Lula e Trump Conversam Sobre Futuros Encontros e Relações

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Nesta segunda-feira, 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participaram de uma videoconferência marcante. O diálogo abordou questões estratégicas para a relação bilateral entre Brasil e EUA, sinalizando um esforço de ambos os líderes para reconfigurar e fortalecer os laços diplomáticos e comerciais entre as duas maiores democracias ocidentais.

A iniciativa para a realização da chamada partiu do lado americano, conforme informações apuradas junto a uma fonte do Palácio do Planalto. Durante a interação, o presidente brasileiro apresentou pleitos importantes, como a retirada de uma tarifa de 40% imposta sobre produtos do Brasil e o levantamento de medidas restritivas contra autoridades nacionais, incluindo a cassação de vistos e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Trump, por sua vez, demonstrou receptividade ao sugerir que a discussão técnica fosse delegada às equipes de ambos os países.

Lula e Trump Conversam Sobre Futuros Encontros e Relações

O encontro virtual foi o catalisador para a discussão de futuras reuniões presenciais. Segundo a mesma fonte, foi Lula quem sugeriu a possibilidade de um novo contato face a face, com Donald Trump expressando concordância imediata. O presidente brasileiro então propôs três cenários para esse tão aguardado encontro.

A primeira opção seria durante a cúpula da Asean, agendada para o fim de outubro na Indonésia, evento no qual Lula já confirmou sua presença. A participação de Trump, no entanto, permanece incerta. Uma segunda e mais remota possibilidade aventada seria a ida de Trump à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que ocorrerá em Belém, em novembro. Por fim, a terceira alternativa contemplaria uma visita do próprio presidente Lula aos Estados Unidos.

Análises preliminares indicam que o cenário mais viável para a concretização de um encontro é a cúpula da Asean, na Indonésia, dada a confirmação de presença do líder brasileiro. A comunicação amistosa entre os presidentes é um desenvolvimento significativo, especialmente considerando que representantes de Trump já haviam contatado a equipe de Lula na semana anterior para coordenar os detalhes da videoconferência.

Desde um breve encontro durante a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, onde Trump expressou que sentiu uma “química excelente” com Lula, um novo diálogo era antecipado. A nota oficial divulgada pelo Planalto confirmou o tom “amistoso” da conversa de 30 minutos, reiterando o mútuo desejo por um encontro presencial em “breve”.

Diálogo Franco e Expectativas para o Comércio

Apesar da ausência de uma data definida para um futuro encontro presencial, Trump orientou seus assessores a prosseguirem com as tratativas. Relatos apontam que, durante o telefonema, Trump chegou a comentar seu humor adverso na Assembleia da ONU, mencionando problemas com escada rolante e teleprompter, e que a interação com Lula foi um ponto positivo em meio às dificuldades: “Pelo menos a ONU serviu para alguma coisa”, teria dito. No âmbito econômico, Trump admitiu que os Estados Unidos “estão sentindo falta” de produtos brasileiros que foram impactados pela elevação tarifária, destacando especificamente o café. Ao compartilhar sua percepção na rede social Truth Social, o ex-presidente americano classificou o diálogo como uma “ótima conversa telefônica” focada em economia e comércio, antecipando novos encontros tanto no Brasil quanto nos EUA, e expressando otimismo para uma colaboração bem-sucedida entre os países.

Do lado brasileiro, a equipe presente na conversa incluiu figuras de peso como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Comunicação), além do assessor especial Celso Amorim. A presidência brasileira, em comunicado, destacou o contato como uma oportunidade para restabelecer os 201 anos de “relações amigáveis” entre as nações, frisando que o Brasil figura entre os três países do G20 que mantêm superávit na balança de bens e serviços com os EUA. Para dar continuidade às discussões, Trump indicou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para negociar com Alckmin, Mauro Vieira e Haddad. O presidente Lula, em entrevista, pediu a Trump que instruísse Rubio a dialogar com o Brasil “sem preconceito”, ressaltando um certo “desconhecimento da realidade do Brasil” nas falas anteriores do secretário.

Lula e Trump Conversam Sobre Futuros Encontros e Relações - Imagem do artigo original

Imagem: bbc.com

Para um panorama mais aprofundado sobre a política externa brasileira e suas relações diplomáticas, recomenda-se a consulta a fontes oficiais como o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que detalha os contatos e estratégias do Brasil no cenário internacional.

Contexto e Desafios da Relação Bilateral

Apesar do tom cordial, a conversa ocorreu em um cenário de tensões prévias, impulsionadas pela elevação de tarifas e outras sanções comerciais impostas pelos EUA. Essas medidas, que culminaram na tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada em julho, foram percebidas como uma retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado ideológico de Trump, por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, esteve nos EUA este ano engajado em articulações para a aplicação de sanções contra o Brasil, buscando influenciar a situação jurídica de seu pai.

Recentemente, a Lei Magnitsky foi aplicada contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, e a empresa LEX – Instituto de Estudos Jurídicos, pertencente à família do magistrado. Essa lei pune estrangeiros por supostas violações graves de direitos humanos e corrupção. Desde o início do processo contra Bolsonaro, Trump tem se referido às ações como uma “caça às bruxas”, evidenciando a natureza política de suas intervenções.

O vice-presidente Geraldo Alckmin avaliou a conversa entre os presidentes como “boa, descontraída, proveitosa e longa”, expressando grande otimismo para o avanço das relações, que visam uma cooperação de “ganha-ganha” com investimentos recíprocos e a solução das questões tarifárias. Fernando Haddad, por sua vez, classificou o contato como “positivo”. Houve uma espera de mais de dez dias para essa conversa, após Trump ter mencionado na ONU a possibilidade de um encontro “na semana que vem”. Previamente, em setembro, Trump descreveu uma “química excelente” com Lula, minimizando os receios de um possível constrangimento durante a interação.

Lula, por sua vez, salientou a seriedade do diálogo entre “dois homens de 80 anos de idade”, ressaltando que o respeito mútuo era fundamental para o bom andamento das relações. No rol de possíveis temas futuros, o presidente brasileiro mencionou a discussão sobre os minerais críticos, especialmente as terras raras. Ele defendeu que empresas interessadas em explorar esses recursos devem industrializá-los no Brasil, e não apenas exportar a matéria-prima, garantindo valor agregado e desenvolvimento para o país.

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Em suma, a videoconferência entre os presidentes Lula e Trump representa um marco importante na retomada do diálogo bilateral, indicando uma janela de oportunidade para o Brasil pleitear a revisão de tarifas e sanções, além de projetar um cenário de fortalecimento de laços diplomáticos e econômicos. Para se manter atualizado sobre as principais notícias políticas e seus desdobramentos, continue acompanhando a nossa editoria de Política.

Crédito, Getty/EPAF


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