele é tão gordo que precisa de dois assentos no avião de Epstein”, **Kimmel** “teria que perder alguns dedos, talvez um dente”. A sátira foi concluída com De Niro ameaçadoramente declarando: “Boa sorte para você. E estarei de olho em você, Kimmel. Talvez não na ABC. Isso depende de você.”
O retorno de **Jimmy Kimmel** à televisão foi um potente manifesto em defesa da liberdade de expressão, confrontando as ações do presidente da FCC, **Brendan Carr**. Através de seu monólogo e uma sátira impactante com Robert De Niro, o comediante abordou a gravidade da censura e o papel do governo na regulação da mídia, sublinhando os desafios enfrentados pela imprensa e pela comédia no cenário político atual.
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Crédito da imagem: Disney via Getty Images
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