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Livro de Arte Metroid Prime revela bastidores da Nintendo com uma profundidade sem precedentes, oferecendo uma rara visão sobre o meticuloso processo de design de uma das franquias mais icônicas da indústria de videogames. A publicação, intitulada “Metroid Prime 13: A Visual Retrospective”, promete ser um recurso indispensável para fãs e estudiosos do desenvolvimento de jogos, mergulhando nas complexidades criativas que moldaram a aclamada série da Nintendo e da Retro Studios.
Com um total de 210 páginas em capa dura, o livro de arte tem lançamento programado para o dia 28 de outubro, poucos dias antes do aguardado retorno da série com “Metroid Prime 4: Beyond”, previsto para as plataformas Switch e Switch 2. Este lançamento estratégico posiciona a obra como um presente ideal para aqueles que se dedicam a analisar a fundo o design da trilogia, sempre ávidos por um vislumbre autêntico dos bastidores de como os títulos foram concebidos. Uma amostra gratuita de 35 páginas está acessível diretamente pela Nintendo, proporcionando um aperitivo em alta resolução para os interessados.
Livro de Arte Metroid Prime revela bastidores da Nintendo
A maior parte do conteúdo é dedicada à arte conceitual detalhada, que abrange desde os cenários complexos, passando por inimigos comuns, até os desafiadores chefes e, é claro, a própria Samus Aran, a heroína da série. É uma oportunidade valiosa para os leitores apreciarem materiais visuais que não chegaram à versão final dos jogos, garantindo que esses conceitos criativos sejam preservados. O livro segue uma progressão cronológica, revisitando cada título da franquia, desde sua origem no GameCube até a era do Wii, e conclui com uma breve análise de “Metroid Prime Remastered” para o Nintendo Switch, um remake que levou aproximadamente quatro anos para ser finalizado. Curiosamente, não há menção a “Metroid Prime 4: Beyond” no volume, sugerindo que uma nova publicação possa ser necessária para explorar o histórico de desenvolvimento desse título em particular, conhecido por sua jornada turbulenta.
O Legado de Kensuke Tanabe: Notas e Colaborações
Um dos aspectos mais cativantes do livro são as inúmeras anotações do produtor da série, Kensuke Tanabe. Veterano designer da Nintendo com uma vasta carreira que inclui títulos como “Super Mario Bros. 2” e “The Legend of Zelda: A Link to the Past”, Tanabe oferece comentários perspicazes e, por vezes, francos. Estas “notas do produtor” são um testemunho da notável capacidade da Nintendo e da Retro Studios de registrar minuciosamente seu processo criativo, revivendo com clareza decisiva disputas e desafios relacionados ao design de mais de duas décadas atrás.
Em alguns momentos, Tanabe revela abertamente a dinâmica de poder durante a produção. Ele descreve situações em que ele e a Nintendo se valiam de sua hierarquia para garantir que “Metroid Prime” mantivesse certas características essenciais. Uma de suas frases notáveis no livro ressalta: “o jogo que estamos fazendo agora é um jogo Nintendo, e esta é a primeira vez da Retro trabalhando em um. Trabalhei em jogos Nintendo durante toda a minha carreira, então acredito ter a maior experiência em fazer jogos Nintendo. Por favor, confiem em mim primeiro.” Esses insights oferecem uma perspectiva rara sobre a tensão criativa e a busca pela excelência que permeiam o desenvolvimento de grandes títulos.
Inovação e Obstáculos no Desenvolvimento de Metroid Prime
As notas de Tanabe não se limitam apenas à imposição de diretrizes. Ele também elogia a equipe da Retro Studios, como no episódio em que a Retro convenceu a Nintendo da viabilidade e eficácia das “half-pipes” do modo Morfobola. Inicialmente cética, a Nintendo foi persuadida pela Retro, que pediu para que a mecânica fosse testada antes de qualquer decisão. Tanabe relembra vividamente a satisfação e o engajamento que o teste proporcionou, um exemplo claro da mente aberta e colaborativa que eventualmente caracterizou a parceria. Ao final do livro, é inegável o impacto profundo que a Retro Studios deixou em cada um dos jogos da série.
Imagem: Cameron Faulkner via theverge.com
Aspectos menos conhecidos da série, e do processo de desenvolvimento de jogos da Nintendo em geral, são discutidos abertamente nessas citações. Tanabe, por exemplo, aborda o esgotamento da Retro Studios após o lançamento de “Metroid Prime 2: Echoes”, mencionando o interesse da equipe em desenvolver um jogo de “Donkey Kong” para revitalizar o moral, após trabalhar em dois títulos consecutivos da mesma propriedade intelectual, com prazos apertados e sem grandes pausas. Essa ambição se concretizou em 2010 com “Donkey Kong Country Returns”, lançado após “Metroid Prime 3: Corruption”.
Desafios Pós-Lançamento e Direções Futuras
Tanabe também reflete sobre as vendas consideradas insatisfatórias de “Metroid Prime 2”, que motivaram a Retro a propor uma sequência com um apelo mais amplo para o público. No entanto, a Nintendo vetou as propostas, argumentando que elas se baseavam em mecânicas de jogo já existentes. Um antigo funcionário da Retro Studios chegou a mencionar uma ideia de design em mundo aberto que foi descartada. Em vez disso, a Nintendo optou por explorar os controles de movimento do Wii e aprofundar a ameaça persistente da Dark Samus. Essas decisões demonstram a constante busca por inovação e diferenciação que pauta a estratégia da desenvolvedora japonesa.
Além de seu conteúdo revolucionário, “Metroid Prime 13: A Visual Retrospective” se destaca como uma obra fisicamente deslumbrante, apresentando um contorno em relevo de Samus Aran na capa, uma verdadeira peça de colecionador. Mas os verdadeiros tesouros estão ocultos em suas páginas costuradas: uma fusão de arte conceitual de alta qualidade e os comentários oficiais que desvendam o frequentemente secreto processo de desenvolvimento de jogos da Nintendo. A editora Piggyback demonstrou sua capacidade de criar volumes dessa natureza, sugerindo que o formato poderia ser aplicado com sucesso a outras franquias da Nintendo, dada a lealdade de alguns de seus designers chave ao longo de décadas. Para os entusiastas da série, no entanto, a existência deste volume por si só já é motivo de celebração.
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O livro “Metroid Prime 13: A Visual Retrospective” é, portanto, muito mais do que um simples compilado de imagens; é um documento histórico que mapeia as escolhas criativas, os conflitos artísticos e as inovações técnicas que definiram a série “Metroid Prime”. Ele oferece uma janela para o universo interno de uma das mais renomadas desenvolvedoras de jogos do mundo. Para continuar acompanhando as últimas novidades do universo gamer, análises aprofundadas e bastidores da indústria, explore nossa editoria de Análises e não perca nenhum detalhe.
Image: Cameron Faulkner / The Verge
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