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A Liberate IA Seguros, uma inovadora startup especializada em inteligência artificial para otimização das operações de seguro, anunciou a captação de um aporte financeiro significativo. A empresa garantiu US$50 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Battery Ventures, com o objetivo de expandir globalmente suas implantações agent-based junto a seguradoras e agências.
Este investimento, totalmente em capital próprio, elevou a avaliação pós-dinheiro da startup, que tem apenas três anos de existência, para US$300 milhões. A rodada contou com a participação do novo investidor Canapi Ventures e com o retorno de apoiadores prévios, como Redpoint Ventures, Eclipse e Commerce Ventures, consolidando a confiança do mercado na proposta da Liberate de revolucionar o setor.
Liberate IA Seguros Garante US$50 Milhões para Otimização
A indústria de seguros enfrenta um cenário desafiador, marcado por crescentes custos operacionais, limitações de sistemas legados e expectativas cada vez maiores dos clientes. Particularmente no segmento de não-vida, o crescimento global dos prêmios está projetado para desacelerar até 2026, impulsionado por uma competição acirrada, menor ritmo de precificação e novas pressões de custos, incluindo tarifas, conforme detalhado em um relatório recente da Deloitte. Embora algumas seguradoras tenham tentado experimentar com IA, muitos esforços iniciais foram dificultados por dados fragmentados e fluxos de trabalho inflexíveis. Contudo, essa dinâmica está mudando, com o setor buscando uma adoção plena da inteligência artificial, incorporando-a no cerne de suas operações, e é nesse contexto que a Liberate surge como solução.
Fundada em 2022 e sediada em São Francisco, a Liberate constrói sistemas de IA focados em vendas, serviços e sinistros para seguradoras de propriedade e acidentes (Property & Casualty – P&C). Na linha de frente, seu assistente de voz com IA, Nicole, gerencia chamadas de entrada e saída, auxiliando na venda de apólices e respondendo a solicitações de serviço. Nos bastidores, uma rede de agentes de IA baseados em raciocínio conecta-se aos sistemas existentes das seguradoras, coletando contexto e gerando respostas que Nicole entrega, tudo sem a intervenção humana.
Os agentes de IA da Liberate são projetados para executar tarefas completas, indo além de apenas responder a consultas ou encaminhar tickets. Entre suas funções rotineiras, incluem-se a cotação de apólices, o processamento de sinistros e a atualização de endossos. Adicionalmente, esses agentes podem operar via SMS e e-mail, possibilitando que as seguradoras interajam com os clientes por diversos canais e automatizem mais de seus fluxos de trabalho diários.
Amrish Singh (retratado no centro, acima), co-fundador e CEO da Liberate, destacou em entrevista que as seguradoras buscam crescimento, mas estão impedidas de alcançá-lo. Segundo ele, é precisamente nesse status quo que reside a grande oportunidade. Singh fundou a Liberate após quase quatro anos na Metromile, empresa de seguros automotivos adquirida pela Lemonade, onde atuou em operações de back-office e tecnologia. Ele se uniu a Ryan Eldridge, vice-presidente de engenharia da Liberate e também ex-executivo da Metromile, e a Jason St. Pierre, CPO da empresa, que acumulou experiências em Twitter, Google e Verily, o braço de ciências da vida da Alphabet.
Os sistemas de IA da Liberate têm demonstrado resultados concretos, aumentando as vendas em uma média de 15% e reduzindo custos em 23%, conforme relatado por Singh à TechCrunch. A startup já possui mais de 60 clientes e concentra seus esforços nas 100 maiores seguradoras e agências, que juntas representam de 70% a 80% do mercado de seguros de propriedade e acidentes dos EUA.
A tecnologia da Liberate emprega aprendizado por reforço, especificamente adaptado para as longas e reguladas conversações no setor de seguros. A startup garante que cada interação é auditável e inclui salvaguardas com intervenção humana para assegurar a conformidade regulatória. No último ano, a Liberate escalou de 10 mil automações mensais para impressionantes 1,3 milhão de resoluções automatizadas. Essas estatísticas abrangem tanto interações diretas com clientes por meio da IA de voz quanto tarefas de back-office gerenciadas pelos agentes de IA integrados aos sistemas centrais das seguradoras.
Imagem: techcrunch.com
Reconhecendo que sistemas de IA ainda podem cometer erros e não são infalíveis, a Liberate utiliza uma ferramenta interna chamada Supervisor. Este software monitora todas as interações entre seus agentes e os clientes, identificando problemas ou anomalias e escalando para um ser humano quando a resposta da IA pode estar incorreta, explicou Singh. Ele enfatizou que a vantagem de atender apenas uma indústria, e dentro dela, apenas três casos de uso específicos, é a possibilidade de implementar um número muito maior de controles de segurança.
Sem divulgar os nomes de seus clientes, a Liberate informou que a utilização de seus agentes possibilitou a redução do tempo de resposta a sinistros de furacões de 30 horas para apenas 30 segundos. Os agentes de IA também viabilizam operações de vendas 24 horas por dia, 7 dias por semana, permitindo que clientes contratem seguros mesmo à meia-noite ou de madrugada, horários em que os agentes humanos geralmente não estão disponíveis, conforme ressaltou Singh.
Antes desta rodada, a Liberate já havia levantado US$15 milhões em uma Série A no ano passado. A experiência omnichannel impulsionada por IA de voz e a capacidade de automatizar totalmente tarefas através da integração com sistemas existentes foram fatores-chave que atraíram investidores para apoiar a empresa em uma escala ainda maior. Marcus Ryu, sócio geral da Battery Ventures, que passará a integrar o conselho da Liberate, observou que mapear o processo, modelá-lo e assegurar que todas as conexões do sistema estejam implementadas, bem testadas e apropriadamente projetadas para concluir a tarefa – e não apenas comunicar – é o que a Liberate está fazendo. Ryu, que trabalhou anteriormente com seguradoras P&C na Guidewire Software, foca em investimentos em software empresarial, fintech e insurtech na Battery Ventures.
Os fundos da rodada Série B serão utilizados para aprimorar as capacidades de raciocínio da Liberate e suportar uma implantação mais ampla de seus sistemas entre as seguradoras. Até o momento, a startup levantou um total de US$72 milhões e emprega aproximadamente 50 pessoas.
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Em suma, a captação de US$50 milhões pela Liberate IA Seguros representa um marco importante na automação e otimização do setor segurador. Com uma avaliação de US$300 milhões e a capacidade de entregar ganhos expressivos em vendas e redução de custos, a empresa está posicionada para liderar a transformação digital, oferecendo soluções de IA robustas e confiáveis. Para ficar por dentro de outros investimentos e tendências no cenário econômico, continue acompanhando nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Jagmeet Singh
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